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Pelo segundo Campeonato do Mundo consecutivo, a Alemanha cai na fase de grupos. O mesmo se aplica ao adversário desta derradeira jornada, a Costa Rica.
A mannshaft esteve na frente do marcador e a dominar, mas também esteve em desvantagem perante um adversário teoricamente acessível. Esteve em posição de passagem, esteve em último lugar, e acabou por se despedir prematuramente de uma fase final graças a uma reviravolta alheia, noutro jogo.
Duro desfecho para estas duas seleções, que caem apesar de terem estado em posição de passagem em alguns momentos deste dia final de um espetacular Grupo E. A festa foi em Doha, onde Japão e Espanha celebraram a passagem.
Não é segredo que a principal arma da seleção da Costa Rica é a capacidade de subsistir num bloco baixo e organizado. Foi assim que conseguiram bater o Japão, mas se sofrerem cedo, como acontecera com a Espanha, pode haver goleada nas cartas.
Quando a Alemanha entrou em campo na sua melhor versão ofensiva, com inúmeras oportunidades e uma cabeçada certeira de Gnabry ao décimo minuto de jogo, outro 7-0 não pareceu uma ideia descabida, mas não foi essa a história que se desenrolou numa noite que se faria épica. Que o diga o comando da televisão, que perdeu pilhas com tanto zapping entre os dois jogos.
Os alemães podiam ter ampliado, com Musiala e Gnabry em grande destaque na equipa favorita, mas é certo que a Costa Rica, até aí inofensiva, teve duas ocasiões enormes para chegar ao intervalo com novo empate. Desperdício imperdoável, numa seleção que cria poucas chances. Ou será que não?
O 2-1 da seleção da América Central chegou quando o Japão já tinha virado o jogo em Doha, o que significou, por momentos, que a Espanha e a Alemanha seriam as seleções já eliminadas. Destas duas potências europeias só uma reagiu, mas a nova reviravolta favoreceu... a potência oposta.
Durou apenas três mágicos minutos, esse período em que espanhóis e alemães estiveram fora da prova. A espanha agradece a Kai Havertz, que foi lançado no jogo e bisou para voltar a colocar a Alemanha na frente do marcador e (Espanha agradeceu).
Niclas Fullkrug ainda ampliou para 4-2, sabendo que os espanhóis ainda tinham cinco golos de vantagem no critério de desempate e que, por esse motivo, só um escorregar do Japão daria vida à mannschaft. Tal não aconteceu. Depois o apito final soou em Al-Khor, com um vencedor e um vencido, mas ninguém teve motivos para celebrar.
As contas finais deste Grupo E foram uma delícia de testemunhar para qualquer adepto do Mundo (à excessão de dos dois países representados nesta partida). Ação, três reviravoltas e muitas mudanças de posição ao longo de um período de duas horas que voltou a trazer a espetacularidade que só se vive em Campeonatos do Mundo.
É certo que fez a sua parte neste último jogo, ao registar a sua primeira vitória em prova, mas não foi suficiente. Caem na fase de grupos pelo segundo Campeonato do Mundo consecutivo - nunca tinha acontecido antes de 2018 - e pelo meio uma prestação sem qualquer brilho no Euro. Há qualidade para mais e melhor.