As sensações da primeira mão tinham sido claras: o Gil, embora com menos minutos nas pernas, podia bem levar de vencido o Riga. A segunda parte na capital letã, então, havia deixado isso claro. Faltava, somente, uma noite à Gil. Uma noite para cantar de galo e dar continuidade a uma caminhada nada mais do que histórica. E aconteceu. Os barcelenses, perante o apelo do presidente da câmara, compareceram em bom número e abrilhantaram um momento já eternizado na memória de todos. O sonho continua!
O 3-0 ao intervalo parece esclarecedor, mas não esclarece tudo. Porque os homens de Ivo Vieira passaram por dificuldades. Gabriel Ramos e Douglas Aurélio, samba no sangue, gingões e bons de bola. O Riga parece curto para a qualidade demonstrada pelos dois, que vários nós no cérebro deram à defensiva gilista.
Na frente, a eficácia fez das suas. Boselli quase marcou um golo olímpico - Ngonda foi infeliz no lance -, Villondres correu contra o mundo para faturar o segundo numa notável jogada individual e Fran Navarro deu tranquilidade à beira do intervalo.
O conforto nunca foi total, até porque o Riga, fazendo uso dos seus melhores jogadores, provocou calafrios e um dos ferros da baliza anfitriã tremeu. A eficácia - ou falta dela - deixou Barcelos em êxtase ao intervalo. A passagem estava tão perto...
... E só fez falta geri-la. E o Gil fê-lo com tranquilidade, protegendo-se de um eventual golpe contrário. Antes do fim, deu para Hanne dar show, conquistar uma grande penalidade ao azarado Ngonda e para Navarro fixar o 4-0. Coesos, focados e unidos em torno de um dia único.
A primeira vitória do Gil Vicente em competições europeias já lá mora. E quem se seguir no play-off que se cuide!
7596 adeptos compareceram no Estádio Cidade de Barcelos e viram o Gil Vicente fazer história. Sem alongar muito... É possível mais noites assim?
E se noutros setores existe tranquilidade em relação a soluções, as laterais gilistas deixam algo a desejar. Carraça não esteve nos seus melhores dias, Henrique Gomes mostrou-se pouco aventureiro e Ivo Vieira não tem, por sinal, grandes opções (de qualidade) para a posição.
Arbitragem tranquila e assertiva.