Muitas caras diferentes, mas a mesma forma de jogar. O Inter de Simone Inzaghi volta a ter o Benfica como adversário na Liga do Campeões e, embora o onze mantenha uma base sólida, o plantel sofreu várias mudanças neste defeso.
3-5-2 continua a ser o sistema apresentado, com alas de muita capacidade ofensiva e um meio-campo de chegada à área, aspeto em que Nicolò Barella é claro destaque. Na frente, Lautaro Martínez está a utilizar muito bem as características do novo companheiro, Marcus Thuram, numa dupla perigosa e difícil de conter.
Para conhecer uma visão mais próxima do Inter, o zerozero conversou com Ivan Cardia, jornalista do Tuttosport que acompanha de perto os rivais de Milão. Ao nosso portal, começou por fazer um retrato do defeso agitado no emblema Nerazzurro.
«As diferenças de caras no plantel são muitas. Saíram 12 jogadores e entraram 13. Mudanças em posições fundamentais, como ataque (saídas Lukaku e Dzeko) e guarda-redes. Porém, os princípios não mudam. Inzaghi está a conseguir integrar as muitas novidades e ajuda muito a base forte que ficou, quase todos titulares. Sommer, Thuram e Pavard, este ainda a ganhar espaço, são os que já conseguiram ganhar o lugar», explicou.
Os pontos fortes não são novidades, com, ainda assim, destaque para as novas dinâmicas trazidas pelo francês Marcus Thuram. Já o leque de opções para o ataque gera dúvidas, com habituais titulares a acusarem desgaste.
«A solidez é o ponto que se destaca, especialmente no capítulo mental. A defesa é muito forte e rotinada. O Thuram trouxe velocidade e mais capacidade vertical, um excelente driblador. O meio-campo gere bem a relação entre qualidades e fraquezas, atletas de talento individual e com golo.»
«O ataque, neste caso as reduzidas escolhas, é um ponto mais frágil. Estamos numa fase ainda inicial da época e já se notou algum desgaste em jogadores, embora Inzaghi esteja já a promover rotação a nível interno. A derrota com o Sassuolo foi inesperada, mas a resposta foi forte», afirmou.
Um dos temas do verão acabou por ser a sucessão de André Onana. A aposta recaiu no experiente suíço Yann Sommer, garantia de fiabilidade.
«O currículo fala por si. É um guarda-redes diferente do Onana e não é top a nível mundial, mas transmite confiabilidade. Não tem tido muito trabalho e já cometeu um erro grave nestes jogos, mas também tem feito defesas de enorme qualidade. Ainda é cedo para julgamentos, mas foi uma contratação de pouco risco e de alguém competente», analisou o jornalista, que confessa também esperar muito equilíbrio neste grupo da Liga dos Campeões.
«Os resultados da primeira jornada foram surpresa, mas até um certo ponto. O Inter é o principal favorito, só que além do Benfica existe também bastante qualidade. A Real Sociedad joga um futebol bastante técnico e conseguiu uma excelente classificação. O RB Salzburg tem a capacidade de recrutar alguns dos principais jovens talentos do futebol mundial e, também, meter a máquina a funcionar coletivamente», concluiu.
Jogam em sintonia e sabem o que fazer nunca campo. O Inter pode não ser a equipa mais talentosa, mas a organização coletiva e as dinâmicas afinadas são do melhor que existe no futebol europeu. Conjunto maduro e que sabe sofrer, raramente mostrando desorientação.
Até pelo sistema de jogo que Inzaghi privilegia, extremos nunca estariam em abundância no plantel. Já em relação à frente de ataque, o assunto fica difícil sem contar com Lautaro e o reforço Thuram. Um ponto a melhorar no plantel, com aquisições recentes ainda a não mostrarem muito.
O Football Club Internazionale Milano nasceu a 9 de março 1908, na sequência de uma cisão do Milan Cricket and Football Club, que mais tarde ficou conhecido como AC Milan. Um grupo de italianos e suíços, no total quarenta quatro pessoas, insatisfeitos com a expulsão dos jogadores estrangeiros do Milan, saíram e fundaram um novo clube.
É a grande referência atual dos Nerazzurri, sendo aos 26 anos já capitão do clube. Lautaro é sinónimo de golos e competitividade, um avançado «chato» e difícil para qualquer defesa. Ainda no sábado, hat-trick conseguido após sair do banco. A sentimental ligação ao Inter tem ajudado a resistir ao interesse de outros tubarões.
Se o irmão, Pippo, teve uma carreira futebolística de maior sucesso, o cenário inverteu-se no que ao papel de treinador diz respeito. Após consistência no trabalho apresentado ao serviço da Lazio, tem sido capaz de colocar o Inter pujante a nível interno, além do sucesso conseguido na passada Liga dos Campeões. Organizado e de ataque vertical, as suas equipas apresentam uma identidade forte e de rotinas trabalhadas com qualidade.