Hulk está a caminho do Zenit, depois de quatro anos no FC Porto. Na mala leva vários títulos, muitos e bonitos golos. Deixa, por certo nos adeptos, muita saudade e os cofres azuis e brancos bem recheados. Na hora da despedida uma certeza: A Liga portuguesa perde um craque.
Dos títulos ao «Túnel da Luz», sem esquecer o sonho que viveu nas cadeiras do Dragão
Chegou ao FC Porto, em 2008, vindo dos japoneses do Tokyo Verdy e, desde logo, começou a justificar a sua Incrível alcunha. As arrancadas, os dribles e os golos fizeram a plateia portista vibrar.
A primeira vez que balançou as redes, com a camisola do dragão, fê-lo a 25 metros da baliza frente ao Belenenses, numa partida onde Jesualdo Ferreira o chamou para render Tarik. Mas os golos (com fortes pontapés) foram, de resto, muitos e fizeram a nação azul e branca render-se ao seu super-herói.
Porém, os fortes pontapés tinham, afinal, um segredo. Dona Socorro, sua mãe, explicou que a força de Hulk se devia ao facto de ter «mamado até aos três anos»: «Quando mama fica muito forte, não é?».
O primeiro jogador 100 milhões
Nesse ano, fruto da forte cobiça que vinha sendo alvo, Pinto da Costa, a quem chegou a chamar de pai, fixou-o como o futebolista com a cláusula de rescisão mais elevada em todo o mundo: 100 milhões de euros.
Dinheiro, muito dinheiro a contrastar com a pobreza dos seus primeiros anos em Campina Grande, no Brasil, onde começou a trabalhar num talho com o seu pai.
Antes de assinar pelo FC Porto, no tal ano de 2008, Givanildo Vieira de Souza já conhecia o estádio do Dragão, uma vez uns anos antes já vibrava com a equipa azul e branca, isto enquanto alinhava no Vilanovense de Gaia.
Mal podia imaginar, o desconhecido jogador dos campeontos regionais portugueses e que se sentava nas cadeiras azuis do Dragão, que anos mais tarde seria ele o artista da companhia.
No reino do Dragão, o atacante conquistou muitos títulos. Conta-se uma Liga Europa, três campeonatos, três Taças de Portugal e três Supertaças Cândido de Oliveira.
Contudo, a sua história conta um episódio delicado. O célebre «Túnel da Luz», onde Hulk e Sapunaru foram acusados de se envolverem, alegadamente, com dois seguranças do estádio benfiquista.
Foi castigado e viu o seu FC Porto descolar na luta pelo título, nesse ano de 2009, deixando o Benfica e o SC Braga a cobiçar o «caneco». O seu castigo foi, posteriormente, reduzido mas já era tarde, muito tarde para recuperar distâncias.
Seja como for, e voltando aos títulos, com a camisola do FC Porto o Incrível ganhou chamadas sucessivas à sua seleção, o carinho dos adeptos e mostrou-se ao seu Brasil, que até então dizia não o conhecer.
Com as suas exibições, interessados, aos longo destes quatro anos, não faltaram mas a habitual «engenharia financeira» de Pinto da Costa, travaram a saída (até hoje) do Incrível Hulk... que agora é do Zenit.