Tinha tudo para ser uma tarde/noite de festa no Dragão. Depois de muita recuperação o FC Porto tinha a oportunidade de voltar a ser líder, ultrapassando o Benfica. Perante uma equipa que não marcava no reduto portista quase há dez anos, as oportunidades até existiram e o golo até apareceu na primeira parte. O certo é que uma escorregadela fatal e um golo de um jogador emprestado pelo Benfica deixaram tudo na mesma. O presidente do V. Setúbal tinha dito recentemente que o Benfica era o «abono de família» do clube, mas este domingo o abono foi ao contrário.
Nuno Espírito Santo colocou «a carne toda no assador» desde o início. Dois extremos bem abertos, dois avançados e dois laterais super subidos em quase todos os momentos. Esbarrou contra um anti-jogo sufocante do adversário, mas também perante uma equipa sadina bem preparada e muito bem a defender. Não contou com a sorte (duas bolas aos ferros) e não teve a inspiração matadora de Soares.
Reviveram-se fantasmas do tempo de Lopetegui e perdeu-se a oportunidade de chegar ao clássico na liderança.
Corona acalmou com os nervos à bomba

Como tantas vezes acontece neste tipo de jogos foi preciso um momento iminente de golo para o acordar a equipa favorita. Aconteceu isso mesmo quando Vasco Fernandes negou o golo a Brahimi, após uma boa desmarcação e cruzamento de Óliver Torrres. Depois deste lance começaram as oportunidades e os nervos, não só no campo, mas também nas bancadas. Marcano atirou ao poste, Soares e André Silva desperdiçaram oportunidades flagrantes e nas bancadas já se protestava por tudo e por nada.
Tudo isso acabou e logo nos pés de um dos piores da primeira parte. Jesus Corona fuzilou Bruno Varela depois de um cruzamento perfeito de Óliver e a explosão que se viu nas bancadas do repleto Estádio do Dragão foi verdadeiramente impressionante. Um golo que teve de espetacular, o mesmo que teve de justo
Escorregadela e mais nervos

Voltando ao futebol jogado. A reação ao golo do empate foi a entrada de Diogo Jota para o lugar do apagado Corona (apreceu também algo debilitado fisicamente). O problema para os portistas é que os nervos instalaram-se e o V. Setúbal voltou à acertar tudo nas marcações. André Silva ainda atirou de cabeça ao poste, mas os azuis e brancos pareciam amarrados e visivelmente enervados.
Tudo por tudo
Sem problemas em arriscar Nuno Espirito Santo retirou Layún para colocar Otávio e a equipa passou a ter dois criativos no meio. Faltou nessa altura mais calma a Brahimi e mais inspiração.
O Dragão atirou para o lado a possibilidade de chegar à liderança e vai agora jogar na Luz perante uma equipa encarnada a quem foi dada mais uma vida no jogo da liderança da Liga NOS.