Em conferência de imprensa de antevisão, Sérgio Conceição revelou alguns detalhes do seu plano para enfrentar o Inter de Milão, na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, e justificou o silêncio nas últimas semanas.
«Há muitos jogos entre as mesmas equipas, mas nunca são iguais. A estrutura do Inter depende dos jogadores que jogarem e o jogo depende do que nós fizermos ou para onde queremos, estrategicamente, levar o jogo. Vai ser um jogo equilibrado e muito difícil, contra uma equipa recheada de bons jogadores, de diferentes seleções conceituadas. Temos noção das dificuldades. Conhecemos o adversário, mas sabemos o que temos de fazer. É uma equipa intensa, pressionante, agressiva e inteligente no jogo», começou por referir o técnico portista, enquanto nomeou vários dos elementos do plantel nerazzurri.
«O que me importa é ganhar... com bombo, com concertina, com violino ou ópera. Isto é como a posse de bola - mais apoiada, mais ligada, 70 passes para chegar à área rival, ou em dois ou três passes chegar até à área. Para mim, jogar com 70 passes até à área dá-me sonolência.»
Sobre as opções para o encontro, Sérgio Conceição foi direto ao assunto. Não revelou se Mehdi Taremi e Toni Martínez atuarão como titulares em conjunto, mas afirmou que João Mário está mesmo fora do duelo.
«No plano defensivo, é preciso perceber que o Inter tem muita gente a jogar por dentro. Temos de preparar o jogo consoante o que somos como equipa e acho que, neste tipo de jogos, os jogadores têm de estar confortáveis. Se mudarmos muito, pode não correr tão bem», afirmou, dizendo que estava «a levantar o véu» sobre o que o FC Porto pode fazer amanhã, no Estádio do Dragão.
Sérgio Conceição Liga dos Campeões 2022/23 |
«O meu crescimento tem que ver com os desafios que vamos tendo com os jogadores, com as mudanças no plantel. Com fugir ao que eu gosto como sistema de jogo e ir à procura de outras opções, consoante os jogadores. Isso faz com que um treinador cresça. Quero crescer e aprender todos os dias até ao fim da minha vida. O saber é maravilhoso - até com o tratador da relva nós aprendemos. Se me perguntar qual o futebol que mais gosto de ver, que não me deixa sonolento, é o alemão. Mas passei os anos mais bonitos da minha carreira como jogador em Itália», confidenciou, depois de ser colocado em hipótese o cenário de partir para outro clube europeu.
Questionado, ainda, sobre a ausência das conferências de imprensa e sobre o silêncio, Sérgio Conceição justificou com «o ruído que existe no futebol português». «Por vezes, calados fazemos um grandíssimo discurso. Acha que em Portugal o ruído vai acabar? Tudo teve a ver com a derrota com o Gil Vicente. Vocês viram o que aconteceu. Eu deveria ter feito mais, os jogadores também. A equipa de arbitragem também poderia ter feito mais e melhor. Fala-se muito, mas, de futebol, fala-se muito pouco.»
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