Depois de um emocionante Camarões - Sérvia, República da Coreia e Gana brindaram-nos com mais um jogaço neste Catar 2022. No meio de tantos golos e emoção, foram os Black Stars que levaram a melhor, graças a um esperançoso 2-3.
Comparativamente com o encontro frente ao Uruguai, Paulo Bento apostou em Chang-Hoon Kwon, Woo-Yeong Jeong e Gue-Sung Cho para os lugares de Jae-Sung Lee, Sang-Ho Na e Ui-Jo Hwang. Já Tariq Lamptey, Gideon Mensah e Jordan Ayew foram as novidades no onze de Otto Addo, que voltou ao 4x2x3x1.
Tal como contra os uruguaios, a nação asiática entrou melhor no jogo, a assumir a bola e a iniciativa ofensiva organizada. Apesar de não conseguir criar perigo efetivo, o esboço das ameaças eram concretizados na forma de cantos. Do outro lado, os ganeses puxaram da receita que aplicaram diante de Portugal, ou seja, eficácia máxima.
Na sequência de um livre lateral cobrado por Jordan Ayew, Mohammed Salisu (24') foi oportunista e abriu o ativo. Pouco depois, foi a vez de Mohammed Kudus (34') responder a novo cruzamento de Jordan Ayew para tranquilizar ainda mais os pupilos de Otto Addo, que partiram para o descanso, descansados.
No entanto, essa tranquilidade desvaneceu-se logo nos primeiros minutos da etapa complementar. Os sul-coreanos mostraram a sua resiliência e voltaram a entrar em campo personalizados. Gue-Sung Cho mostrou ao que vinha e obrigou Lawrence Ati-Zigi a aplicar-se. Paulo Bento percebeu o momento da sua equipa e lançou Kang-In Lee, uma aposta acertadíssima.
O bis do avançado do Jeonbuk Motors mexeu com a turma de Otto Addo, que teve de puxar outra vez pela sua frieza. O resultado foi o 2-3, proveniente de um cruzamento rasteiro de Gideon Mensah, que Iñaki Williams não aproveitou, mas que Mohammed Kudus (68') não desperdiçou.
O jogo estava de loucos. Novamente atrás do resultado, os comandados de Paulo Bento pressionaram bastante a baliza adversária. Até ao apito final, Lawrence Ati-Zigi teve de se agigantar para travar um livre de Kang-In Lee e o remates de Gue-Sung Cho. Pelo meio, Jin-Su Kim falhou uma chance clara e viu Gideon Mesah negar-lhe um golo em cima da linha.
Assim, o Gana aguentou a pressão, somou a primeira vitória e ascendeu, provisoriamente, ao segundo lugar do Grupo H, enquanto que a República da Coreia segue no fundo, ainda com esperanças no apuramento.
Exibição razoável da equipa de arbitragem liderada por Anthony Taylor. As equipas quiseram jogar e o juiz inglês não se opôs, tendo puxado apenas quatro vezes do cartão amarelo. Ficam algumas dúvidas no golo de Mohammed Salisu, precedido por uma mão na bola de André Ayew (não finalizou, mas tentou...), e não autorizou a marcação de um canto para a República da Coreia nos últimos segundos.
Os ganeses voltaram a mostrar que não precisam de muitas oportunidades para fazer golos e, agora, foram capazes de levar os três pontos. Por outro lado, os coreanos não se deixaram afetar pelo cenário negativo, carregaram, empataram e estiveram perto de levar pontos de Al Rayyan.
Cinco golos no jogo, espelho de alguns erros defensivos. Ambas as equipas mostraram fraquezas, nomeadamente, no capítulo da marcação e jogo aéreo.