Os destaques do jogo na Luz, em que o Benfica goleou o Vitória por 5-1
João Mário está impressionante! Qualquer pessoa que tenha estado atento à sua carreira teria tendência para se referir a «uma fase» fulgurante do português, só que, por este andar, essa só terminará em junho. Que época incrível está a fazer! Esta tarde, mais do mesmo, a pautar todo o jogo da equipa e a fazê-lo nos timings que pretende: se quer pausar, fá-lo, se quer acelerar, também o faz. O terceiro golo das águias é perfeito para transmitir o que João Mário tem feito, com inteligência, aceleração, presença em zonas adiantadas e muita classe, até na hora de finalizar. Também marcou de penálti e ainda teve presença determinante no auto-golo de Dani Silva. Um jogaço! (Usámos muitos pontos de exclamação, porque tem de haver forma de enfatizar o número 20)
Costuma ser a carruagem mais adiantada e, se no início da época era notória a tendência para se perder entre os centrais, agora é evidente a sua inteligência na participação na manobra ofensiva da equipa, como se viu na assistência para João Mário. Além disso, continua com bom instinto de golo. Segue-se a pausa para a seleção e a curiosidade é saber se vai ser escolha número 1 para Roberto Martínez - condições para isso parece ter. E tudo se parece consumar para ser muito difícil ao Benfica mantê-lo nos carris da Luz na próxima época.
Qual responsável das máquinas, Neres foi, desta vez, menos vistoso, porque não aparece nos dados de golos e assistências, mas tão ou mais determinante que o normal. Esteve em três golos, sempre a meter a bola em quem assistiu: cruzou para o desvio de Rafa no primeiro, colocou em Ramos no terceiro e encontrou a diagonal de João Mário no quarto. Desta vez a partir da direita, mas igualmente móvel e dinâmico, concretizou a ideia de que está num bom momento.
Nesta versão benfiquista, Rafa não sabe ser de outra forma: é sempre a velocidade superssónica. A forma como procura o espaço e, aí, acelera o jogo é uma imagem de marca. Está a voltar à boa forma (alguma vez a deixou?) e foi importante na tal dinâmica que tanto falamos nos textos acima. Ganhou um penálti, foi astuto a desviar para Ramos no primeiro e nunca permitiu aos vitorianos relaxarem, mesmo quando congestionaram o corredor central.
Para segurar tanta velocidade, nada como um elemento que se evidencia pela resistência. Florentino é essa carruagem, quer pelo pulmão que tem, quer pela abrangência territorial que consegue. Foi o número um nas interceções, também foi nos desarmes e foi, ainda, muito eficaz nos duelos que travou. Estatísticas menos visíveis, mas realmente importantes. Mesmo não indo à seleção, prova que é dos melhores neste momento.
Dani Silva é um dos talentos emergentes no Vitória e no campeonato, pelo que este jogo foi uma exceção na regra que têm sido as suas boas exibições. Não necessariamente por sua culpa, pois, com a ausência de Bamba, Moreno optou por baixá-lo para central, uma posição que não é sua. Perdeu a equipa aí e também no meio, onde fez falta. Ficou ainda ligado ao caricato auto-golo, num claro exemplo de que, este sábado, esteve no sítio errado à hora errada.
Otamendi vai falhar o próximo jogo da Champions e deu para perceber que Morato o vai substituir, ao ter tido minutos. Não foram propriamente felizes, pois ficou mal na fotografia do golo vitoriano, quer por ter deixado Safira escapar, quer por não ter fechado a linha de passe. Serviu de alerta, num contexto em que não houve repercussões, para quando for a doer.
5-1 | ||
Gonçalo Ramos 13' João Mário 28' (g.p.) 36' António Silva 89' | Dani Silva 69' (p.b.) André Silva 79' |