Na antecâmara de uma deslocação (para muitos apontada como decisiva) ao Estádio da Luz, para defrontar o líder do campeonato, o SC Braga não retirou o pé do acelerador e goleou o Portimonense por 1-4. Um jogo de domínio bracarense com maior intensidade na primeira parte e de uma gestão, embora demasiado tranquila, na segunda, levando a que o adversário conseguisse, somente, um golo de consolo e uns bons minutos iniciais ao regressar dos balneários. Os algarvios deixaram uma imagem pálida nos primeiros 45 minutos e mostraram-se impotentes para contrariar o poderio arsenalista.
Não há motivos para debate na primeira parte. Braga indiscutivelmente melhor, indiscutivelmente mais perigoso e dominador em todos os momentos. Acabou por marcar três e poderia ter feito mais.
O Portimonense não dava sinais de vida. O desespero era evidente face à estratégia colocada em risco desde o minuto... 2. A equipa não acertou nas marcações e o Braga apareceu de todos os lados, inclusive de bola parada, onde Iuri Medeiros teve nota artística.
Insatisfeito, Paulo Sérgio tirou o amarelado Lucas Ventura - entrada despropositada sobre Al Musrati - e colocou Rui Gomes para tentar espevitar os restantes colegas. A primeira oportunidade surgiu somente aos 35 minutos, num chapéu falhado de Welliton Jr, que antecedeu a um fortíssimo cabeceamento de Niakaté para o 3-0.
Ainda assim, antes do fim, numa jogada rápida, o Portimonense, através de um remate desviado, justificou a cartada certeira do treinador na primeira parte: pequeno oásis no deserto.
As sensações do primeiro tempo eram de tranquilidade. Artur Jorge retirou Al Musrati a pensar no jogo da Luz, mas essa tranquilidade aparente tornou-se inimiga do Braga, que baixou a intensidade global do encontro.
Do outro lado, as decisões não foram as melhores, mas Nakamura não se livrou de duas defesas apertadas. As paragens sucederam-se com frequência e os passes errados do Braga levaram a alguma frustração nas bancadas que passou a euforia quando Horta estabeleceu o 1-4.
O alargamento da vantagem permitiu que os arsenalistas gerissem (e ameaçassem nova alteração) o resultado sem sobressaltos. Vitória importante antes de uma deslocação importantíssima a Lisboa.
O Braga desta época é imponente e, apesar de um ou outro tropeção surpreendente, tem vindo a demonstrá-lo. É forte, ofensivo e pressionante. Vai ao Estádio da Luz com a moral em cima numa fase decisiva.
Retirando os instantes iniciais da segunda parte, a exibição do Portimonense foi para esquecer. Difícil de compreender como a equipa facilitou na marcação, no posicionamento e na pressão, deitando por terra, numa fase muito precoce, a estratégia delineada inicialmente.
Arbitragem competente de André Narciso, num jogo sem grandes lances complexos. Criterioso na admoestação de cartões.