Continuam a ser averiguadas as circunstâncias que levaram à não realização do terceiro jogo do play-off da Divisão Elite, entre Fonte Bastardo e Sporting. A situação está a ser analisada pelo Conselho de Disciplina da FPV, mas ambos os clubes já reagiram.
Em declarações ao jornal Record, Nélia Nunes, presidente da AJ Fonte Bastardo, explicou o que sucedeu no Pavilhão Vitorino Nemésio, momentos antes do encontro, que acabaria por não se realizar. Recorde-se que o Sporting alegou que vários dos seus atletas não estavam disponíveis, devido a «uma intoxicação alimentar».
«Foi tudo muito em cima da hora, 45 minutos antes, mas mesmo assim procurámos encontrar uma solução: propusemos ao Sporting adiar o jogo para esta quarta-feira. Começaram por colocar entraves, primeiro do hotel, depois das viagens de regresso. Fazendo o jogo 3 nesta quarta-feira, propusemos ainda que o quarto, que está marcado para sábado, em Alvalade, passasse para domingo e seria bom para as duas equipas, tendo em conta que ambas teriam de viajar para o Continente. Colocaram de novo entraves, se o pavilhão deles estaria disponível. Ou seja, ainda antes de saberem se teriam hotel, viagens e se o pavilhão estaria disponível, já estavam a colocar entraves», começou por dizer a dirigente.
«Ainda haveria uma outra proposta, fazer o terceiro jogo na próxima sexta-feira ou sábado, sendo que depois a haver um quinto jogo seria na Páscoa, o que poderia ser problemático por causa das viagens em período de férias», acrescentou, explicando exatamente o que aconteceu.
«O Sporting chega a um jogo 45 minutos antes e diz que tem oito jogadores doentes, sem qualquer comprovativo. O plantel fez o aquecimento, estavam lá todos e perguntei ao João Coelho [treinador do Sporting], nosso ex-jogador e ex-treinador e com quem temos ótimos relações, o que se passava, tendo em conta que os jogadores estavam a fazer o aquecimento. Ele disse-me que, pela equipa técnica e atletas, o jogo iria realizar-se, mas que tinham recebido ordem da Direção do clube para não o fazer. Entendo a posição da equipa face a essa ordem, mas é estranho», revelou, finalizando com a crença de que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) vai dar razão à sua posição. «caso não dê, vamos recorrer», assegurou.
Por sua vez, na sequência destas declarações, Paulo Cunha, coordenador do voleibol leonino, respondeu às acusações.
«Fica registado é que a Fonte do Bastardo recusou adiar o jogo. O Sporting não se revê neste tipo de atuações», começou por dizer, relembrando o «fair-play» tido pelos leoões na final four da Taça de Portugal, quando o clube açoriano sofreu vários atrasos nas viagens para Viana do Castelo.
«Aquando da final-four da Taça de Portugal, o Sporting foi o único clube que se mostrou disponível para aguardar pela Fonte. As relações entre os dois clubes sempre foram de máxima colaboração e disponibilidade e agora colocam em causa o facto de os nosso jogadores estarem doentes. Ainda hoje muitos deles foram ao hospital», justificou o dirigente, revelando que o clube vai fazer prova da doença do plantel.
«Vamos expor o caso à Federação, estamos a trabalhar nisso e por agora nada mais tenho a acrescentar», finalizou, em declarações ao jornal Record.