Sexta-feira à noite, FC Porto - Vizela, as duas equipas a terem de vencer. Já cheira a Campeonato e, na realidade, ele está mesmo aí à porta. Ora, não foi Liga, mas foi a decisão do grupo A da Taça da Liga e, especialmente na segunda parte, fez lembrar o campeonato e mais lá para a frente já vamos explicar o porquê. Posto isto, convém dizer que o FC Porto venceu com clareza e está nos quartos de final da competição.
Imaginou-se que Sérgio Conceição, a menos de duas semanas do regresso do campeonato, fosse utilizar de início alguns dos jogadores que estiveram no Mundial, mas tal não aconteceu. O treinador deu mais uma oportunidade a algumas opções menos utilizadas, mas acabou por ter de emendar a mão de forma drástica, claramente não gostando da primeira parte da sua equipa.
Não deixa de ser até surpreendente dizer que Conceição não estava a gostar de uma primeira parte que começou com uma verdadeira prenda de Natal. O Vizela, mais especificamente Buntic, ofereceu a vantagem ao FC Porto logo no primeiro minuto de jogo, num lance absolutamente caricato.
O problema, para o FC Porto, veio depois desse golo. O Vizela nunca teve problema em jogar de olhos nos olhos na casa do Dragão e, pouco depois, teve um lance para empatar. Alexander Schmidt imitou Buntic e teve um momento inacreditável. Qual dos lances é mais grave? é certamente uma boa questão.
A equipa minhota não dominou a primeira parte, longe disso, mas forma organizada e a agressividade estavam a complicar a vida aos da casa. Sérgio Conceição não gostava do que via e percebia-se que vinham mudanças ao intervalo, tal a imagem de desagrado que o técnico passava do banco.
Depois das mudanças (e certamente do puxão de orelhas), a história da segunda parte é contada pelo domínio, pelas oportunidades e pelos golos. Em menos de 20 minutos marcaram Galeno, Wendell e Taremi, numa bela jogada, num livre e num penálti, respetivamente.
O Vizela desapareceu ofensivamente dos segundos 45 minutos e pareceu quase surpreendida pela mudança da primeira para a segunda parte. Atingido o 4-0 e com o FC Porto a baixar novamente o nível da intensidade viu-se ligeiramente mais dos visitantes, mas nessa altura já a história do jogo e do Grupo A estavam contadas.
Para além da decisão da Taça da Liga e mesmo havendo ainda um jogo contra o Gil Vicente antes, este jogo serviu para Sérgio Conceição medir o pulso à equipa a pensar certamente no campeonato. A primeira parte não terá agradado, mas a segunda parte foi «à Porto» e isso terá deixado o treinador confiante. Já o Vizela diz adeus à Taça da Liga, mas Tulipa e os seus jogadores podem agarrar-se, e justamente, a uma primeira parte de boa qualidade.
Ora, se a primeira parte foi «o pior», a segunda foi o melhor. Foi uma mudança radical e a goleada surgiu com total naturalidade. Foi um FC Porto totalmente diferente e bem mais «à Conceição». Um destaque para a imensa intensidade e pressão nos primeiros 20/25 minutos.
Com um golo cedo, pensou-se que o FC Porto ia embalar para uma primeira parte e para um jogo conseguido. Ora, os primeiros 45 minutos não foram conseguidos, com a equipa da casa a não ter a intensidade que Conceição gosta. Por isso, não foi surpresa ver três mudanças ao intervalo.