Ainda está no início, esta espécie de pré-temporada permitida pela FIFA e a sua atribuição do Mundial ao Catar, mas tudo indica que não fará mal nenhum ao Sporting. Em dia de regresso aos jogos, o Sporting iniciou a sua participação na Taça da Liga com uma exibição dominante e consequente goleada sobre o Farense, segundo classificado da II Liga, para sublinhar as diferenças entre os dois leões.
Mesmo com as bancadas longe da máxima capacidade, fruto de fatores climáticos e não só, não faltou barulho e boa disposição. A noite começou com fortes aplausos a Rúben Amorim, que renovou, e não foi preciso muito tempo para surgirem outros motivos para festa.
Houve espaço, a equipa aproveitou, e os golos foram-se acumulando. Seis, no final! A maior vitória da era Amorim.
Embora as redes sociais contem uma história distinta, não é rara a sensação de que os adeptos presentes nos jogos caseiros do Sporting têm um grande desejo de ver o sucesso de Paulinho. Desta vez, o avançado ex-SC Braga correspondeu da melhor forma.
Quando é assim, eles até caem, e Paulinho nem sequer deu ao adversário a oportunidade para se levantar. 2-0, com míseros segundos desde o primeiro. Os adeptos ainda não tinham acabado de cantar a música dedicada ao seu ponta de lança, quando este, em jeito de recarga, duplicou a vantagem.
Se tudo parecia fácil para o leão (o da casa, claro), é porque de facto era.
O Farense até teve um par de lances bons do ponto de vista ofensivo, mas levou para Alvalade uma organização defensiva muito aquém da dimensão do palco. Foi essa a razão para ter recolhido ao balneário com três golos de desvantagem, já depois de Marcus Edwards, bem ao seu estilo, ter bailado e finalizado com classe.
No segundo tempo, já sem Dário Essugo em campo (foi substituído por já ter amarelo), Pedro Gonçalves floresceu. Ainda não tinha sequer deixado as suas responsabilidades de médio centro quando, aos 48 minutos, finalizou a segunda assistência de Pedro Porro no jogo. A noite gelada só afetava o Farense, que via o Sporting gerir de forma confortável.
Depois foi o menino Mateus Fernandes que conquistou uma grande penalidade em jogada individual. Jovane preparava-se para bater quando decidiu ceder a bola a um colega. Seria Paulinho, para o hat-trick? Não. Foi mesmo para o jovem Mateus, que se estreou a marcar com a camisola da equipa principal.
Do ponto da maioria dos adeptos presentes, terá sido o final adequado para um jogo leonino que roçou a perfeição.
Não são os golos que fazem Paulinho, naturalmente, e isso tanto serve de desculpa nos dias em que não marca como fica evidente em dias como hoje. Bisou, mas continuou a jogar da sua forma habitual, sem qualquer tipo de urgência relacionada com um eventual hat-trick. Aliás, podia ter feito o terceiro golo e preferiu sempre a assistência.
Ninguém exige ao Farense que vá a Alvalade bater um grande do futebol português, mas uma equipa que tem um projeto tão ambicioso no contexto de II Liga deve pelo menos apresentar-se a um nível digno desse escalão. Enorme desorganização por parte dos homens de Vasco Faísca, que cederam um volume de oportunidades ao qual o Sporting não está habituado a ter.