Numa série de 13 vitórias é normal que existam pessoas mais responsáveis por um ou outro triunfo. O 13º, nos Açores contra o Santa Clara, é de Sérgio Conceição. A equipa não termina bem a segunda parte e uma mudança tática e de jogadores acabou por valer uma vitória suada e a certeza que a liderança isolada está garantida.
A equipa entrou em campo mais em 4x3x3 e isso apenas resultou nos primeiros minutos. A equipa de João Henriques voltou a mostrar que tem bom futebol e aproveitou a clara menor capacidade física de vários jogadores portistas para ter alguns momentos de alguma superioridade.
A vitória é justa e é novamente de uma equipa que vai mostrando argumentos e soluções para as fases menos boas e para os jogos menos bons.
Depois de perceber, Santa Clara não precisou de «só aguentar»

Com isso, os dragões iam tendo lances de perigo, especialmente nas bolas paradas. Marco Pereira negou cedo o golo a Marega e depois foi Candé a cortar um remate de Brahimi, novamente num pontapé de canto. O mesmo Candé que minutos depois falhou um corte fácil e permitiu a Marega um novo duelo perdido com Marco (acabou por sair lesionado).
O Santa Clara demorou quase 15 minutos a pedir a Osama Rashid para abrir um pouco mais na esquerda e assim ficar no espaço que estava a ser usado para lançar Marega. Depois disso, o jogo mudou quase radicalmente. A equipa orientada por João Henriques passou a conseguir anular e, ao mesmo tempo, passou a ter a organização certa para sair, quase sempre pela direita. Era pela direita porque era nesse flanco estava o problema portista, chamado Alex Telles. O brasileiro apresentou-se com dificuldades físicas e o Santa Clara aproveitou.
A equipa vermelha passou então a ter oportunidades e chegou ao golo aos 38 minutos, pouco depois de Militão ter salvo o FC Porto com um corte em cima da linha a remate de Patrick, num lance de contra-ataque. Mas nada pôde ser feito numa das melhores jogadas do encontro e que terminou com um golo de cabeça de Zé Manuel, após grande cruzamento de Martin Chrien.
O FC Porto ainda reagiu na primeira parte, mas foi até um pouco «caído do céu», naquela que era a pior fase portista nos primeiros 45 minutos. Novamente numa bola parada, Serginho ainda negou o golo a Óliver, mas, na recarga, Marega cruzou para o golo de Soares.
Uma mudança e mais futebol

Isso deu mais poder de fogo ao ataque portista e o golo aparece por isso. Espaço, remate de Soares e Marega, novamente em recarga, a marcar o segundo golo portista. Foi um daqueles golos que surge por uma razão muito simples: Mais gente na frente, maior probabilidade para aproveitar.
Depois do 1x2, o jogo ficou mais partido, mas sempre com sinal mais do FC Porto, claramente mais confortável no 4x4x2 e, talvez por isso, Sérgio Conceição não tenha caído logo na tentação de recolocar a equipa com três médios.
Até ao final, o dragão ainda passou por alguns sustos, mas entre Casillas, o gigante Militão e algum desacerto dos avançados do Santa Clara, os portistas seguraram bem mais um triunfo suado e onde se notou que alguns jogadores precisam de ser geridos fisicamente.
Sérgio Conceição não gosta de números e de séries, mas não poderá negar que quando se está a duas vitórias de igualar a melhor série de sempre, (Artur Jorge, com 15) se comece a olhar para ele como o obreiro de algo especial. Nem todos os jogos foram fáceis e este foi um deles, mas a certeza é que este FC Porto é a «equipa a bater».