O sonho é já ali... 

6 de outubro de 2022. É dia de jogo histórico em Vizela. A seleção nacional feminina está, pela primeira vez na sua história, no play-off de acesso ao Campeonato do Mundo e pode dizer-se que o sonho nunca esteve tão perto. O primeiro duelo (assim esperemos) é contra a Bélgica e a tarefa não é fácil. 

Na hora do sorteio, o conjunto belga era a equipa mais bem cotada em termos de ranking (19º lugar) e por isso a missão está longe de ser fácil. As duas equipas já se defrontaram por várias vezes nas últimas décadas e o histórico não está, de todo, a favor da equipa das quinas. Ainda assim, há vários motivos para ter confiança. 

O primeiro duelo entre as duas equipas ocorreu há 24 anos, na caminhada de acesso ao Mundial de 1999, e, nessa altura, ambos os jogos sorriram a Portugal. A partir dessa data, a equipa das Quinas nunca mais conseguiu vencer a Bélgica, mas nem por isso deixou má imagem. Nos últimos quatro jogos entre as duas equipas - entre 2014 e 2020 - a Bélgica venceu três e empatou um. Porém, nunca conseguiu marcar mais do que um golo. 

O último confronto entre as duas equipas foi a 7 de março de 2020. Num dos últimos jogos antes do confinamento causado pela Covid-19, Portugal defrontou o conjunto belga na Algarve Cup. Tine De Caigny marcou o único golo do encontro e Cláudia Neto desperdiçou uma grande penalidade já nos momentos finais. 

©Royal Belgian FA

Tessa Wullaert é para manter debaixo de olho

Agora, a história é outra. Grande parte das jogadoras mantêm-se nas duas seleções e, por isso, é esperado um jogo bastante equilibrado e decidido nos detalhes. 

Sem nunca ter marcado presença num Mundial, o percurso da Bélgica é muito idêntico ao da equipa das Quinas. Com apenas duas participações em Europeus [2017 e 2022, tal como Portugal], esta é uma equipa que tem vindo a evoluir muito nos últimos anos, tal como se ter verificado com a equipa de Francisco Neto. 

Antes de avançarmos para as possíveis escolhas do selecionador nacional, é tempo de destacar os possíveis destaques individuais do lado belga. Desde logo, o nome de Tessa Wullaert é o que mais faz soar alarmes. A avançada do Fortuna Sittard foi a melhor marcadora de toda a qualificação, tendo terminado no topo da lista com 16 golos marcados em 10 jogos. 

Além desta, também Janice Cayman (Lyon) e Tine De Caigny (TSG Hoffenheim) estão entre os destaques desta formação belga. Estas três atletas são as melhores marcadoras de sempre da Bélgica. 

©FPF/Hernâni Pereira

Escolhas difíceis para Francisco Neto...

No que respeita às opções de Francisco Neto, há sempre algumas dúvidas. Desde logo, na baliza, a escolha deverá recair sobre Inês Pereira. Quanto à defesa, este será o setor mais previsível, com Ana Borges, Diana Gomes, Carole Costa e Joana Marchão a serem as opções prováveis. 

No meio-campo, há novamente várias incertezas. Dependendo da estratégia que Francisco Neto escolher para o jogo, o selecionador nacional poderá optar por umas escolhas mais cautelosas do que outras. Se assim for, teremos um meio-campo mais reforçado com Dolores Silva, Andreia Jacinto e Tatiana Pinto, sendo Andreia Norton e Jéssica Silva as extremos e Diana Silva a grande referência na frente. 

Caso contrário, a nossa aposta vai para Andreia Jacinto, Andreia Norton e Tatiana Pinto, sendo Diana Silva e Carolina Mendes as duas referências no ataque.

Para já, Kika Nazareth é a grande dúvida. A média do Benfica só recentemente regressou aos trabalhos, após várias semanas de paragem devido a lesão, e não deverá ser titular.