eric7hag 23-04-2024, 22:12
Para os lados da Mata Real acostumou-se que a equipa que por lá joga à bola é o «Pacinhos», termo afetuoso que liga o FC Paços de Ferreira às suas raízes humildes. Pois bem, terá chegado o momento de fazer cair em desuso o diminutivo, ainda que carinhoso, porque aquilo que mora na capital do móvel é um verdadeiro «Pação» liderado por Paulo Fonseca em velocidade-cruzeiro para a… Liga dos Campeões; assim dita a vitória desta noite em casa do «grande» SC Braga, por 3x2, no fecho da 18ª jornada da Liga portuguesa.
Nota prévia: tristes e feias as cenas que se seguiram ao segundo golo dos «castores» no Estádio AXA, com os adeptos da casa a forçar os adeptos visitantes a procurar refúgio atrás da baliza de Quim, qual gueto em pleno estádio de futebol. As coisas acalmaram ao intervalo, mas fica a nota.
Golpes perfeitos de Hurtado
Na origem (talvez) de tamanha «caça» ao «inimigo» nas bancadas está mais um capítulo da desilusão bracarense às mãos de José Peseiro. É verdade que o SC Braga entrou bem no jogo, dominando e criando duas boas ocasiões de golo ainda antes do primeiro quarto de hora - Éder atirou ao lado (8’) e Mossoró cabeceou por cima (12’) – mas depois veio o desmoronamento total, aproveitado cirurgicamente pelo «Pação».
Nada mudou no imediato na troca de lados, porque depois de Éder desperdiçar uma daquelas a 100 por cento, Cícero do lado contrário mostrou que é lá dentro que elas contam; antecipação em modo «voo» a Quim e 0x3. Fácil. E o que dizer da reação de José Peseiro? Mãos na cara, incredulidade total.
SC Braga ainda «esperneou»
Notável a reação bracarense a tamanha «machadada». Os «guerreiros» atiraram-se à última esperança e ficaram tão perto de a saborear. Aos 56 minutos, Leandro Salino reduziu para 1x3, mesmo perante a tentativa desesperada de Tony para evitar o inevitável; aos 63 minutos era a vez de Éder acertar, finalmente, no «retângulo mágico». Canto e «cabeçada» do internacional português para o 2x3.
Jogo fantástico em Braga, digno do posto em causa: a Liga dos Campeões. Era agora tempo para o Paços de Ferreira provar que pode muito bem abanar, mas não cai; e o SC Braga prometia artilharia pesada para a última meia hora. José Peseiro lançou Zé Luís e Hélder Barbosa (saíram Sasso e João Pedro), abdicando das rotinas para apostar tudo no reforço do setor ofensivo. Paulo Fonseca respondeu e fechou a «porta» com a entrada de Javier Cohene por troca com Cícero.
E no fim ganhou o «Pação», mais terceiro do que nunca, com quatro pontos de vantagem sobre o SC Braga. Os 34 somados por esta altura deixam a equipa de Paulo Fonseca a quatro do objetivo delineado, a manutenção, mas perante as evidências é quase um «crime» não apontar este Paços de Ferreira à montra europeia. Ok, da Liga dos Campeões falamos baixinho, está prometido.
2-3 | ||
Leandro Salino 56' Éder 64' | Paolo Hurtado 16' 38' Cícero 51' |