Londrinas travam FC Barcelona

    18 anos depois, Arsenal volta a ser campeão da Europa!

    Publicado em: 2025/05/24 19:08
    Atualizado em: 2025/05/27 15:38
    18 anos depois, Arsenal volta a ser campeão da Europa!

    18 anos depois, o Arsenal voltou à final da UEFA Women's Champions League e, 18 anos depois, voltou a subir ao trono da Europa. Num Estádio José Alvalade que se transformou num pequeno Camp Nou e esteve pintado por uma larga maioria catalã nas bancadas, foram as gunners a superiorizar-se e a bater o poderoso Barcelona por 1-0. Um triunfo justo para umas londrinas que tiveram as oportunidades mais flagrantes e assim impediram o terceiro triunfo consecutivo das espanholas na prova.

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    Finais são, por natureza, momentos em que a ansiedade está nos píncaros. Mesmo quando se trata, por exemplo, de uma equipa como o FC Barcelona, mais do que habituada a viver estes momentos. Só nos últimos sete anos, esta foi a sexta final europeia.

    Essa ansiedade sentiu-se durante a fase inicial do desafio e em ambas as equipas. Um, dois, três passes totalmente desenquadrados de ambos os lados. Depois a bola chegou aos pés de Patri Guijarro de um lado, de Kim Little e Mariona Caldentey do outro. E a música passou imediatamente a ser outra.

    As catalãs, donas do favoritismo, demoraram a sacudir-se dessa pressão. Uma ou outra aproximação da baliza de Daphne van Domselaar que gerou algum frenesim nas bancadas, mas em efeitos práticos, a internacional neerlandesa não teve praticamente trabalho.

    As melhores oportunidades na etapa inaugural pertenceram, efetivamente, às londrinas. Um auto-golo de Irene Paredes foi invalidado por fora-de-jogo de Frida Maanum e a norueguesa, pouco depois, encheu o pé na meia distância para forçar um voo incrível a Cata Coll.

    Só mais perto do intervalo é que o Barça conseguiu soltar-se das amarras do meio-campo gunner, exemplarmente capitaneado por Kim Little. Os derradeiros minutos trouxeram mais Alexia Putellas e Clàudia Pina ao jogo e rapidamente a equipa catalã cresceu, ainda que sem efeitos práticos no que diz respeito a lances de golo.

    Resolver a partir do banco

    O Arsenal não foi capaz de cravar os dentes na presa quando esta se encontrou vulnerável. E o FC Barcelona, como a equipa dominadora que procura ser e que geralmente é, deixou as vulnerabilidades no balneário e voltou absolutamente diferente. Para melhor.

    A segunda metade foi dominada pela formação catalã praticamente na totalidade. Mais agressiva na pressão, mais autoritária nos duelos e a encontrar mais soluções por dentro naquele futebol rendilhado que lhe é caraterístico, com muita gente na zona da bola e um infinito de combinações curtas para desmontar a teia inglesa.

    Não tardaram a aparecer as oportunidades que em nenhum momento apareceram na primeira parte. Clàudia Pina, goleadora máxima da competição, só não molhou a sopa na final porque a trave o impediu. E Van Domselaar, que teve 45 minutos descansados, teve que ir ao relvado para impedir Aitana Bonmatí de abrir o ativo.

    Para além das melhorias no momento ofensivo, também defensivamente o Barça parecia ter-se encontrado. Irene Paredes e Mapi León apertaram o cerco às referências das adversárias, aumentaram a agressividade nos duelos e o Arsenal deixou de encontrar facilmente a profundidade para sair rápido.

    Mudou tudo a partir do banco. Aí, nota dez para Renée Slegers, que em boa hora lançou Stina Blackstenius e Beth Mead. A primeira, com pernas frescas e físico imponente, devolveu às inglesas a ameaça nos duelos individuais com as centrais contrárias para ganhar profundidade. Assim criou uma ocasião clara, aos 71 minutos, quando deixou Mapi León para trás e só foi parada por Cata Coll. A segunda foi também decisiva porque teve a visão e a qualidade para trocar as voltas à defesa catalã com um passe que deixou Blackstenius sozinha para marcar. 75 minutos, 1-0, Arsenal.

    A reação de Pere Romeu pecou por tardia: só quando passou a uma situação de desvantagem é que colocou Ingrid Engen no eixo defensivo para equilibrar no jogo de forças com Blackstenius. O FC Barcelona recuperou o controlo e teve mais bola, mas controlo foi coisa que deixou de interessar ao Arsenal a partir do momento em que o pé direito de Blackstenius disparou para o fundo da rede. A partir daí, o tempo foi de fechar caminhos e esperar. Esperar e sofrer.

    18 anos depois, o Arsenal volta a ser campeão da Europa. Renée Slegers, a solução encontrada internamente para o ciclo pós-Jonas Eidevall, pegou num navio naufragado e guiou-o ao maior dos prémios, com coragem e uma leitura perfeita do que acontecia no relvado. Saltará, certamente, para um lugar de imortalidade na história gunner.



    Veja as incidências da partida no acompanhamento feito pelo zerozero.pt.
    U Sábado, 24 Maio 2025 - 17:00
    Estádio José Alvalade
    Ivana Martinčić
    1-0
    Stina Blackstenius 75'
    Estádio José Alvalade
    Lotação50 095
    Medidas105x68 m
    Inauguração2003

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    A Chave
    Minuto 67. Renée Slegers, sentindo o sufoco aplicado pelo adversário e a incapacidade da equipa em atacar a profundidade com qualidade e sair rápido como tão bem fez na primeira parte, lança Beth Mead e, sobretudo, Stina Blackstenius para a frente de ataque. Jogada de mestre. Com essa mudança, o Arsenal recuperou o poderio nos duelos individuais - Blackstenius abusou do duelo com Mapi León - e voltou a ser capaz de explorar o espaço nas costas da defesa catalã.
    Árbitro
    Arbitragem positiva de Ivana Martincic. Jogo sem grandes casos e bem gerido pela árbitra da partida, com poucos erros. Ainda assim, é preciso apontar: os cartões amarelos exibidos a Irene Paredes e Salma Paralluelo aparentam ser decisões erradas. No primeiro, Paredes é quem parece sofrer a falta e não ao contrário. No segundo, não há qualquer falta de Salma sobre Beth Mead.
    O Melhor
    Futebol como deve ser o futebol
    Futebol como deve ser o futebol
    Mais de 38 mil espetadores nas bancadas de Alvalade para assistir à final da Liga dos Campeões. Adeptos catalães no meio de adeptos ingleses e vice-versa. Aquilo a que se assistiu foi um grande ambiente, clima de festa e respeito entre todos. Num país onde parece impensável ter adeptos de clubes rivais lado a lado numa bancada em ambiente saudável, que fique o belo exemplo. Ganham todos. 
    O Pior
    Reação veio tarde
    Reação veio tarde
    Depois de uma primeira parte pouco conseguida, o FC Barcelona regressou para uma segunda parte bem mais à sua imagem, verdadeiramente dominador. Mérito para Pere Romeu pelas indicações que terá certamente dado em tempo de descanso. Mas demérito pela reação tardia no xadrez das substituições. Renée mexeu a sua peça com Blackstenius e mudou o jogo novamente para seu lado, abusando do duelo individual entre a sueca e Mapi León. A reação do técnico catalão veio tarde e quando lançou a sua peça, Ingrid Engen, para igualar as forças nesse duelo, já estava em desvantagem e com pouco tempo para reagir.
    Forma
    Arsenal
    2024/2025
    42J
    29V
    3E
    10D
    111-44G
    Barcelona
    2024/2025
    48J
    44V
    0E
    4D
    202-28G

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    Comentários

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    motivo:
    ER
    Arsenal Ladies
    2025-05-25 18h32m por Erkson-10
    Editado a 2025-05-25 18h32m
    Uma equipa que dá aquela volta ao Real Madrid e bate as duas melhores equipas do mundo merece a taça. Parabéns a elas.
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    users
    2025-05-25 15h02m por anon428
    não alimentem o troll. . .
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    Champions feminina
    2025-05-24 20h03m por Messinaldo
    Este jogo por vezes me fez relembrar o Inter vs Barcelona.

    Muita posse bola da equipa culé e depois a equipa adversária com um contra golpe fatal !

    O futebol é isto , conta as que entram .
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    ZY
    Assistência
    2025-05-24 20h03m por zyxw_4321
    38 mil espetadores é a terceira melhor casa numa final de Champions feminina, pelo que fui ver. Mas fica para mim a dúvida de porque é que não consegui arranjar um bilhete no primeiro dia em que estiveram disponíveis. Isto podia ter tido casa cheia. . .
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    SA
    38 mil
    2025-05-24 23h27m por santossantos
    Fiquei com a ideia que estava muito mais de 38 mil. Com essa assistência vêem-se clareiras que hoje não existiam.

    É possível que existam convites que não passam nos torniquetes, não sei.
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    ZY
    Arsenal
    2025-05-24 19h56m por zyxw_4321
    Parabéns pelo segundo título europeu! Ainda para mais derrotando a melhor equipa dos últimos anos na final, e a mais forte historicamente nas meias-finais. Percurso notável.
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