Depois de dois empates a zero entre as duas equipas, o FC Porto bateu o Belenenses por 3x0. Mais que isso, os dragões retomaram a pressão sobre o Benfica e irão estar pelo menos 24 horas na frente do campeonato, depois da vitória num jogo onde não encantaram, mas no qual a entrada de Corona se revelou determinante.
Embalados pelo capitão
Não havia Marcano e Herrera continuou no banco, pelo que a braçadeira foi para Danilo desta vez. E que bem lhe ficou. Num período pouco autoritário do FC Porto em termos globais, coube ao internacional português pegar na corneta e dar o toque a reunir, já que havia uma liderança à mercê, mesmo que provisória.
No resto, houve mérito do Belenenses. Longe de qualquer postura defensiva ou retraída, a equipa de Quim Machado optou por um trio a meio que permitia robustez a defender e alguma criatividade a atacar. O problema belenense foi depois, na entrada para a zona de decisão, onde um Fábio Nunes que foi parco e um Diogo Viana que foi travado sempre cedo não conseguiram levar a equipa para terrenos adiantados. Yebda, qual 8, ainda o fazia pelo meio, embora sempre com demora na hora de soltar a bola.
Tudo isto fazia com que, em termos posicionais, até pudesse haver um ligeiro equilíbrio (mesmo que com ascendente portista), o que já não se verificava nas estatísticas ofensivas. Mais cantos, mais remates, mais oportunidades e, quase a terminar a primeira parte, um FC Porto na dianteira.
Uma vantagem que até nem foi aproveitada da melhor maneira para desconcentrar o Belenenses no regresso dos balneários. Aliás, durante os primeiros vinte minutos da segunda parte até se viveu um cenário de alguma ansiedade na bancada perante a passividade da equipa, não se livrando de alguns assobios. Os três jogos sem vencer, o fantasma do Vitória de Setúbal e o próprio Belenenses são os pontos que encontramos para explicar.
Deram com a tecla
Apesar de não encantar a atacar, uma coisa também é certa: o FC Porto, mesmo com a ausência de Marcano, voltou a ser de betão atrás e não permitiu grandes aventuras ao ataque dos forasteiros, que só de meia distância conseguia meter Casillas no jogo.
Um momento que permitiu, aí sim, deitar por terra as aspirações dos azuis do Restelo. O Dragão, despertado para a necessidade de apoiar uma equipa que precisa de compreensão nos momentos mais monótonos, acordou, cresceu nos cânticos e o terceiro não demorou muito mais.
De penálti, Brahimi marcou o golo que mereceu, castigando um Belenenses onde Quim Machado pagou a fatura por demorar em demasia a mexer nas peças.
E eis que o FC Porto é outra vez líder. Tem a palavra o Benfica, nesta corrida sem fim.