«Tudo o que eu te dou, tu me dás a mim». Esta é a parte do hino que Portugal leva para o Europeu 2016, cantado por Pedro Abrunhosa, que Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo mais levaram a peito no último teste da seleção lusa antes da partida para França, onde Portugal se vai estrear na próxima segunda-feira, frente à Islândia. Os adeptos do Estádio da Luz deram apoio e os dois avançados deram espetáculo. Golos bonitos, fintas desconcertantes e boas notas para Fernando Santos foram o mais importante da vitória.
Portugal goleou tranquilamente por 7x0, mas calma!. Não vamos embandeirar, porque, se a qualidade está lá, ainda há muito trabalho. Ainda assim, se Portugal conseguir jogar regularmente como jogou nos 15 minutos finais da primeira parte, o país pode sonhar.
Nem tudo foram rosas
A Federação escolheu a Estónia para o último amigável, uma escolha compreensível. Fernando Santos sabe que, pelo menos na fase de grupos, Portugal vai jogar constantemente em ataque continuado e foi o que se viu na Luz. Apesar dos golos, uma coisa saltou à vista: o meio-campo ainda não está no ponto. O selecionador escolheu Danilo, André Gomes, João Mário, Moutinho e notou-se alguma falta de criatividade na primeira metade do jogo. Com o sistema que Fernando Santos quer utilizar, com dois avançados móveis, é essencial que quem jogue nesse setor tenha a capacidade de criar desiquilibrios.
15 minutos de luxo
Portugal demorou quase 30 minutos a criar oportunidades. Mas tudo se tornou mais fácil, quando Ronaldo e Quaresma abriram o livro. Primeiro CR7 ameaçou isolado. Depois Ricardo Quaresma voltou a mostrar que está num bom momento e, de trivela, ofereceu o primeiro a Ronaldo. Não satisfeito, Quaresma achou que devia levantar todo o estádio com um chapéu que se deve ver e rever...com calma. Ainda antes do intervalo Ronaldo, após uma boa combinação com João Mário, fez o 3x0.
Os 52 mil espetadores que estiveram na Luz viram algumas dúvidas serem dissipadas. Primeiro Quaresma merece estar no 11. Segundo José Fonte e Danilo mostraram que podem ser titulares e terceiro, André Gomes, Moutinho e João Mário precisam de mais, muito mais.