asa_scouting 25-04-2024, 08:44
Estalou o verniz na seleção espanhola feminina. Quinze jogadoras enviaram um mail à Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) no qual renunciam a jogar pela La Roja, por, segundo justificam, não se sentirem em perfeitas «condições emocionais» para serem parte do grupo de Jorge Vilda.
O comunicado das internacionais surge na sequência de Luis Rubiales, presidente da RFEF, ter rejeitado o pedido para a destituição do selecionador, que tem contrato até 2024.
Segundo o jornal Marca, entre as 15 jogadoras que enviaram o mail não está Alexia Putellas, jogadora do Barcelona que se encontra a recuperar de grave lesão, nem as jogadoras do Real Madrid.
Entretanto, a RFEF já reagiu ao sucedido através de um comunicado, onde garante que não vai ceder à pressão das jogadoras.
A Real Federação Espanhola de Futebol comunica que, ao longo do dia de hoje, recebeu 15 emails de 15 jogadoras da equipa sénior feminina de futebol, coincidentemente todos com a mesma redação, nos quais afirmam que a atual situação gerada afeta «significativamente» o seu «estado emocional» e que, «caso a decisão não seja revertida», renunciam à seleção espanhola.
A RFEF não vai permitir que as jogadoras questionem a continuidade do selecionador nacional e da sua comissão técnica, uma vez que tomar essas decisões não é da sua competência. A Federação não admitirá nenhum tipo de pressão de nenhuma jogadora na adoção de medidas desportivas. Esse tipos de manobras estão longe de ser exemplares e são prejudiciais.
De acordo com a legislação espanhola em vigor, o não comparecimento a uma convocatória da seleção nacional é classificado como infração gravíssima e pode acarretar sanções de dois a cinco anos de suspensão. A RFEF, ao contrário da forma como essas jogadoras agem, quer deixar claro que não vai levá-las a esse extremo nem pressioná-las. Diretamente, não convocará as jogadoras de futebol que não querem vestir a camisola de Espanha. A Federação só terá jogadoras comprometidas, mesmo que tenham que jogar com as juvenis.
Este facto passou de uma questão desportiva para uma questão de dignidade. A seleção não é negociável. É uma situação sem precedentes na história do futebol, masculino e feminino, na Espanha e no mundo.
O presente e o futuro da Espanha reside no potencial das categorias inferiores e das jogadoras que neste verão se sagraram campeãs mundiais sub-20 e campeãs europeias sub-19, além de obterem o vice-campeonato europeu sub-17 .
A seleção precisa de jogadoras comprometidas com o projeto, defendendo as nossas cores e orgulhosas de vestir a camisola da Espanha.
As jogadoras que renunciarem só voltarão à convocatória da seleção no futuro se reconhecerem o seu erro e pedirem perdão.
📍 COMUNICADO OFICIAL |
— RFEF (@rfef) September 22, 2022
Selección absoluta femenina de fútbol
🔗 https://t.co/TojMlGrRe6 pic.twitter.com/Da3zAtHZ8c