Foi preciso sofrer, especialmente na 2ª parte, mas o tento mágico e isolado de Akturkoglu desarmou - expelliarmus, feitiço de desarme do adversário, como na saga de Harry Potter - foi suficiente para o Benfica vencer na receção ao Vitória SC por 1-0. A águia aproximou-se, ainda mais, da liderança do campeonato.
Depois da derrota do campeão Sporting, o Benfica procurava aproximar-se da liderança, mas tinha pela frente o sempre difícil Vitória SC. Do lado encarnado, Bruno Lage promovia apenas uma alteração no onze inicial, com Leandro Barreiro a ocupar a vaga do castigado Kokçu. Já do lado vitoriano, Rui Borges apresentava exatamente os mesmos eleitos do último encontro.
Inesperado, mas eficaz
A luz sentia o momento atual e estava em uníssono com a equipa, num ambiente invejável nas bancadas, antes do pontapé de saída. Galvanizado por esse apoio, o Benfica entrou forte na pressão e recuperação, em zonas adiantadas, e fez vida difícil ao Vitória SC - embora o primeiro sinal de perigo tenha sido de Kaio César, aos 5'. Bah ia sendo o principal dinamizador ofensivo da equipa e aproveitava o espaço na direita para subir diversas vezes, mas pecava por abusar da opção do cruzamento.
Essas subidas, no entanto, também davam espaço para a transição rápida do Vitória, que ia usando esse lado - a sua esquerda - para a maioria das ações ofensivas. Quando a pressão encarnada baixou, os vitorianos mostraram-se pacientes com bola, mas sem o mesmo espaço, e pecando na decisão no último terço, iam sendo pouco perigosos - embora, aos 14', Nuno Santos tenha atirado à barra, de canto direto.
O Vitória SC até passou a pressionar mais alto depois do golo sofrido, mas continuava a pecar pela previsibilidade - com exceção para os movimentos de Kaio César, bem controlado por Carreras - e isso facilitou a vida do Benfica.
Aguentar o castelo
Em desvantagem, e depois de deixar a desejar ofensivamente, o conjunto de Guimarães entrou para a 2ª parte mais intenso com bola e a tentar ser mais atrevido e isso deixou o jogo mais partido, imprevisível e um pouco mais divertido. O Benfica tinha, agora, mais dificuldades em sair a partir de trás, embora se tornasse bastante perigoso quando o conseguia fazer. Era um risco calculado do Vitória SC, que queria claramente dar outra cara, com e sem bola.
Percebendo essa mudança de atitude, o Benfica procurou baixar o ritmo a seu favor e foi chamando essa pressão para ter espaço para jogar nas costas vitorianas. Tínhamos um pequeno jogo de xadrez entre as equipas, para ver quem seria o primeiro a errar com a sua estratégia. O primeiro aviso de perigo real surgiu aos 64', quando Florentino Luís perdeu a bola em zona proibida e isolou Nuno Santos na cara de Trubin. Este desviou do guardião e rematou com selo de golo, mas, do nada, surgiu o capitão Otamendi a dar o corpo e a salvar a equipa.
Os vitorianos tentaram a todo o custo, nessa ponta final, ultrapassar uma muralha encarnada liderada por Otamendi e Carreras - os dois mais desse lado -, mas o Benfica defendeu-se com unhas e dentes e acabou mesmo por segurar a vitória e três importantes pontos, que o aproximam da liderança.