Intercontinental é em Valongo e clubes argentinos foram convidados: «Não responderam»

A confusão está instalada em relação à Taça Intercontinental 2022. A prova vai realizar-se no próximo dia 17 de junho em Valongo, entre a equipa portuguesa, vice-campeã europeia em 2022, e o Trissino, vencedor da prova nesse mesmo ano. De fora ficam as equipas sul-americanas que tinham o direito a participar.

E é precisamente aqui que a confusão começa e com vozes ativas por parte de dois jogadores influentes no hóquei em patins argentino: Carlos Nicolía, argentino do Benfica, e Carlos López, atual jogador do UVT, mas que também tem passado no clube encarnado. Os dois, num direto realizado nas redes sociais, criticaram o facto da Intercontinental não se realizar com equipas argentinas.

Ora, para perceber toda a questão, o zerozero contactou nada mais, nada menos que o chairman da World Skate Internacional: Carmelo Paniagua. Em declarações exclusivas ao nosso portal, o responsável máximo pelo hóquei em patins mundial acabou por explicar toda a questão, remetendo a culpa... para os argentinos.

«A história é muito sensível: desde novembro, desde o Mundial de San Juan, até ao dia de hoje não me deram notícias de nada, não responderam às nossas solicitações, não responderam às datas extras que demos para que pudessem participar. Pedimos os representantes argentinos, neste caso do continente americano para participar na prova, assim como os europeus, e enviámos a informação sobre o caderno de encargos para a realização da prova. Não são do outro mundo, mas é um caderno de encargos que tem de ser cumprido», começa por nos dizer Paniagua, lembrando conversas no Mundial.

«Em San Juan falaram comigo e disseram que queriam organizar, que iam reunir e preparar tudo, nós insistimos e nunca tivemos resposta. Como também não havia alguém para organizar, apesar dos clubes europeus se terem inscrito para participar e os argentinos não, dissemos que não havia ninguém para organizar a Taça Intercontinental e demos a prova como suspensa, pensando em estudar num novo formato e olhar para o futuro. Tudo isto foi entre novembro e meados de janeiro», realçou.

Ora, sem qualquer intenção formal, a edição 2022 da Taça Intercontinental parecia sem efeito. Até que o Valongo entrou na história, candidatando-se a receber a prova. A World Skate tratou de contactar os clubes argentinos que tinham o direito de participar na prova, já com a data definida devido aos compromissos das seleções europeias. Mas nenhuma resposta.

«Tudo isto aconteceu em março, enviámos a informação para os argentinos, para saber se participariam ou não, inclusivé perguntámos se queriam organização. Tinham de responder até ao fim de abril e não recebemos nenhuma resposta. Nenhuma. Foram informados os clubes, os argentinos, a federação argentina, o responsável da World Skate América, que é o senhor Daniel Martinazzo. Toda a gente estava informada. No final de Abril não recebemos nada, mas o um dirigente de um clube argentino pediu mais dez dias porque estavam a ultimar as coisas: demos doze dias e nada. Não responderam, nem sim, nem não», explicou-nos o chairman da World Skate.

A história, porém, não tinha terminado. Depois de anunciada a Taça Intercontinental, sem qualquer equipa sul-americana em prova, Carmelo Paniagua recebeu uma mensagem de Carlitos López, seguido de um contacto do presidente da UVT.

«No dia seguinte liga-me o presidente do clube (UVT) e explico-lhe que não responderam. Deu-me razão, que não tinham feito bem. Não íamos voltar atrás e abstive-me de todas estas situações. O que dizem são meias verdades, estão a manipular a questão. Não entro nessas discussões. Ficaría encantado com as equipas argentinas na Intercontinental, mas se não se inscreveram... não posso fazer nada.», finaliza Paniagua.

Assim, sem qualquer emblema argentino, a Intercontinental vai voltar a realizar-se em Portugal. Valongo é local, 17 é a data da finalíssima entre AD Valongo e Trissino. Com ou sem confusões à mistura.