Uma escorregadela que anima a luta pela Liga dos Campeões. Numa emotiva tarde de futebol no Bessa, um tento na compensação estragou os planos de festa Gverreira (1-1). Os minhotos ficam afastados da hipótese segundo lugar e ainda não fecharam uma posição de pódio, animando o leão para o clássico deste domingo contra o Benfica.
Apesar de duro, o desfecho vai ao encontro da produção cinzenta do SC Braga no jogo, frente a um adversário competitivo e que fez pela vida até ao último segundo. O Boavista voltou a mostrar positiva agressividade contra um adversário de topo, sinais de confirmação para o excelente trabalho realizado por Petit.
Intenções não faltaram no primeiro tempo, mas o mesmo não pode ser escrito sobre ação junto das balizas. Nos seus estilos habituais - o Boavista está cada vez mais solto contra este tipo de adversários -, as equipas dividiram o controlo, sem grande capacidade, porém, para definir com qualidade os lances prometedores que tiveram ao dispor.
Com indesejada ausência de última hora de Sequeira - Joe Mendes teve a oportunidade de ser titular -, os Arsenalistas procuraram bastante Bruma, a unidade mais inspirada nesta fase final da época. O extremo criou alguns desequilíbrios em drible, com um remate às malhas laterais a ser o principal momento de registo.
No lado axadrezado, Petit viu da bancada uma equipa organizada e a explorar a velocidade nos flancos. Com mais agressividade nas segundas bolas, o perigo podia ter chegado de forma mais assertiva. Aspetos a melhorar nos dois conjuntos, embora com responsabilidade superior dos minhotos, envolvidos na luta dos lugares cimeiros.
Para agrado geral - menos dos técnicos -, o encontro abriu no regressos dos balneários, com a intensidade a aumentar e mais espaços para serem explorados. Ainda assim, a tónica cinzenta dos visitantes continuou e Artur Jorge rapidamente foi ao banco, lançando três unidades na partida. Aposta que rapidamente provou ser certeira.
O jogo favorecia as suas características e Álvaro Djaló assumiu grande protagonismo neste filme. Já depois de ter ficado ligado a um lance perigoso, agitou mais tarde em velocidade e cruzou para o corte infeliz de Reggie Cannon, que terminou nas redes axadrezadas.
De forma meritória, o Boavista agarrou-se ao apoio dos seus adeptos e partiu em busca da reação, embora com o SC Braga - Ricardo Horta teve uma grande ocasião para selar o triunfo - de olho no contra-ataque. A explosão de alegria no Bessa acabou por chegar na compensação.
Com os axadrezados subidos no terreno, Abascal cruzou para um finalização acrobática de Yusupha, que ultrapassou a parede Matheus. Euforia de um lado, preocupação do outro. Olhos bracarenses agora concentrados no dérbi e o lamento do sábado não terminar em festa.
O Bessa apareceu em força e, do primeiro ao último segundo, reconheceu a entrega e qualidade que os Axadrezados colocaram no jogo. O tento de Yusupha foi um prémio justo neste último encontro da equipa de Petit em sua casa, na presente época. Bases lançadas para um crescimento deste projeto, com as Panteras Negras cada vez mais soltar neste tipo de encontros.
O SC Braga esteve com o pódio praticamente garantido, mas o desfecho na compensação acabou por castigar o jogo pouco conseguido da equipa de Artur Jorge. Perante a oportunidade de fechar já um lugar na Liga dos Campeões, esperava-se uma exibição bastante mais forte dos Gverreiros, estranhamente pouco dinâmicos.
O critério alargou ao longo do jogo, com Nuno Almeida a perceber que ao mesmo ritmo de cartões a partida não ia terminar 11 contra 11. Bem na análise aos lances mais complicados e nota positiva para os assistentes.