A análise de ambos os técnicos, no final do último jogo do dia entre o Benfica e o Leões Porto Salvo, em exclusivo ao zerozero, na zona mista do Pavilhão Multiusos de Gondomar.
Elogios ao adversário: «Os Leões de Porto Salvo são das equipas que mais gosto ver no campeonato, pois fazem várias coisas com critério. Dominam bem o jogo de quatro, com muita qualidade individual, já para não falar do cinco para quatro, que também é perigoso. O Mário [Silva] está a fazer um grande trabalho.»
Chave para o desfecho: «Não ter pivots de referência penalizou-os em alguns momentos. Os dois primeiros golos deram outra tranquilidade, uma vez que, até esse momento, estávamos um bocado pesados. O terceiro remate certeiro, no começo da segunda parte, também foi decisivo. Precisávamos de um jogo assim depois do que aconteceu no Pavilhão João Rocha. Soubemos controlar os tempos do encontro, algo que não conseguimos fazer em algumas ocasiões.»
Meia-final frente ao Braga: «É uma equipa que está a fazer uma grande época, em igualdade pontual com Sporting e Benfica, e isso demonstra que estão num nível altíssimo. Têm muita gente que esteve no Benfica e que vão jogar com muita motivação, tal como o Robinho, Fábio Cecílio e Tiago Brito.
O trabalho do Joel [Rocha] tem sido incansável no que toca ao guarda-redes subido ou aberto e são muitos agressivos na defesa, algo típico das suas equipas. Os detalhes vão marcar a diferença e seria importante marcarmos o primeiro para dar tranquilidade.»
Fica a boa imagem: «Fica uma excelente imagem da primeira parte. Na segunda parte não fomos iguais a nós próprios, não fomos fiéis ao que costumamos fazer. Para quem está de fora é difícil de perceber porque sofremos alguns desequilíbrios, mas a forma como trabalhamos é pensada para toda a equipa ter um comportamento homogéneo e uniforme.
Defendemos mal um livre defensivo, onde até tivemos de fazer uma substituição de um elemento da manobra, defendemos mal uma inferioridade numérica, que não é típico, costumamos ser uma equipa competente defensivamente. Acho que foram esses momentos que ditaram o desfecho, acabámos por claudicar a nível psicológico e deixámos que o Benfica criasse mais perigo. Acabou por ser um justo vencedor»
Golos do Benfica em certos momentos: «Senti que o Benfica marcou os golos na primeira parte claramente contra a corrente do jogo, acho que o resultado ao intervalo é muito, muito injusto, fomos claramente melhores, honestamente. No cômputo geral não fomos, o Benfica foi superior.
Na primeira parte não senti a equipa a comportar-se de forma diferente nas ações, senti-a confiante, com prazer de ter bola. Na segunda parte, apesar da entrada boa, o terceiro golo fez a equipa mudar drasticamente os comportamentos e fomos tentando controlar isso no banco... mas já não foi possível»
Controlar o jogo de 4 do Leões: «Não sei o que Pulpis preparou nesse aspeto, mas sei que eles raramente nos pressionam no primeiro tempo, precisamente para controlar a profundidade, fazem algumas trocas para proteger jogadores que têm mais dificuldade nesse controlo de costas, e sei que não soubemos aproveitar esses momentos na segunda parte.
Na primeira tivemos muito mais situações de perigo, mas não acredito que o Pulpis tenha mudado a estratégia ao intervalo. É verdade que falta-nos uma outra forma de jogar pelas características do plantel, temos noção disso, mas tentamos arranjar outras ferramentas»
Resto da época: «O Leões queria passar pela primeira vez à meia-final. Cada vez mais nos sentimos capazes pelo que temos feito contra Sporting ou Benfica. Estamos a aproximar-nos na organização, nas competências técnicas e de perceber o jogo dos jogadores, mas ainda falta o mental, o saber que em todos os momentos é para competir a cem, não podemos desviar do caminho. E hoje senti isso. A dificuldade trouxe algumas alterações comportamentais que pagámos caro»
5-2 | ||
Bruno Cintra 6' Jacaré 17' Diego Nunes 23' 37' Ivan Chishkala 33' | Wendell 35' 39' |