Um encontro que ninguém merecia perder, mas que deixa o leão com um sabor bastante amargo (3-3). O Sporting esteve por três vezes em vantagem na deslocação ao Minho, no entanto, revelou incapacidade para controlar o marcador perante um SC Braga muito agressivo e que fez por merecer este resultado, num fantástico jogo de futebol.
Algumas dores de cabeça para Amorim, com um Sporting menos consistente que o habitual no processo defensivo e a registar vários deslizes de concentração. Do lado Arsenalista a margem também é grande para melhorias, com a certeza de existir matéria de qualidade para ser trabalhada.
É elevada a probabilidade dos melhores 45 minutos desta edição da Liga terem ficado já entregues. Golos, futebol de ataque e também vários erros marcaram a primeira parte no Minho, que deixou adeptos colados à ação e treinadores desesperados pelo descontrolo das equipas.
O 4x4x2 aposta de Artur Jorge, com Ricardo Horta e Iuri Medeiros nos flancos, já indiciava a vontade do SC Braga em envolver várias unidades no processo ofensivo. Contudo, os espaços apareciam para serem explorados e o Sporting foi capaz de aproveitar, muito pela capacidade de Matheus Nunes galgar terreno e descobrir companheiros.
Após um bom passe do internacional português, Pedro Porro ficou em posição bastante favorável para um cruzamento fácil e finalização de Pedro Gonçalves, que abriu o ativo. A resposta adversária não demorou a chegar e Ricardo Horta fez estragos quando apareceu mais no meio, desta vez a servir o golo do reforço Simon Banza. Era o início da loucura.
Num candidato a golo da época, o Sporting voltou ao comando do marcador. Matheus Nunes aguentou o choque e conduziu até zona de ataque, tendo depois capacidade para virar a bola de flanco com um grande passe. De primeira, num belo gesto, Nuno Santos apareceu e de forma ousada marcou um belo tento. Que início fantástico!
Algumas paragens tiveram o condão de acalmar os ânimos, mas, ainda assim, a bola continuou a rondar as balizas. Vitinha e Trincão - demorou a entrar no jogo - não conseguiram concretizar situações flagrantes e, numa fase em que o 1-2 parecia que ia chegar ao descanso, o SC Braga voltou a conseguir empatar.
Já depois de Artur Jorge ter sido obrigado a retirar Víctor Gómez devido a lesão muscular, mais um reforço teve uma estreia oficial abençoada na Pedreira. Livre lateral executado por Iuri Medeiros e cabeceamento certeiro de Sikou Niakaté, jovem que precisa de ser afinado, mas tem potencial para ser um caso sério. Igualdade justa ao descanso, sem nenhuma equipa capaz de controlar os acontecimentos.
No regresso dos balneários, foi o notória a intenção do Sporting em tentar acalmar o jogo com bola, enquanto o SC Braga ficou confortável na exploração do erro e de oportunidades em transição rápida. Amorim lançou St. Juste, Ugarte e Edwards ainda cedo no segundo tempo, na procura de mais dinâmica e frescura. Pedro Porro passou a ser mais solicitado e ficou ligado um lance que chegou a bater num poste do guardião Matheus.
O leão queria os três pontos e Amorim arriscou ao colocar Trincão a lateral no momento da entrada de Rochinha. O ex-Vitória SC acabou por ser mesmo figura e dos seus pés nasceu o lance do 2-3, ao entrar na área do SC Braga em condução e a cruzar ao segundo poste para o golo de Edwards. A parceria entre ambos voltou a fazer estragos, desta vez com a camisola verde e branca.
A vitória estava bem encaminhada para o Sporting, que, contudo, voltou a ser penalizado por baixar os índices de agressividade. Álvaro Djaló e Abel Ruiz, recém lançados por Artur Jorge, ficaram ligados tento final da partida, num desfecho que acaba por premiar o bom jogo e a crença Gverreira. Que seja o tónico para uma temporada repleta destes espetáculos!
28 anos depois, volta a registar-se um empate em Braga num jogo entre SC Braga e Sporting: o último tinha sido em maio de 1994 (1-1) - curiosamente, Artur Jorge foi titular nesse jogo pic.twitter.com/79trOiTQqt
— playmakerstats (@playmaker_PT) August 7, 2022
Nada a apontar à entrega das equipas e constante procura pelo golo. A partida teve um notável intensidade para o momento precoce da equipa e tanto SC Braga como Sporting mostraram personalidade na forma como reagiram aos momentos negativos. Um jogo fantástico entre conjuntos com grande margem de progressão.
Nos dois conjuntos. Seja na incapacidade do Sporting congelar a bola em vantagem ou em alguma precipitação do SC Braga em certos momentos, com demasiada pressa em chegar a zonas de finalização. É verdade que isto permitiu ao jogo mais emoção, mas são aspetos a trabalhar pelos técnicos.