Bastou uma horita, ou Morita se preferirem, de um grande Sporting, a grande nível tático e exímio no capítulo defensivo, para aproveitar a descaracterização do SC Braga e somar uma importante e esclarecedora vitória por 5-0, reaproximando-se do pódio da Liga Portugal Bwin.
Horas depois do fecho do mercado de inverno, Sporting e SC Braga encontravam-se em Alvalade, para o campeonato, com novidades dos dois lados. Do lado leonino, Rúben Amorim já não podia contar com Pedro Porro, que se transferiu para o Tottenham, e chamou ao onze Ricardo Esgaio, mas a grande novidade foi a titularidade de Chermiti, perante a ausência por castigo de Paulinho. Já do lado bracarense, Artur Jorge, que também perdeu Vitinha no fecho de mercado, viu-se privado novamente de Ricardo Horta e apostou numa frente de ataque com Banza e Abel Ruíz.
Ao contrário do que vem sendo habitual, o SC Braga apresentou-se em Alvalade em 3x4x3, havendo algum encaixe tático, pelo menos teórico, entre as duas equipas. Contudo, a defender os bracarenses baixavam claramente as linhas e passavam a desenhar-se num 5x4x1, com Banza sozinho na frente, para tentar controlar melhor a largura imposta pelo Sporting.
Os comandados de Artur Jorge até entraram bem e através de Banza, que atacou em o espaço entre Inácio e Coates na direita, quase marcavam a abrir, mas esta foi das poucas ocasiões onde deram aso da sua graça. É que o Sporting acordou com esse aviso e foi controlando de forma exímia a profundidade a partir daí, praticamente anulando a presença de Abel Ruíz e Iuri Medeiros nas alas (Victor Gómez e Sequeira também pouco interventivos). Além disso, Ugarte e Morita, no miolo, e Coates, com Banza, foram tapando tudo o que havia para tapar pelo centro e apenas Musrati, na meia distância, aparecia a espaços.
Ora, apenas nove minutos chegaram para o Sporting chegar ao golo, por Morita, num canto estudado, e desde aí só deu Sporting. Os leões souberam sair bem da primeira zona de pressão do SC Braga e foram explorando a profundidade, com Chermiti a dar mais velocidade do que habitualmente Paulinho dá. As oportunidades nem foram muitas, mas quando surgiam, era do lado leonino, até porque o Sporting ia controlando sempre bem o aglomerado de jogadores bracarenses no meio e anulando a construção a partir de trás adversária. 1ª parte taticamente exímia do Sporting.
Depois de uma 1ª parte que deixou a desejar, esperava-se uma reação forasteira, mas a verdade é que bastaram x segundos para o Sporting ampliar a vantagem. O SC Braga foi apanhado a dormir na defesa, ainda ficou a pedir uma falta, mas Nuno Almeida nada assinalou(embora haja dúvidas). Matheus ainda impediu o golo numa primeira instância, por Pote, mas na recarga, Morita voltou a fazer o gosto ao pé e bisou. Como se isso não chegasse, três minutos depois Niakaté viu o segundo amarelo, e consequente vermelho, por protestos relativos a uma falta...que foi assinalada pelo árbitro. Péssima entrada do SC Braga.
A partir daqui, os Gverreiros tiveram que se reajustar rapidamente em campo e tentaram assumir um 4x4x1, mas o Leão cheirou a fragilidade momentânea e foi com tudo para cima do SC Braga. As investidas foram-se acumulando e Matheus ia salvando a sua baliza, mas o golo do Sporting parecia inevitável e acabou mesmo por acontecer, aos 61'. Pote aproveitou o espaço, deixou em Edwards e este cavalgou pelo meio, usando Chermiti a arrastar marcações, até rematar para o 3-0.
Depois de uma entrada a todo o gás, o Sporting continuou a pressionar alto, mas com bem menos intensidade e isso, aliado à entrada de André Horta, estabilizou um pouco o jogo, disputado num ritmo um nível abaixo do visto até então. Ora, isto soltou um pouco mais o SC Braga, que com o regresso ao sistema habitual (mesmo com menos um) e a entrada de Rodrigo Gomes (e o reforço Joe Mendes) para a linha, finalmente se aproximou da baliza adversária.
Este foi daqueles jogos que as equipas começaram a definir assim que entraram em campo. O SC Braga entrou algo descaracterizado, fruto da mudança tática e as ausências de Vitinha e Ricardo Horta, enquanto o Sporting aproveitou, trouxe a lição estudada e foi exímio taticamente, anulando por completo as tentativas ofensivas adversárias.
Rúben Amorim veio com a lição estudada, a equipa voltou a ter a segurança defensiva de outros tempos e conseguiu anular praticamente por completo um SC Braga algo descaracterizado ofensivamente. Com bola e com espaço, os leões estiveram muito bem. Uma vitória tática e moralizadora.
Sem Ricardo Horta e Vitinha e com uma tática menos habitual, o SC Braga apareceu descaracterizado em Alvalade e nem parecia a mesma equipa que impressionou na 1ª volta, sendo praticamente inofensivo para o Sporting.