placardpt
    Entrevista de Rui Miguel Tovar

    Aloísio: «Bastava o Vítor Baía dizer ‘é minha’ a sair dos postes e estava o assunto arrumado'»

    Então? Inter vs FC Porto. É já ali, ao virar da esquina, na quarta-feira. Pois é, vai daí falámos com Aloísio. Fixe, fixe. Claro que é fixe! Ainda por cima o homem joga nos dois clubes. O Aloísio no Inter? Ah pois, Inter de Porto Alegre. Vá lá, é Carnaval e ninguém leva a mal.

    Vamos lá? Siga a marinha, que Aloísio espera-nos numa praia com pouca rede, via Whatsapp.

    Aloísio, tudo bem?

    Tranquilo, Rui, e por aí?

    Tudo jóia. Esta entrevista é para o zerozero, conhece?

    Claaaaaro. Tenho uma agência de jogadores e, quando quero saber de alguém, clico no vosso site e tenho a matéria toda. Perfeito, bom saber.

    Pois, foi através do zerozero que percebi a tarde e más horas que o Aloísio tinha sido campeão mundial sub-20. Desconhecia de todo.

    Ahahahahah.

    Foi quando mesmo?

    1983.

    E onde?

    México.

    Com quem?

    Argentina, 1-0 de penálti.

    Uyyyyyy.

    Ahahahah, penálti mesmo. Marcou o Geovani, craque do Vasco naquele tempo. Ele foi eleito pela FIFA o melhor jogador e foi, de quebra, o melhor marcador. Ganhou os dois troféus.

    A final foi no Azteca?

    Isso mesmo, cheio, cheio, cheio. Muitos brasileiros, dava para ouvi-los antes, durante e, sobretudo, depois. Foi uma tarde memorável, é daqueles momentos que marcam qualquer carreira.

    E o Aloísio jogou?

    Olha, comecei a titular nesse Mundial e marquei o Van Basten num 1-1 contra a Holanda.

    Maravilha.

    Já era um cara diferenciado, toque de bola, desmarcação, elegância.

    E depois?

    Vi dois amarelos na fase de grupos e fiquei suspenso, voltei para jogar os quartos-de-final e a meia-final. Na palestra da final, o treinador Jair Pereira disse-me que ia ser suplente.

    Uischhh.

    É, foi difícil de gerir as emoções. Na hora, fiquei sem chão, sabe?

    Claro, nem imagino.

    Mas, depois, nem um minuto depois, pensei na equipa, nas opções e na conversa do treinador, e temos de aceitar para todos remarmos na mesma direcção. Só se ganha assim, com todo o mundo a apoiar-se uns nos outros, e a verdade é que deu certo. Depois de ganharmos o Sul-americano, ganhámos o Mundial.

    Ai também ganharam o Sul-americano? 

    Nesse ano de 1983.

    Onde?

    Bolívia.

    Eiscchhh, lá em cima.

    Ahahah, nem mais, La Paz.

    Com quem?

    Argentina.

    De novo?

    Éééééé.

    E que tal?

    Olha, Rui, foi um jogo bem complicado, nem sei se chegou a acabar.

    Hein?

    Ahahah, ouviu bem, Rui.

    Como assim?

    Era uma final quadrangular, com Uruguai, Argentina e Bolívia. Os três primeiros passavam ao Mundial e nós já estávamos apurados, só que ainda íamos jogar com a Argentina no último jogo. Por coincidência, o jogo valia o título. A nós bastava empate, eles tinham de ganhar.

    E como foi?

    Marcámos primeiro, de livre direto. Eles empataram num remate de longe e fizeram o 2:1 de penálti, ainda antes do intervalo. Na segunda parte, dois penáltis para nós e virada para 3:2, com bis do Geovanni.

    E?

    Na comemoração do 3-2, o Dunga virou-se para os argentinos e disse qualquer coisa como «perderam as Malvinas, agora perdem com o Brasil»

    Eischhhhhh.

    Pois é. Na altura, a guerra das Malvinas entre Argentina e Inglaterra estava no auge e o conflito virou sangrento. Foi o rastilho, desatou tudo à pancadaria.

    Pois, estou a ler num site brasileiro que o jogo acabou nessa hora e a federação sul-americana deu o título ao Brasil na hora.

    Então o jogo não acabou, mistério resolvido.

    Que história.

    Outros tempos.

    Qual era a vossa defesa?

    O guarda-redes era o Hugo, então no Flamengo, que depois jogou aí em Portugal. Os quatro da defesa eram Heitor à direita, Jorginho, futuro campeão mundial em 1994, à esquerda. No meio, eu e Bôni. Na decisão do Mundial, joga o Guto.

    Chiça, quatro em cinco jogam em Portugal.

    É uma selecção muito boa, ganhámos sul-americano e Mundial desse ano 1983 sem qualquer derrota. Isso diz muito sobre a nossa qualidade. Além disso, foi o primeiro Mundial de sempre do Brasil, é outra memória agradável que perdurará no tempo.

    O Aloísio jogava no Inter, como o Dunga. Como é que chegou lá?

    Foi um sonho tornado realidade, nunca pensei chegar ao Inter, o meu clube do coração, Costumava ouvir os relatos do Inter pela rádio todos os fins de semana e, de repente, estava a jogar lá. Tinha começado no Grémio Esportivo, lá na minha cidade de nascimento, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, e a admiração pelo Inter tem a ver com a conquista de títulos de campeão brasileiro nos anos 70. Foram três (1975,1976,1979) e jogava lá o Falcão, craque intemporal.

    Pois jogava, e o Figueroa.

    O Figueroa, que central. Chileno, e marcou o golo do título em 1975 ao Cruzeiro. Memórias inesquecíveis.

    O Aloísio passa uns anos no Inter e apanha alguns craques do futuro, como Taffarel.

    Verdade, o Taffarel chega no meu segundo ou terceiro ano. Foi para lá para um estágio. No terceiro treino, subiu ao escritório do presidente e assinou logo pelo Inter. Bom demais, o passado fala por ele.

    Mas não chegou ao Barcelona, como o Aloísio.

    Ééé, aí fui abençoado.

    Porquê Barcelona? E como, já agora?

    É daquelas coincidências da vida. Foi em 1987, já estava bem entrosado no Inter e fomos jogar na Europa, entre Portugal, Espanha, Gales, Escócia. Foi precisamente na Escócia que o Inter ganhou o primeiro torneio na Europa, em Glasgow. Na ocasião, ganhámos 2-1 ao Ajax do Cruijff e também ganhámos ao Rangers, nos penáltis. Joguei a titular nos dois jogos e o Cruijff deve ter gostado de mim, ahahah. O Barcelona fez a proposta e eu fui sem pestanejar.

    Cruijff, grande ídolo.

    Nem dá para imaginar. Como jogador, artista, rei e revolucionário. Como treinador, um homem aberto e disciplinador.

    Pode explicar?

    Com certeza. Aberto porque estava sempre disponível para os jogadores. Se quiséssemos falar, ele encontrava sempre jeito. E disciplinador porque ele tinha as suas ideias tácticas. Quem não as cumprisse à risca, saía do time. E tinha outra.

    Então?

    Nunca ia para o meio.

    Como assim?

    Aqui dizemos roda de bobinho, aí como é que é?

    O quê, em concreto?

    Uma série de jogador a rodar a bola e um ou dois a tentar roubá-la.

    Ahhhh, meeinho.

    Isso, meeinho. O Cruijff adorava participar e nunca, nunca mesmo, perdia a bola. Com ela no seu pé, esquece.

    Maraviiilha. De resto, como foi em Barcelona?

    Bom demais, pensei que fosse complicado adaptar-me a um país novo e a uma língua diferente, mas tive o apoio de muita gente, como Zubizarreta, Bakero, Begiristain, Alexanco, e saí-me bem.

    E desportivamente?

    Ganhei uma Taça das Taças no primeiro ano e uma Taça do Rei no segundo.

    Mais, conte mais.

    A Taça das Taças foi com a Sampdoria, 2-0.

    Grande Sampdoria.

    Grande mesmo, enorme. Tinha o Vialli e o Mancini, por exemplo.

    O Aloísio viu um amarelo no primeiro minuto, não foi?

    Foi, isso mesmo, ahahahah. Acho que entrei a rasgar porque o Boskov, treinador da Sampdoria, passou a semana a dizer que o lado direito do Barcelona era o mais fraco e tal. Como jogávamos com três centrais e era eu mais à direita, aquilo mexeu comigo. Na primeira oportunidade, dei uma dura no Vialli e vi o amarelo. Passados uns minutos, o Vialli passou para a esquerda. Acho que aquele amarelo deu resultado, ahahah.

    E a final da Taça do Rei?

    Sensação única, ganhar a taça ao Real Madrid. Embora tenha saído lesionado ainda na primeira parte, levantei a taça e fiz parte da final. Foi uma satisfação enorme, estamos a falar de uma rivalidade entre clubes, cidades, regiões e culturas. É muita coisa ao mesmo tempo.

    Nessa época, o Aloísio tinha sido expulso no Bernabéu, certo?

    Pooois foi, no último minuto. Foi um clássico meio tumultuado, o Cruijff também foi expulso. Perdemos 3-2 e fui expulso por ter encostado a cara no Martín Vázquez. Ele fez teatro e o árbitro foi na conversa. Meses mais tarde, encontrámo-nos todos na final da Taça e aí ganhámos nós.

    Foi como uma despedida?

    Aloísio e Stoitchkov @Getty /

    Por essa altura, já sabia que ia sair do Barcelona. Aliás, o Cruijff falou comigo uns meses antes para me dar tempo de encontrar um clube. É outro tema do Cruijff, a seriedade e a antecipação. Ele queria contratar um avançado estrangeiro.

    Quem?

    Stoitchkov.

    Uyyyyy, lindo. E quem já lá estava?

    Koeman e Laudrup

    Uyyyyy, duplamente lindo.

    Koeman é Koeman, liderança e golos. Laudrup é Laudrup, magia ilimitada. Foi um dos melhores com quem joguei. Jogava de olhos fechados, incrível.

    Na época anterior, quem eram os estrangeiros?

    Além de mim, o paraguaio Romerito e o inglês Lineker.

    Eischhh, o Lineker. Bom de bola?

    Bom? Óptimo. Como pessoa, ídolo do meu coração. Gente fina demais, simpático por natureza, conversador nato, dominador do castelhano e catalão, sempre com uma piada na ponta da língua. Reencontrei na minha primeira época no Porto.

    Ai sim?

    Tottenham vs FC Porto, Taça das Taças. Ele marcou-nos dois golos em White Hart Lane. Ele dominava e controlava tudo e todos dentro da grande área, o título de melhor marcador do Mundial-86 confirma-o em absoluto.

    Recuo um pouco na narrativa. O Aloísio foi o capitão do Barcelona nessa Taça do Rei 1988-89?

    Exacto, um jogo decisivo em Camp Nou com o Racing. Ganhámos 3:2 e entrei como capitão. Só depois, anos depois, é que percebi que fui o primeiro negro no Barcelona.

    Histórico.

    Momento lindo e único da carreira.

    Decisão do Cruijff?

    Claro, quem mais? Ele gostava de mim e queria dar-me voz dentro de campo. Achava que eu falava pouco, ahahahah.

    Também nessa época 1988-89, há dois Barcelona-Milan para a Supertaça europeia. Que tal?

    O Milan estava à frente, muito forte. Empatámos em casa, perdemos lá em San Siro.

    Vi as imagens do 1:1 em Camp Nou, o golo de penálti do Milan é uma falta do Aloísio.

    A sério, não lembro mais.

    A sério?

    Sério mesmo, ahahah.

    Falta sobre o Massaro.

    Tu é que sabes. Esse Milan jogava de memória, parecia jogo de xadrez. A gente se deslocava para um lado, eles acompanhavam-nos milimetricamente. Incrível, esse time.

    Então o Cruijff dá luz verde e tu recebes propostas de clubes?

    De umas equipas espanholas, sim, mas queria aventurar-me em Itália. O meu sonho era Itália, o maior campeonato do mundo. Só que não. Meteu-se o Montpellier e ainda falei com eles. Depois, a meio desse processo, meteu-se o FC Porto.

    E?

    Lembro-me perfeitamente, era uma segunda-feira e apareceu à minha frente o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.

    E?

    Falou do interesse. Conhecia o clube, claro, e o campeonato português, óbvio. Até porque convivi com muitos brasileiros no Inter que já tinham jogado aí ou que iam para lá. O presidente convenceu-me à segunda.

    E que tal?

    Assinei por três, acho, na esperança de terminar o contrato aos 29/30 anos e ainda ir a Itália.

    E depois?

    Assinei por mais três, depois dois, depois um, depois um, depois, depois Nunca mais saí do FC Porto, ahahahahah.

    Onze anos seguidos no Porto, 747 jogos, 18 golos e 19 títulos. É dose.

    Ahahah, foi bom demais.

    Marcou em duas finais da Taça de Portugal.

    A primeira vez ao Sporting, 2-1 na finalíssima em 1994. Foi de penálti, mão do Peixe. A segunda vez ao Braga, 3-1 em 1998, de cabeça.

    Sete vezes campeão.

    O penta marca qualquer um. É um trabalho longo e uma sequência inédita aí em Portugal.

    E muitos treinadores. Artur Jorge, Carlos Alberto Silva, Bobby Robson, António Oliveira, Fernando Santos.

    O Artur era muito profissional, não deixava nada ao acaso e a gente já entrava a ganhar. O Carlos Alberto Silva já o conhecia das Olímpiadas-88.

    Pois foi, o Aloísio foi prata.

    Issooo, perdemos na final com a URSS. Mas tínhamos uma super selecção, com Romário na frente.

    Onde foi, Seul?

    Issoooo. Havia alguma tensão entre a Coreia do Sul e a do Norte, então a nossa selecção foi bastante protegida pelas autoridades. Imagino que tenha acontecido com todas, com a nossa nem nos deixavam sair por aí. Todos fizemos uma vida bem pacata.

    Todos, mesmo o Romário?

    Ahahahah, até o Romário se portou bem. Te garanto.

    Se tu dizes, acredito.

    Ahahahah. O Romário era levado. Dentro do campo, digo. Ahahah. Que fenómeno. Aquilo que ele fez no PSV e no Barcelona, fenómeno.

    Estavas a falar dos treinadores.

    Pois era, pois era. O Bobby Robson era muito engraçado na maneira de ser e tinha bons adjuntos, Inácio, Mourinho e André. Duas pessoas da casa e uma da sua confiança, também da casa. Costumo dizer que o Robson era bom técnico e bom treinador. Digo isto porque acredito que uma coisa é ser técnico e outra é ser treinador. E o Robson conciliava essas duas partes de forma perfeita.

    E os seguintes?

    O Oliveira encaixou bem na sua filosofia e tinha o seu jeito irreverente de ser. Ainda me lembro daquela noite em San Siro, com Drulovic e Jardel no banco. Quando os soltou, virámos de 2-1 para 3-2. Épico. O Fernando Santos foi o treinador do penta. Também há o Ivic, conseguimos com ele um apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Nunca mais me esquecerei de um jogo em Roterdão, com o Feyenoord. Começámos com seis ou sete defesas [João Pinto, Fernando Couto, Zé Carlos e Aloísio cá atrás, Jorge Costa a 6, Secretário e Rui Jorge a tapar as alas] e segurámos o 0-0 até ao fim. Também jogámos assim em Alvalade e ganhámos ao Sporting. Era um treinador curioso, o Ivic.

    Qual o jogo inesquecível?

    O jogo, só um, é impossível. Em 11 anos, é impossível. Há imensos, como o 5-0 na Luz, o 5-0 em Bremen. E há jogos em que tudo funciona de forma perfeita como um 3-1 ao Benfica nas Antas, já na era Fernando Santos. Nesse caso, bateu certo tudo aquilo que foi treinado durante a semana.

    Pois.

    O FC Porto evoluiu bastante nesses 11 anos. Imagina só: quando cheguei, o Sporting tinha mais títulos de campeão [16-11] e, quando saí, em 2001, o FC Porto já estava à frente [18-17]. E há as Taças de Portugal, ganhei cinco. E as Supertaças, ganhei sete. E as campanhas na UEFA, chegámos três vezes aos quartos-de-final e uma à meia-final.

    Essa meia-final é a da Liga dos Campeões 1994 em Camp Nou?

    Issoooo.

    Que se passou nessa noite?

    Tudo correu mal para nós e bem para eles. Antes do jogo, o Mourinho bateu na porta do meu quarto e chamou-me para falar com o mister Robson. Cheguei lá e tivemos uma conversa. Eles achavam que eu era o homem indicado para travar o Stoitchkov, pela minha personalidade, pelo conhecimento do estilo de Cruijff pelo meu passado barcelonista e também pelo conhecimento do próprio Camp Nou, mais uma vez pelo passado. Acontece que deu tudo para o torto e Stoitchkov marcou dois golos na primeira parte. Foi um episódio, nada mais.

    O Stoitchkov era tramado.

    Já o conhecia bem, a ele e ao Kostadinov. Apanhei-os ainda no CSKA Sofia, na tal Taça das Taças 1988-89. Ganhámos, nós do Barcelona, os dois jogos, mas foi um inferno enfrentar esses dois. Ambos rápidos demais, com bola. Imagina sem.

    Não imagino.

    Ahahahahah. O que sofri com o Kostadinov nos treinos. Sem bola, era mais rápido que o Stoitchkov.

    E o Domingos, ao lado do Kostadinov?

    Era a subtileza em pessoa, jogava muito bem tanto com o pé direito como como o esquerdo e desarmava-te facilmente com aquelas fintas de corpo à entrada da área.

    O Aloísio também é capitão no FC Porto, como se sentiu?

    Outro momento intenso, claro. O mais intenso é o levantar da Taça de Portugal, em 1998. Ainda por cima, marquei o primeiro golo dessa tarde. Onze anos num clube dá para viver muita coisa.

    Outra que me lembrei agora, marcador oficial de penáltis. 

    Verdade, na era Robson. Nós, jogadores, tínhamos uma regra: se falhássemos dois penáltis, passávamos ao outro. Falhei dois em sete.

    A sério, não me lembro de nada.

    Nos tempos de FC Porto @Getty / Getty Images

    O primeiro na Madeira, com o União, num jogo muito quente. Acabámos com nove [expulsões de Secretário e Rui Jorge] e eles também [outra expulsão e a tal lesão de Latapy sobre Jokanovic]. Pelo meio, atirei um penálti ao lado. Ou por cima? Já nem lembro direito, sei que foi fora, nem à baliza foi. O segundo foi em casa, com o Benfica. Defendeu o Preud’homme. Passei ao outro.

    Quem?

    Domingos, acho. É, foi o Domingos. É ele quem bate o penálti do título de campeão, em Alvalade [1-0 vs. Sporting]. Depois, mais à frente, já na época de despedida em 2000-01, voltei a marcar penáltis. Com sucesso, ahahahah.

    Conviveu com muitos defesas-centrais ao seu lado.

    Muitos, e bons. Vi nascer muita gente, como Fernando Couto e Jorge Costa, que chegaram ao Porto vindos de empréstimo e encaixaram-se muito bem. Aliás, os números do Fernando e do Jorge dizem tudo. Chegaram bem longe na selecção portuguesa e isso já diz tudo. Há outros, claro: José Carlos, Lula e João Manuel Pinto.

    E guarda-redes?

    Muitos, e bons.

    Uns melhores que outros, não?

    O Vítor [Baía] era imbatível. Bastava ele dizer ‘é minha’ a sair dos postes e estava o assunto arrumado, nunca mais nos preocupávamos com esse tipo de lances.

    E do meio-campo para a frente?

    Muitos craques, nacionais e internacionais. Homens de barba rija, como vocês dizem aí. Há pouco falei de um jogo com o União, na Madeira. Lembro-me de outro jogo na Madeira, só não me lembro se foi com o União, o Nacional ou o Marítimo. Só sei que o André chegou ao balneário a sangrar da boca. Como ele mordia a língua a jogar à bola, rasgou a língua quase toda. O Rodolfo coseu-lhe a língua e o André lá foi para a segunda parte. Sabe o que aconteceu?

    Nem ideia.

    Voltou a rasgar a língua e comeu os pontos todos, ahahahah. O André era tramado

    E adversários mais complicados?

    Muitos, imensos.

    Benfica, Sporting, Boavista?

    João Pinto era um quebra-cabeças porque sabia sair com a bola controlada na situação mais complicada, mesmo apertado por dois ou três.

    E outros centrais?

    Ricardo Gomes era um óptimo cabeceador. Conheci-o na selecção, passámos 15 dias juntos numa digressão na Austrália em 1989, acho, e, depois, reencontrei-o no Benfica.

    E o Mozer?

    Fazia faísca, mais com o Couto, ahahahah.

    Última pergunta que já se faz tarde, o seu ídolo?

    Luizinho.

    O do Sporting?

    Issooooo, craque demais. Jogava muito, conheci-o no Atlético Mineiro. Depois defrontei-o aí, em alguns Sporting-Porto. Inesquecível, a sua maneira de conduzir a bola com a cabeça levantada.

    Mil obrigados Aloísio, grande abraço.

    Tudo de bom para você e para todos vocês.

    Brasil
    Aloísio
    NomeAloísio Pires Alves
    Nascimento/Idade1963-08-16(60 anos)
    Nacionalidade
    Brasil
    Brasil
    PosiçãoDefesa (Defesa Central)

    Fotografias(3)

    Comentários

    Gostaria de comentar? Basta registar-se!
    motivo:
    DaKlaw
    2023-02-20 21h55m por One82
    Eu sei que tu não te lembras mas nessa época que o Baia defendeu "dentro da baliza", como tu dizes o Benfica foi campeão mas eu puxo o filme só 4 anos atrás, na época 1999-2000, o Bossio defendeiu COMPROVADAMENTE e visto por todos um canto directo do Clayton dentro da baliza e nesse ano o Porto não foi campeão, muito por culpa desse jogo.
    LOL
    2023-02-20 21h24m por DaKlaw
    A sair dos postes, no meio dos postes e até dentro da baliza Baía defendia tudo 😂. Até os árbitros fechavam os olhos.
    Gil Vicente
    2023-02-20 20h03m por VerdeRubro
    Julgo que o Bluestorm está a se referir ao Rolando, grande figura e capitão do Porto nos anos 60/70.
    Isto é Valor Invicto
    2023-02-20 19h26m por PORTISTA-HONESTO
    Obrigado por estas publicações a valorizar o Grande FC Porto.
    Vamos ser Campeões Nacionais novamente. Tudo leva a crer pela postura da Equipa.
    Seguramente que aqui na Liga dos Campeões vamos fazer Figura Digna de Campeões.
    Tanto no Campeonato Nacional e na Champions estamos fortíssimos o que origina a tal confiãnça que falta aos outros. O Porto Só EStá habituado a ganhar , nem que seja no último segundo e no último minuto e disso ninguém duvida. Os nossos jogos têm que terminar com Festejo Azul , seja como for, CARREGA PORTO
    Aloisio
    2023-02-20 16h25m por moumu
    Lider de uma defesa de ferro com Baia a GR, lembro-me de um FCP penta várias vezes com poucos golos sofridos.

    OUTRAS NOTÍCIAS

    Liga BETCLIC
    Antevisão
    Lobos de Arouca vão a Barcelos
    No pós-feriado, volta o futebol de Primeira Liga. Na reta final, Gil Vicente e FC Arouca dão o pontapé de saída na primeira das últimas quatro jornadas. Se, de um ...

    ÚLTIMOS COMENTÁRIOS

    RA
    raguar 25-04-2024, 23:26
    Sir_jaof 25-04-2024, 22:57
    DietmarVonKrieg 25-04-2024, 22:29
    Maxaqueen 25-04-2024, 22:29
    TheBlankSpace 25-04-2024, 22:26
    Sir_jaof 25-04-2024, 22:17
    FL
    flaviebse 25-04-2024, 22:07
    Schmyokeres 25-04-2024, 22:04
    LS
    lsm2 25-04-2024, 21:51
    OJaime_Pacheco 25-04-2024, 21:27
    AS
    asa_scouting 25-04-2024, 21:15
    A_Drifter 25-04-2024, 21:10
    AS
    asa_scouting 25-04-2024, 21:09
    JS
    jsilva77 25-04-2024, 20:52
    Vic-54 25-04-2024, 20:39
    moumu 25-04-2024, 20:29