Meio complexo

A hora é convidativa e o sol de inverno promete, mas há perigos inegáveis em jogo. E não, não falamos das baixas temperaturas. O campeão volta ao conforto do lar, embora com uma questão desconfortável: as várias ausências a meio-campo fazem com que Sérgio Conceição tenha de ser criativo e alternativo.

Aí reside o primeiro ponto de interesse deste jogo. Bruno Costa seria, há uns meses, a solução natural, mas é notória a rutura com o treinador, que o levou a jogar (e marcar) pela equipa B. Sobra André Franco, perante as lesões de Eustaquio, Grujic e Otávio e o castigo de Bernardo Folha. O ex-Estoril vai, ao que tudo indica, ter uma oportunidade ao lado de Uribe, o que até pode significar maior permeabilidade defensiva, mas que garante criatividade na construção e no último terço.

Mesmo que a solidez a meio possa não ser a mesma, vai ser complexo para o adversário conseguir marcar. Desde o pós-Mundial, os dragões fizeram oito jogos e não sofreram em seis - quando aconteceu, foi em goleadas, aplicadas a Arouca e Famalicão. Isto porque Pepe e Marcano têm estado irrepreensíveis na retaguarda, tanto que não dão hipóteses a Fábio Cardoso e David Carmo.

Para o Vizela, a tarefa é hercúlea. Desde o regresso à primeira, este vai ser o sexto jogo contra os dragões e todos os anteriores acabaram com derrotas. A última já com Manuel Tulipa, o novo técnico, que tem sido constante nos resultados: bons em casa, maus fora. É, ainda assim, uma equipa a passar por um momento de confiança, apenas com a baixa de Anderson na defesa, e a tentar a surpresa num palco onde só perdeu.