Frio, muito frio, num jogo quente. O Famalicão ganhou e com isso colocou ponto final numa série de dois jogos sem vencer e agudizou a crise do Estoril. O jogo foi muito atado pelas duas equipas e ficou resolvido com um golo de Colombatto.
Fabulosa entrada do Famalicão. Aliás, nos primeiros minutos o jogo deu a entender que iria ser de sentido único. Os minhotos foram acutilantes, não deixaram que o Estoril começasse as jogadas de ataque pela linha defensiva, roubaram imensas bolas e o perigo rondou sempre a baliza de Dani Figueira.
A equipa de João Pedro Sousa tinha o coração ligado à forma como Zaydou limpou a zona intermediária, mas foram os braços chamados Iván Jaime e Dobre que deixaram Veríssimo com os nervos em franja. Valeu ao sufoco estorilista a frieza de Dani Figueira, mas também a capacidade do treinador em ler o jogo.
Veríssimo viu que o meio campo era o problema e respondeu na mesma moeda: mais gente e jogar quase de um para um. Desfez a linha de três centrais, meteu Pedro Álvaro a ajudar João Carvalho e subiu Geraldes.
Com o meio campo controlado, os canarinhos passaram a ter mais bola e a fazer subir os laterais. Com isto, o Famalicão foi obrigado a descer e teve dificuldades. Tiago Santos e Joãozinho deram liberdade a Rodrigo Martins e a Tiago Gouveia, mas Cassiano esteve muito sozinho no apoio. Ainda assim, Luíz Júnior foi obrigado a aplicar os seus recursos para que os famalicenses não sofressem.
Os jogadores apareceram na segunda parte com um ritmo igualmente alto. A vontade de jogar e marcar esteve muito presente e sentia-se nos duelos que eram disputados. A equipa de João Pedro Sousa usou uma estratégia diferente. Passou a levar os adversários para as alas e abriu espaço no meio.
Os minhotos conseguiram marcar na primeira vez que exploraram a zona central. Com alguma sorte à mistura, Colombatto ficou sozinho na cara de Dani Figueira e abriu o marcador. O Estoril foi apanhado na cilada e teve dificuldades em reagir.
Os canarinhos passaram a ter mais bola e a subir as linhas. Veríssimo arriscou (tirou defesas e colocou gente da zona ofensiva), no entanto o discernimento foi diminuindo e o desfecho das jogadas nunca teve o rigor máximo.
João Pedro Sousa refrescou, apenas, as peças, manteve a estrutura soube ver que o espaço para jogar era maior. Aí surgiu a qualidade individual dos jogadores do emblema minhoto, mas ora por boas defesas de Dani Figueira, ora por ineficácia, o resultado não se alterou.
A pressão dos pontos poderia ser sinónimo de duas equipas nervosas e a errarem muito, mas foi precisamente o oposto o que apresentaram Famalicão e Estoril. Os treinadores só têm razões para estarem satisfeitos com os jogadores. Conscientes da missão, voluntariosos e capazes, mas houve sempre um adversário a pensar o mesmo.
O Estoril teve dificuldade em encontro o caminho para furar a defesa do Famalicão. Cassiano tem poucos dias de trabalho e talvez por isso falte ligação, mas depois era previsto haver mais acutilância ofensiva.
Miguel Nogueira não teve um jogo difícil, mas houve um par e decisões que permitiu que os nervos subissem nos jogadores, a uns mais que a outros. Um amarelo na primeira parte, poderia ter ajudado a serenar cabeças mais quentes.