Sem olhar à estética, Simeone escolheu o caminho de um futebol eficiente, em que a ideia traduz-se, de uma forma resumida, num pensamento jogo a jogo, no espírito de sacrifício em cada um dos jogadores e crença em todos os momentos. É esta a essência do 'cholismo', um movimento muito virado para a forte organização defensiva, muitas vezes em detrimento da genialidade de muitos dos seus executantes.
Trabalho, trabalho, trabalho... A atitude competitiva é um dos pontos fortes deste Atlético, que saiu das ruas da amargura para se tornar numa equipa que luta por títulos, ano após ano, em Espanha e na Europa.
Em termos táticos, e depois de vários anos em 4x4x2, Simeone percebeu que era necessária outra abordagem para ludibriar os adversários. A solução passou por uma tática com três centrais, alas bem abertos - Carrasco, Molina, Ñiguez... - e muito jogo entre linhas, sendo que este ano há um dado claramente diferenciador: Axel Witsel.
Contas feitas, importa referir que este Atlético está longe de ser perfeito, sobretudo no que toca à defesa de bolas paradas, mas a história também mostra que, na Liga dos Campeões, é sempre um adversário temível e... imprevisível.
À imagem do seu treinador. A equipa está trabalhada para ser um autêntico muro à frente de uma baliza muito bem guardada, com vários homens no setor defensivo, capazes de aguentar os mais fortes adversários.
Não por falta de intérpretes, mas por consequência da mentalidade defensiva da equipa. Não são conhecidos pelo grande número de golos marcados, sobretudo em noites de desinspiração ofensiva.
Ramón de Arancibia y Lebario, Ignacio Gortázar y Manso e Manuel de Goyarrola y Aldecoa, todos estudantes bascos da Escuela Especial de Ingenieros de Minas (Madrid), sonhavam fundar um clube basco na capital espanhola. Na noite de 25 de abril de 1903, o trio juntou-se a alguns companheiros madrilenos na Sociedad Vasco-Navarra de Madrid, com sede no número 25 de la Calle La Cruz. A reunião durou até altas horas da manhã e foi já na madrugada do dia 26 que os jovens decidiram fundar uma sucursal do Athletic Club de Bilbao em Madrid.
Muitas vezes castrado pelas ideias do próprio treinador, o português João Félix é um dos principais artistas do plantel colchonero. A viver a quarta temporada na capital espanhola, o camisola 7 tem características que lhe permitem decidir qualquer jogo, desde que, claro, conte com o apoio necessário.
Um homem fiel aos seus princípios, que foi capaz de colocar o Atlético entre os grandes clubes europeus. Tem conseguido, gradualmente, fazer pequenos ajustes às suas ideias e o sucesso recente demonstra-o. Com cerca de 10 anos de casa, persegue o troféu que lhe falta e que tão perto esteve de conquistar.