Abel Ferreira apresentou, esta quarta-feira, o seu livro Cabeça fria, Coração quente na cidade do Porto, mais concreta do IPO. O treinador optou por fazer o lançamento naquela unidade de saúde de forma a realçar o trabalho em equipa que é feito no espaço.
Numa cerimónia repleta de imprensa, o treinador do Palmeiras falou sobre o seu livro, as especificidades que nele incluídas, desde métodos de treino, a palestras, passando pelo forma como foram reagindo ao fracasso.
Depois da apresentação, Abel Ferreira respondeu aos jornalistas e o tema seleção brasileiro foi o primeiro a entrar em cena: «Eu vivo a realidade, eu vivo muito o aqui e o agora. E o aqui e o agora é o Palmeiras, o aqui e agora é ser treinador de um dos melhores clubes do mundo. Estou muito feliz e muito realizado no clube onde estou. Eu não vivo com os "ses". A realidade é esta e é isso que eu me foco. Quando estamos uma relação conjugal onde está tudo bem, não há essa necessidade de mudar.»
A Canarinha está fora de hipótese para o treinador do Palmeiras. E Portugal? «É um orgulho ser português. Quando és emigrante ainda mais o sentes, a oportunidade de falar com pessoas, nunca pensei em sentir tanto orgulho. Mas volto a referir: a minha realidade é o Palmeiras, renovámos no início do ano, proporcionam-me todas as condições e estou muito feliz.»
A insistência da imprensa para o treinador, em torno da possibilidade de ser selecionador português cresceu foi grande, ao ponto de perguntarem, em jeito de brincadeira, depois de fazerem analogia com um episódio que o treinador contou sobre o voluntariado, se «levantaria o braço, se Portugal perguntasse quem estava disponível para treinar a seleção. Abel Ferreira soube fugir ao tema: «Portugal tem treinadores de muita qualidade, com muita experiência. Tem treinadores que ganharam muito mais do que eu. Tem treinadores também por ventura desempregados e disponíveis e, portanto, o que eu posso dizer em relação a isso é a minha realidade. As pessoas que têm que tomar as essas decisões eu digo: boa sorte, porque aquilo que eu faço todos os dias é tomar decisões e não é nada fácil tomar decisões e boas decisões. E que escolham a pessoa certa, é só isso.»
Abel Ferreira falou também ao portal oGol e garantiu que este Palmeiras foi «o melhor« que treinou: «Este ano foi o que mais se viu o que eu gosto numa equipa: maturidade, competência, saber lidar com todos os momentos do jogo. E isso tem a ver com o trabalho. Os jogadores têm coração e mente aberta para aprender. Às vezes questionam muito no Brasil porque os jogadores trocam tanto de posição, quando eles têm o conhecimento daquilo que é preciso fazer, eles conseguem. Depois também se consegue ter um elenco mais experiente, com oportunidade de todos os jogadores jogarem. Assim todos vão estar satisfeitos e isso, para mim, também faz parte da gestão e liderança.»