O FC Vizela arrancou com um triunfo a sua segunda temporada consecutiva na Liga Portugal bwin. O conjunto de Álvaro Pacheco venceu o Rio Ave, que regressou ao principal escalão, em Vila do Conde, por 0-1, com Nuno Moreira a ser o Joker decisivo. O extremo começou no banco, entrou ao intervalo e decidiu um jogo que estava «amarrado» no nulo.
Primeiro, os elogios. Querem jogar. Rio Ave e Vizela, à imagem do historial que construíram, privilegiam a procura ativa do golo. Os primeiros 20 minutos da primeira amostra coletiva provaram essa premissa. Quase todas as ações interessantes da primeira parte ocorreram nessa janela temporal, com o ritmo emprestado à partida a situar-se em registos notáveis.
Com esquemas diferentes para a mesma missão - Luís Freire aposta num 3-4-3, Álvaro Pacheco no «seu» 4-3-3 -, a equipa de Vila do Conde procurou sempre explorar a qualidade que tem nas alas. Paulo Vitor prometeu coisas boas e Costinha esteve ativo, protagonista de um ou outro cruzamento que podia - e devia - ter tido maior aproveitamento.
Porém, foi no extremo oposto do relvado que surgiram as situações mais perigosas. E é aqui que entram as críticas. À parte das boas ideias coletivas, foram os erros individuais a provocar os momentos de golo iminente. Nesse capítulo, Aderllan Santos foi repetente. O defesa brasileiro abusou nas distrações e nunca foi fator de solidez defensiva para Miguel Nóbrega e Pedro Amaral.
Se o primeiro sinal de perigo até foi da formação da casa - Nóbrega elevou-se bem e cabeceou ao lado (10') -, os seguintes tiveram marca dos visitantes. Mas Kiko Bondoso (12') e, sobretudo, Monsuru Opeyemi (16') - na sequência de uma perda de bola displicente de Aderllan - não tiveram a frieza necessária para baterem Jhonatan na baliza do Rio Ave.
Foram os melhores momentos do encontro, porque na dobragem da vintena de minutos a qualidade começou a decair. Passes imprecisos, decisões precipitadas e dificuldade de ligar jogo coletivo levaram a partida para um registo desinteressante. Ainda assim, Guga foi pincelando esse período com alguma qualidade técnica, provando que está disposto a reclamar o lugar ao sol que lhe é vaticinado.
O intervalo trouxe mudanças de lado a lado. Luis Freire trocou Vítor Gomes (que já tinha amarelo) por Amine e Álvaro Pacheco lançou Nuno Moreira para o lugar do jovem Opeyemi. O dedo do carismático treinador do Vizela acabou por se mostrar vitorioso, porque ao minuto 66 lá chegou o golo que rompeu com o nulo em Vila do Conde - e o extremo foi quem o fez, aproveitando uma defesa incompleta de Jhonatan.
Na verdade, os segundos 45 minutos mostraram um Vizela melhor, menos dependente dos erros alheios para chegar com perigo à baliza do Rio Ave. Ainda antes do golo apontado por Nuno Moreira, Samu (53') levou um remate à trave e Kiki Afonso (55') ameaçou com um remate de meia distância. O golo surgiu e o perigo manteve-se daquele lado, com Alejandro Alvarado a dispor de duas excelentes ocasiões para sentenciar o encontro.
Quer Luís Freire, quer Álvaro Pacheco vão querer as suas equipas a jogar com olhar na baliza contrária. Que nem sempre vá ser possível é natural, pelo adversário e pelas próprias limitações, mas que não percam essa intenção.
Fica o pedido, mais do que um aviso, logo de início. Aqui e ali, em atos isolados, parte do público em Vila do Conde exagerou nas reações e até uma garrafa voou para dentro do relvado, passando a poucos centímetros de Álvaro Pacheco.
Não tendo tido influência direta no desfecho da partida, Gustavo Correia teve de encontrar o equilíbrio no critério, sobretudo na segunda parte. O jogo ficou mais duro, os bancos protestaram e os cartões começaram a sair.