Na segunda jornada da Liga dos Campeões, o Sporting mediu forças contra o PSV. Em Eindhoven, os leões empataram (1-1) graças a um golo de Daniel Bragança, o principal destaque da partida.
De maestro a carregador de piano: um artista!
Que jogaço de Daniel Bragança, a mudar por completo a exibição do Sporting. Até à sua entrada, os leões estavam com dificuldades em criar, em ter bola no último terço; com Bragança no banco, mais tarde ou mais cedo, Amorim ia lançar esta cartada - que acabou por ser um Ás de trunfo. Transformou o leão: preencheu o meio-campo e vestiu o fato-macaco quando foi preciso. Ligou o meio-campo ao ataque e ainda se desdobrou para chegar com qualidade à frente. O golo foi merecido e fez justiça à importância de Bragança na partida. Seja mais à frente ou no miolo, tem tudo para agarrar a titularidade!
Que bom sem noção
Foi dos melhores do Sporting em campo. É verdadeiramente impressionante, parece não distinguir a grandeza do jogo: quem o vê não sabe se está a jogar no pátio com os amigos ou, como foi o caso, na Liga dos Campeões. Em ambos os casos, vai para cima, ultrapassa adversários, faz túneis... O reportório parece infinito. Craque!
Assume o que for preciso
Jogo cheio de personalidade do autor do golo neerlandês. Face à ausência, por lesão, de Joey Veerman - a figura do meio-campo encarnado -, Schouten assumiu o protagonismo e não desiludiu. Decisivo na pressão, muito forte nos duelos e presente na manobra ofensiva. O lance do golo, inclusive, teve todos esses momentos retratados: ganhou no corpo, recuperou e chutou forte. Muita qualidade.
Deixe ver o Cartão de Cidadão
34 anos? Temos muitas dúvidas. Sobretudo, tendo em conta a exibição desta noite... Incansável! Muito forte no ar, bastante chato nos duelos - inclusive, ganhou vários contra Diomande e, posteriormente, Inácio - sempre com sentido de baliza apurado e com um toque de bola ímpar. Consegue ser requintado e combativo ao mesmo tempo. Além disso, ficou na retina o par de lances onde foi essencial na área... do PSV, a cortar ataques rápidos do Sporting. Esteve em todo o lado!
O antídoto do sueco?
É verdade que, por variadas ocasiões, só parou o sueco com o recurso a faltas. O que também é verdade é que as faltas fazem parte do jogo, desde que nos limites definidos, como aconteceu. Fez muito bem o trabalho de casa, melhor que muitos defesas do campeonato português, que sofrem com Gyokeres com maior regularidade. Além de dividir - e ganhar - bastantes duelos com o sueco, um dos melhores avançados da Europa, mostrou-se rápido e inteligente na ocupação de espaços. Se tivesse ido para casa com a baliza a zeros, tinha sido a noite perfeito para o camisola seis.
Varas verdes? Nervos de aço!
Entrou numa altura em que o Sporting estava a tremer defensivamente e logo para o lugar do patrão do setor mais recuado. Debast errou no lance do golo, Inácio estava pouco confiante... Quaresma, menos usado e a saltar do banco, tinha tudo para tremer, mas aconteceu o oposto. Afirmou-se como um dos melhores do Sporting. Muito rápido e confortável, mesmo quando pressionado. Exibição cheia de personalidade, que só não foi consagrada com um golo - após uma excelente e inteligente arrancada - por uma maldita escorregadela na hora H.
Tramadas dores de crescimento
O impressionante golo que marcou ao Lille ficou na memória de todo o adepto, mas a isso juntou uma grande exibição. Não conseguiu dar continuidade a esse jogo em Eindhoven. Tem uma excelente visão de jogo, mas ainda não sabe em que momentos é que deve ou não arriscar. Apertado e tentar passar com o pior pé para o corredor central? Proibido. Resultado? Golo do PSV.
Adaptação infeliz
Sem Pote, Geny foi o escolhido de Amorim para jogar na frente, em detrimento de Araújo e Harder. Um tiro ao lado, como se notou pela saída do moçambicano antes da hora de jogo. Escorregou muito e nunca se mostrou verdadeiramente familiarizado com a nova posição. Partida para esquecer e experiência para não repetir.