O objetivo era sair vivo dos Países Baixos e durante grande parte da partida deu para sonhar com isso, mas foram dez minutos fatais que deitaram por terra qualquer esperança que o Gil Vicente poderia ter em seguir para a fase de grupos da Conference League.
Os gilistas foram goleados (4-0) pelo AZ Alkmaar na primeira mão do play-off e deixaram as hipóteses quase nulas para a próxima quinta-feira em Barcelos.
Se o AZ Alkmaar deixou o onze inalterado, como tem sido habitual neste arranque de temporada, Ivo Vieira operou uma espécie de revolução na equipa gilista com cinco alterações. No banco ficaram Lucas Cunha, Pedro Tiba, Boselli, Navarro e Kevin Medina, previsíveis titulares, e foram lançados Tomás Araújo (em estreia), Aburjania, Mizuki, Alipour e Élder Santana.
Em termos táticos, as mudanças alteraram ligeiramente o figurino, com a dupla de avançados a ser suportada pelos médios Fujimoto e Arai, que partiam dos corredores. O miolo composto por Vítor Carvalho e Aburjania ficou com a tarefa de ombrear com o meio campo rival, em inferioridade numérica.
À entrada da partida foram os neerlandeses a assumirem as despesas, tal como o favoritismo mandava, mas desde cedo se percebeu que a pressa não era muita. O primeiro quarto de hora terminou sem grandes oportunidades, mas com a sensação de que um ligeiro aumentar de velocidade poderia deixar os gilistas em dificuldades.
Depois de algumas tentativas, o perigo chegou da esquerda do ataque da casa. Kerkez levantou e Dani de Wit antecipou-se a Henrique Gomes para cabecear para o primeiro. A reação gilista foi boa e mostrou que a equipa estava viva na discussão do resultado ou, na pior das hipóteses, tal como disse o treinador, sair vivo da eliminatória.
Da primeira parte ficou uma imagem competente, ainda que a presença ofensiva tenho sido quase inexistente. Ainda assim, com o passar dos minutos, dava a sensação de que o objetivo parecia real. A defesa, com Tomás Araújo em bom plano, estava sólida e os homens do miolo estavam a conseguir ter mais bola, até que a catástrofe chegou com o minuto 78...
O central em estreia precisou de assistência e foi substituído. A paragem afetou os níveis de concentração e, em dez minutos, os gilistas sofreram três golos que fizeram esfumar a esperança que ainda havia.
Começou num ressalto do poste, após tentativa de corte de Lucas Cunha, com Lahdo a encostar, passou por um remate potente de Pavlidis e terminou com a emenda de Mees de Wit. Assim se conta o pesadelo do Gil Vicente em Alkmaar.
Se com um 1-0 a tarefa já era díficil, com 4-0 ainda mais ficou. Em Barcelos espera-se apoio, mas a esperança é pouca.
Esteve longe de ser uma grande exibição, mas os primeiros 60 minutos dos gilistas em Alkmaar deram indícios de que a equipa de Ivo Vieira talvez fosse capaz de ombrear com o adversário. Não fossem os erros individuais e alguma falta de sorte e o desfecho poderia ter sido outro.
Coincidiu com a saída de Tomás Araújo, que estava a ser o elemento do Gil em maior destaque. Entre os minutos 78 e 88, a equipa pareceu perdida, cometeu erros de forma sucessiva e não conseguiu arranjar maneira de estancar a ferida para acabar goleada.
Exibição sem sobressaltos para Cuadra Fernández, que conseguiu gerir bem os momentos do jogo, mesmo quando o clima «aqueceu» ligeiramente.