Como referimos na antevisão, a Taça da Liga é mesmo a pedra no sapato do FC Porto que, passado um ano, volta a entrar em falso na competição. Desta feita, com um empate caseiro (2-2) diante o Mafra - que se mostrou personalizado e com vários jogadores em belo plano -, os portistas voltam a mostrar sinais de alguma ferrugem e falta de entrosamento (45 minutos para esquecer). Ainda assim, de sublinhar que o empate a duas bolas no outro jogo do grupo mantém tudo igual nas contas do grupo.
... O outro brilha na Taça da Liga. Para os mais desatentos, Ença Fati, o homem que abriu o marcador no Estádio do Dragão, é primo de Ansu Fati - convocado pela Espanha para o Campeonato do Mundo -, mas o que dizer da exibição do guineense? Encostado na esquerda do ataque mafrense, o extremo colocou à nora o lado direito da defesa azul e branca e confirmou a exibição positiva ao minuto 15.
Aberta uma autoestrada no lado esquerdo da defesa portista - Wendell ficou nas covas e nem Marcano, nem Fábio Cardoso, aguentaram a transição rápida dos visitantes -, Pedro Lucas ganhou as costas a toda a linha defensiva do FC Porto e assistiu Fati que, de baliza aberta, só teve de encostar.
O Dragão - frio e despido nas bancadas -, ainda assim, esfriou muito mais quando a resposta dos comandados de Sérgio Conceição se traduziu em, unicamente, uma oportunidade nos primeiros 45 minutos...
Toni Martínez cabeceou, Samú defendeu e Wendell, na recarga, aproveitou para marcar, contudo, foi apanhado em fora de jogo. Por sua vez, os homens de Ricardo Sousa não desistiram da ideia de continuar a atacar e, na sequência de um canto ofensivo, Bruno Costa desviou a bola com a mão na pequena área. Na sequência do lance, o VAR interveio e Gui Martins, ainda antes do descanso, ampliou para 0-2 através de grande penalidade. E se o Dragão já estava frio... com este golo, congelou.
O segundo tempo não podia ter começado melhor para os azuis e brancos. As mexidas de Sérgio Conceição ao intervalo - João Mário e Namaso entraram para os lugares de Bruno Costa e Conceição - trouxeram um FC Porto mais agressivo e a resposta foi imediata: Namaso apareceu na pequena área, Pepê aproveitou uns ressaltos e, com muita classe (que chapéu), colocou o marcador em 1-2.
O Mafra, por sua vez, saiu dos balneários com uma faceta mais conservadora e com pouquíssimo brilho - o que dizer do cabrito falhado por Lucas Silva (?). Posto isto, a equipa portista continuou a carregar e não foi por falta de aviso que o empate tardou: Toni, uma, Toni duas, Toni três! À terceira, o avançado espanhol anotou o seu quinto golo na temporada e restaurou a igualdade no marcador.
Até final, Matheus Oliveira foi expulso por duplo-amarelo, o FC Porto continuou a ameaçar - principalmente através de cruzamentos -, mas, até nos momentos de aperto, apareceu Samú. O guardião luso salvou tudo e segurou um ponto precioso nas aspirações do Mafra nesta Taça da Liga.
Chegar ao Dragão e colocar o FC Porto desconfortável não é fácil. Se, em adição, colocarmos na equação que o conjunto lisboeta atua na Segunda Liga, torna isto tudo bem mais impactante. Entrada personalizada - apanágio deste Mafra de Ricardo Sousa - que apesar da derrota caseira para a Taça, entrou sem medos no Dragão.
Mais uma entrada em falso na Taça da Liga. Sérgio Conceição já assumiu que a ambição do FC Porto é conquistar este troféu, mas, com 45 minutos assim... a tarefa complica-se.