Espanha renovou o título de campeão europeu feminino de futsal. Espanha voltou a vencer Portugal na final, em Gondomar, tal como tinha acontecido em 2019. Depois do 2-2 no tempo regulamentar e 3-3 no final do prolongamento, Sílvia Aguete encheu a baliza e só concedeu uma grande penalidade a Portugal, com as colegas a marcarem os quatro pontapés de que dispuseram e a conquistarem o título.
Foi preciso ir a prolongamento para encontrar as vencedoras, depois do empate a duas bolas no tempo regulamentar. No duelo ibérico, Portugal esteve melhor na primeira parte, saindo para o intervalo a vencer, mas Espanha reagiu no segundo tempo, empatando a partida e forçando o tempo extra. As espanholas ainda passaram para a frente, mas Portugal empatou no 5x4+GR e forçou as grandes penalidades.
O Pavilhão que esteve lotado com muito apoio, incluindo o de personalidades como Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), alguns membros do governo, como a Ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, Bebé, que esta semana foi anunciado como reforço da equipa técnica nacional, o capitão da Seleção masculina, João Matos, e os internacionais André Sousa, André Coelho e Tiago Brito.
O jogo começou morno, com as equipas a demonstraram muitas cautelas com as adversárias. Espanha começou por pegar no jogo e ter mais bola, mas sem levar perigo à baliza nacional. Num Multiusos lotado e com muito apoio à Seleção Nacional – com direito a claque que nunca pousou o bombo – Portugal foi progressivamente sacudindo a pressão e construindo jogo.
A primeira oportunidade de golo do jogo surgiu aos 8’, com Ana Azevedo a aproveitar um erro de Peque para se isolar na cara de Sílvia Aguete, mas a guarda-redes levou a melhor.
Pouco depois, aos 11’, Espanha chegou às 4 faltas, situação que obrigou as espanholas a mais cautelas na abordagem defensiva, o que proporcionou a Ana Azevedo nova oportunidade, que Aguete travou com o pé.
Sentia-se a proximidade do golo português, que acabou por acontecer aos 12’, na sequência de um contra-ataque rápido iniciado e finalizado por Ana Azevedo, que desta vez não deu hipóteses a Aguete.
Espanha reagiu ao golo com a primeira grande oportunidade, com María Sanz a aparecer isolada na esquerda, mas Ana Catarina saiu aos 6 metros e defendeu. A equipa portuguesa tinha o ascendente do jogo, sempre muito apoiada pelo público, e acabou por fazer o segundo golo à passagem dos 19’, na sequência de um esquema tático bem trabalhado. Morgado repõe a bola na esquerda, combina com Janice que serve para Pisko, à boca da baliza, fazer o 2-0.
O ambiente era de festa, mas, a 26 segundos do intervalo, um erro de Janice permitiu a Ale de Paz desferir um pontapé do meio da rua, que surpreende Ana Catarina – a guardiã portuguesa ainda tocou, mas não evitou.
O 2-1 com que as equipas recolheram aos balneários deixava tudo em aberto para o segundo tempo.
Na segunda parte, Espanha veio com tudo à procura de dar a volta ao resultado. As espanholas conseguiram criar mais perigo que na primeira parte, mas Ana Catarina foi levando a melhor nos duelos.
Do outro lado, Portugal tentava esticar o jogo, com Carla Vanessa a dar muito trabalho às fixos espanholas, e Janice a ser um elemento desequilibrador, mas Espanha também não concedia muitos espaços de finalização. Aos 30', Inês Fernandes enviou uma bola ao ferro, com Mayte a responder no poste de Ana Catarina, dois minutos depois - o mesmo minuto em que as espanholas atingiram as 4 faltas.
Espanha não desistia, e acabou mesmo por conseguir o empate, aos 35': remate de primeira de Ale Paz, que não deu qualquer hipótese a Ana Catarina, e fez o bis.
O empate teve o condão de espicaçar Portugal, que virou a toada do jogo, e apontou baterias à baliza espanhola. Contudo, os remates exteriores não saíram enquadrados, e a 20 segundos do fim foi preciso a intervenção da melhor guarda-redes do mundo para impedir Irene Córdoba de fazer golo, e confirmou o prolongamento.
No tempo extra, Espanha ficou tapada por faltas bem cedo, e Portugal dispôs de um livre de 10 metros, mas Aguete fez bem a parede e travou o remate de Pisko. Ainda antes disso, Portugal desperdiçou um lance em 2 para 0, com Janice a demorar a decidir entre o remate e o passe, que acabou por sair atrasado e não permitiu a Ana Azevedo finalizar em condições.
Não aproveitou Portugal, aproveitou Espanha, para dar a cambalhota ao marcador com um golo de María Sanz, que teve mais espaço do que devia à entrada da área, aos 44'. Portugal ainda beneficiou de mais dois livres de 10 metros, mas Aguete defendeu o remate de Carla Vanessa, e a segunda tentativa de Pisko saiu ao lado.
Com três minutos para o fim, Pisko vestiu a camisola de guarda-redes avançada, e foi ela mesma quem bisou na partida, e voltou a empatar a contenda, e foi preciso desempatar o jogo da marca das grandes penalidades.
Aí, Aguete fechou a baliza, e, do lado de Portugal, só Carla Vanessa conseguiu marcar, ao passo que as quatro espanholas que bateram penáltis conseguiram atirar para o fundo das redes.
É a maior montra do futsal feminino, e não desiludiu. Portugal e Espanha proporcionaram um excelente espetáculo de futsal, que teve tudo de o futsal é feito.
Ganhou Espanha, mas também o futsal feminino.
...arrisca-se. Espanha foi a equipa mais faltosa, e permitiu a Portugal beneficiar de três livres de 10 metros, já no prolongamento. Nem Pisko (duas vezes) nem Carla Vanessa conseguiram bater Sílvia Aguete.