Que difícil foi e que saboroso acabou por ser. O FC Porto só podia ganhar e ganhou, num jogo em que o Bayer esteve muito bem numa primeira parte repleta de peripécias (e uma mão cheia de nada, na verdade, porque Diogo Costa defendeu um penálti e porque dois golos foram anulados). Na segunda parte, veio riqueza do banco, quer dos marcadores Zaidu e Galeno, quer do maestro Otávio, o primeiro a inverter o cenário. Os primeiros pontos chegaram ao Dragão e tudo está em aberto neste grupo. Segue-se viagem à Alemanha e nova sensação de final, se bem que agora com um balão de moral bem maior.
Podia ter sido penosa. Sem muito espantar, o Bayer conseguiu marcar. Não podia ser algo que surpreendesse. Era uma questão de coerência com o que estava a acontecer, com um FC Porto muito errático, nervoso, ansioso e precipitado. O epicentro deu-se no meio, com a dupla Uribe e Eustaquio a falharem bem mais passes do que o normal e a não conseguirem a ligação para com Pepê e Taremi, demasiado escondidos no/pelo duplo pivô dos alemães, que desta vez tiveram o experiente Aranguiz em campo. As acelerações dos alemães foram bastante bem conseguidas, pelo que várias vezes se viu um cenário negro de igualdade nos ataques do Bayer. Felizmente para a equipa portuguesa, o golo seria anulado.
Podia ter sido pior, porque, além de o golo ter sido anulado, foi assinalada grande penalidade... para o Bayer Leverkusen. Sim, no mesmo momento. O estádio festejava a finalização de Taremi e, num ápice, o árbitro encaminhou-se para a marca de penálti da área de Diogo Costa, por uma mão de David Carmo no princípio do lance. Só que, entre os postes, estava não apenas o melhor em campo, como também a nova tormenta de Schick (há uns dias, falhara um penálti perante Diogo Costa no jogo entre as seleções de ambos).
Tudo somado e nada.
Foi, desde logo, com Otávio. E, havendo Otávio, há sempre um FC Porto melhor. Pela presença, pela simplicidade com bola, pela visão alargada e a técnica que lhe permite materializar com grandes passes o facto de ver mais e melhor que os outros. Não precisou de correr muito para colocar imediatamente a equipa a correr melhor.
E foi, por fim, com Galeno, outra cartada vinda do banco. Nem tinha entrado bem, tinha somado más ações, mas depois chegou a certa para dar tranquilidade. Taremi outra vez na assistência, em mais um repertório do iraniano.
A primeira final já está. Até daqui a uma semana!
Diogo Costa foi o melhor em campo, Taremi andou lá perto, mas não se pode esquecer o que dá Otávio. E o internacional português, mesmo ainda limitado (notava-se isso), deu à equipa um futebol completamente diferente, muito mais esclarecido e dinâmico. Tão melhor é o FC Porto com ele...
Desnecessário. Não foram gerais nem foram constantes, mas por duas ou três vezes o central atrasou a bola ao guarda-redes, para que a posse não ficasse comprometida, e ouviram-se alguns assobios da bancada. Nenhum jogador fica melhor com isso, caros portistas...