Na antevisão da partida contra Marrocos, dos oitavos de final do Mundial 2022, Luis Enrique, selecionador espanhol, subiu o tom de voz quando confrontado pela imprensa sobre a derrota contra o Japão (2-1), na última jornada da fase de grupos.
«Tivemos 10 minutos maus, sim. Dez de 270! Vocês focam-se sempre no que está mal. Nós não jogamos sozinhos. Eu foco-me mais no positivo. Eventualmente, neste jogo, vamos ser superados em algum momento pelo adversário», disse o técnico em jeito de murro na mesa, salientando que a sua proposta de jogo «é inegociável».
Resultado do jogo: «Resultado? Interessa-me zero. Preocupa-me que a equipa faça bem as coisas. Se fizer bem as coisas, o normal é que surja a vitória. Estou convencido de que vamos fazer mais do que Marrocos. O nosso objetivo é jogar sete jogos»
Estilo de jogo: «Se vamos jogar bola para a frente? Vejo que há uma clara desinformação no mundo do futebol. O nosso objetivo é levar a bola até ao ataque nas melhores condições. Se o jogador escolher chutar a bola para a frente, que o faça. Tudo é permitido. O que não vale é depois dizerem que sofremos um golo porque não chutaram a bola para a frente. Não vamos mudar o nosso estilo de jogo.»
Manter a estratégia do jogo com o Japão ou lançar Gavi no ataque: «Isto é surreal. A ver se nos entendemos… no futebol cometem-se erros, é um desporto muito complexo. Sabemos de forma clara como queremos fazer o nosso jogo, mas claro que corrigimos algumas situações. A única coisa que me interessa é ver os jogadores fazerem o que lhes é pedido. Mas olho para o todo, com erros e acertos.»
Técnica treina-se?: «É um não-assunto. Vou desmistificar os não-assuntos. Técnica têm o pedreiro e o carpinteiro. Isso é um rótulo no futebol. Não partilho essa análise, seja quem for que a faça. O que caracteriza esta seleção é a forma como encara os jogos, para o bem e para o mal.»
A equipa reage mal aos golos sofridos?: «Outro não-assunto. É uma resposta fácil porque o Japão só foi superior a nós durante 10 minutos e já jogámos quase 300 neste Mundial. Vamos ter mais minutos maus e, com o avançar do torneio, mais ainda. Eu concentro-me nos aspetos positivos. Em alguns momentos do jogo Marrocos será superior e vocês (jornalistas) vão destacar o negativo. Estamos numa competição em que o resultado determina os riscos. E Espanha assume sempre os riscos, continua a atacar mesmo quando está a vencer.»
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