Encerrada mais uma temporada do hóquei feminino em Portugal, o zerozero falou com José Luís Pinto, vice-presidente da Federação de Patinagem de Portugal, de forma a perceber a visão do organismo para o constante encerramento de equipas femininas, mas também saber quais os planos de futuro.
Preocupação é a primeira palavra que entra no léxico federativo cada vez que uma equipa acaba: «Temos feito vários esforços para que a vertente feminina vença e perdure, mas também achamos que tem de existir um trabalho de base», começou por dizer José Luís Pinto e acrescentou: «Não temos tantas atletas seniores como se possa imaginar, estão a aparecer muitas atletas nas camadas jovens e pensamos que o trabalho tenha que começar de baixo para cima e não de cima para baixo.»
O dirigente realçou as mudanças que a FPP fez para que as condições fossem mais atrativas para os clubes: «Mudámos o modelo competitivo no último ano (na sequência do trabalho com as Associações), achamos que é um modelo que fará crescer o hóquei feminino, por causa de ter uma primeira fase com custos mais controlados, depois temos uma taça nacional onde as equipas que não passam a fase regular possam competir até ao final do ano, para terem uma época completa. Achamos que este é o caminho, tal como achamos que é na base.»
As mudanças competitivas foram acompanhadas por alívios nos custos, como contou José Luís Pinto: «Não cobramos taxas de organização de jogos para o campeonato sénior feminino, as taxas de arbitragem para uma época ficam por volta de 1400 euros. São estes os custos, além dos custos de inscrições de atletas, onde metade do valor é dividido entre associações e federação».
Em síntese, José Luís Pinto sublinhou: «Damos as condições todas para que as equipas femininas sejam criadas. Os campeonatos estão criados, achamos que é na base que temos de trabalhar. É, também, preciso saber as razões para o terminar de equipas e a Federação de Patinagem de Portugal procura saber isso. Agora, a FPP não pode fazer gestão de clubes, mas da nossa parte há um compromisso sério com o feminino e é para manter.»
Detetado o interesse por jovens atletas, José Luís Pinto falou sobre o caminho projetado pela FPP: «Nos últimos anos criámos o campeonato de sub-19 e de sub-15 feminino, de forma concentrada, mas esta temporada, devido ao número de atletas existentes, conseguimos aumentar o de sub-15 para três momentos. Tivemos nove equipas no Campeonato Nacional de sub-19 e 12 equipas no de sub-15». De realçar que nestes campeonatos as atletas podem competir um clube diferente sem que para isso seja feita uma transferência. O processo é feito com uma declaração entre clubes.
Se o trabalho foi feito, melhor foi pensado para a próxima época: «No nosso comunicado 21 de alteração ao regulamento é possível ver que o objetivo é criar um campeonato feminino de sub-15: com uma fase regional, Norte e Sul, e uma fase final», explicou José Luís Pinto.
O número de atletas femininas em Portugal tem crescido constantemente e na última temporada foi o melhor de sempre: «Este ano tivemos cerca de 300 atletas inscritas nos escalões de benjamins, escolares, sub-13 e sub-15. Temos de aproveitar estas atletas, criar condições para jogarem entre elas e assim, mais tarde, puderem representar equipas seniores», afirmou o vice-presidente da Federação de Patinagem de Portugal, José Luís Pinto, ao zerozero.