Ao tom dele

O registo de Mehdi Taremi frente ao Tondela é algo de extraordinário: 11 golos em oito duelos. De resto, sempre que o avançado defrontou os beirões com a camisola dos dragões também marcou. Esta noite não foi diferente. Com a sua luta habitual, o avançado jogou e fez jogar, dando-se sempre muito ao jogo, mas acabou por ser decisivo ao fazer aquilo que faz melhor: marcar golos – são já 51 golos em 97 jogos pelo FC Porto.

Futre, Madjer, Artur, Lucho e, depois do jogo de hoje, Evanilson. Esta é a lista de jogadores que marcaram e assistiram pelo FC Porto numa Supertaça e da qual o avançado brasileiro passou a fazer parte em apenas 45 minutos. O tempo de jogo não foi longo, por culpa de uma lesão, mas foi suficiente para que Evanilson protagonizasse várias oportunidades de golo, marcasse uma delas e assistisse para outra.

Danny Loader foi a grande surpresa nos onzes titulares, mas não demorou a justificar. A jogar ligeiramente mais recuado em relação a Mehdi Taremi e Evanilson, o inglês conseguiu envolver-se com facilidade com os colegas do ataque e só não festejou porque encontrou pela frente um Babacar Niasse extremamente inspirado.

Pepê foi chamado a jogar mais pelo meio do que lhe é habitualmente pedido, mas a resposta foi muito positiva. O brasileiro foi um dos jogadores que mais dinamizou o ataque portista, tentando aumentar sempre a rotação do meio-campo. Foi uma aposta ganha, que ainda culminou na assistência para o 3-0.

O Tondela perdeu 3-0 e pode parecer estranho destacar um guarda-redes que sofreu três golos, mas era difícil não destacar Niasse. O guardião do Tondela agigantou-se em, pelo menos, cinco ocasiões, tendo sido absolutamente decisivo para evitar outro resultado ainda mais desnivelado. Se o FC Porto só abriu o marcador aos 30 minutos, muito se deveu aos reflexos de Niasse.

Matheus Uribe foi o médio mais recuado de um meio-campo diferente do habitual nos dragões, principalmente em relação ao ano passado, mas a verdade é que a missão, embora o Tondela também não tenho dado muito trabalho, foi muito bem sucedida. O médio colombiano deu segurança total ao meio-campo portista, permitindo que a sua equipa atacasse com quase tudo e todos.

É quase injusto destacar alguém pela negativa no Tondela, tendo em conta a diferença de forças e até as limitações atuais do clube. Ainda assim, houve um nome uns furos abaixo dos restantes: Naoufel Khacef. O ala esquerdo não revelou a agressividade e a concentração dos colegas de setor, como foi percetível no lance do segundo golo.