Alvibranco 25-04-2024, 09:39
As figuras do jogo entre Arsenal e Sporting, a contar para a segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa.
Antonio Adán não é perfeito. O guarda-redes do Sporting já falhou bastante este ano, especialmente nas competições europeias e por isso é um dos principais motivos para que o Sporting esteja a disputar os oitavos da Liga Europa e não da Liga dos Campeões. O que foi perfeito, no entanto, foi o jogo do espanhol esta quinta-feira. Sofreu numa recarga, já depois de uma grande defesa, e foi imperial no resto do jogo. Ainda defendeu uma grande penalidade, para coroar uma noite inesquecível.
Por vezes parece difícil ser Pote. Ser o tipo de jogador que, mesmo após sido melhor marcador da Liga Portuguesa, tem de ir a um dos estádios mais temíveis do Mundo para atuar numa dupla de médios. Somar uns cortes interessantes, aqui e ali, mas existir quase exclusivamente em terrenos que não os prediletos.
Outras vezes parece muito fácil ser Pote. Ser o homem que remata do meio campo, já que só do meio campo pode rematar. E marcar, porque, se fores Pote, isso é algo que acontece com naturalidade.
Calcanhar de Xandão? É hora de passar o testemunho. Falemos, a partir de hoje, da «Buja do Pedro».
Que renascimento vive o capitão do Arsenal (na ausência de Odegaard, neste caso). De bode-expiatório que manda os próprios adeptos calar até ídolo, vai tornando a sua sétima temporada em Londres na melhor de todas... de longe. Foi monstruoso nos duelos e com bola não merece nada para além de elogios, já que soube complementar o miolo tanto com Jorginho como com Partey. E marcou um golo, já agora.
A ciência diz-nos que o diamante é o material mais duro que pode ser encontrado na natureza. Deixa uma marca em tudo o que toca, mas segue ileso, na sua imponente pureza. Ousmane Diomandé também é um pouco assim. Foi importante durante 120 minutos, sendo um dos jogadores em campo que somou mais ações com bola. Decisivo, no momento em que cortou uma bola na linha de golo. Tem 19 anos e jogava no Mafra? Surreal.
Quando Jeremiah St. Juste está em campo o jogo é diferente. Menos previsível, menos maçador. Muito mais divertido. Impressiona a cada jogo pela incrível aceleração (quase assustadora), que é ainda mais impressionante tendo em conta as dimensões da moldura do jogador.. Mas o melhor é a forma como a aplica para ajudar a equipa, na defesa e no ataque, mascarando as debilidades dos colegas.
Hoje, o Arsenal descobriu Manuel Ugarte. Podia ter tido o preview no fim de semana, se João Palhinha não tivesse suspenso para o duelo entre os gunners e o Fulham (o uruguaio está a virar uma fotocópia do mentor...), mas acabou por experienciar só na quinta-feira a oposição de um médio defensivo deste calibre. Ficou mais tímido depois do cartão amarelo (questionável, o primeiro) e acabou expulso, mas a sua saída não teve impacto no desfecho.
Marcus Edwards já mostrou à Europa o que vale. Já brilhou em Alvalade e no norte de Londres, na casa da sua antiga equipa (e maior rival do Arsenal), mas não conseguiu magoar os gunners da mesma forma que magoou o Tottenham. Nunca conseguiu embalar em drible - nem um único Ankara Marcus - e acabou mesmo por ficar ligado a lances de desperdício que podiam ter custado caro.
Jogos assim fazem com que os adeptos ingleses comecem a questionar a contratação de Fábio Vieira e os valores da mesma. É isso que, de facto, já está a acontecer nas redes sociais, entre adeptos do Arsenal e de clubes rivais. Em Portugal sabemos aquilo de que este jogador é capaz, mas a verdade é que hoje viveu um dia francamente mau. Não teve impacto no jogo e desapareceu durante a sua maioria, até dar o lugar a Odegaard e ver, desde o banco, tudo a mudar.
1-1 (3-5 g.p.) | ||
Granit Xhaka 19' | Pedro Gonçalves 62' |