Jogou tanto e não marcou

Taremi foi sublime, uma vez mais e como tantas outras vezes já o foi. O iraniano não marcou, mas deu ao jogo quase tudo aquilo que quem gosta de futebol gosta de ver. Faltou o golo, mas a forma como desequilibrou a defesa para o primeiro golo, isolou Pepê para o segundo e o trabalho individual antes de servir o brasileiro para o terceiro foram assinaláveis. Classe Pura.

Pepê já não é típico jogador brasileiro que chega a Portugal e gosta de ser brinca na areia. Ali não entra brincadeira, quando o tema é jogo a sério. Um golo, uma assistência e um duelo ganho cheio de vontade, quando o jogo ainda não tinha sido desatado, que deu origem ao primeiro golo do FC Porto.

O canadiano voltou a demonstrar uma inesgotável fibra e foi determinante numa altura em que o jogo parecia mudar de rumo. Eustáquio tem aproveitado bem o espaço que lhe deram. É dele, por mérito, o mérito do trabalho. Saiu mais cedo, para descansar, afinal de contas o tempo não pára e o próximo jogo é terça-feira.

Seguro, audaz, arrojado são características que podiam muito bem estar no título deste texto. Rodrigo Conceição foi tudo isso, mas mais destemido que qualquer outra coisa. Num jogo especial - a estreia a titular no Dragão - revelou um querer muito grande. Além disso, conseguiu anular qualquer intento de Ricardo Horta, sempre que esteve do seu lado.

Evanilson é um caso claro que de que os avançados, por vezes, precisam de golos para se soltarem. O brasileiro marcou e ficou como peixe na água. Ganhou mais duelos, a partir desse momento, passou a estar mais ligado com o setor intermediário e  fez com que a defesa minhota tremesse muito.

Num SC Braga irreconhecível, o centro campista foi quem esteve melhor. Deu conta dos duelos numa fase inicial e no início da segunda parte passou a ser o primeiro a construir, mas sem a parceria de outros tempos, não conseguiu dar conta de todos os recados.

Entrou com um resultado adverso e vindo de lesão, mas foi muito competente. Empurrou Wendell para a linha recuada e começou a dar profundidade ao ataque minhoto. O golo surgiu dele, tal como outros lances que tinha ocorrido anteriormente. Um bom regresso.

Não foi por sua principal falha que o FC Porto chegou aos golos, mas o central brasileiro ficou com as suas lacunas à mostra nos dois lances que originaram os primeiros momentos de festa no Dragão. Demorou a chegar, ficou mal posicionado e em ambos os casos foi pelo seu lado.

O extremo português esteve out. Não ganhou duelos, esteve muito longe de dar apoio a Fabiano e não aproveitou as debilidades que Wendell ainda vai apresentando. Ficou condicionado com o amarelo e saiu ao intervalo, sem deixar saudades.