Fica tudo igual: FPF chumba pareceres relativos ao número de títulos

Realizou-se, esta quarta-feira, a Assembleia Geral Extraordinária da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para votar a questão relativa aos vários pareceres que poderiam mudar a história dos títulos nacionais como hoje os conhecemos, mas estes acabaram por ser todos chumbados, o que quer dizer que o número de troféus de cada clube português permanece inalterado.

Foram levados a votação três pareceres, dois independentes e um do Sporting - que levantou a questão durante a presidência de Bruno de Carvalho -, mas acabaram por ser todos chumbados pelos 62 delegados que estiveram presentes - estava previsto que estivessem 84 - nesta AG Extraordinária.

33 dos delegados presentes votaram em não mexer na história dos troféus nacionais e isso acabou por ser o suficiente para que essa fosse a opção escolhida. 13 delegados votaram no parecer 1 (que apresentamos em baixo), um votou no parecer 2 e oito votaram no parecer 3. Sete delegados abstiveram-se.

Quer isto dizer que o número de troféus nacionais de cada clube permanece inalterado. Assim sendo, no que a campeonatos nacionais diz respeito, o Benfica tem 37, o FC Porto 30, o Sporting 19 e Belenenses e Boavista um cada. No que diz respeito à Taça de Portugal, o Benfica continua com 26, o FC Porto com 18, o Sporting com 17, Boavista com cinco, Belenenses, SC Braga e Vitória FC com três, a Académica com duas e o CD Aves, Vitória SC, Estrela da Amadora, Leixões e Beira Mar com uma.

A questão do número de títulos foi levantada já em janeiro de 2019, pelo Sporting, durante o mandato de Bruno de Carvalho e acabou por ser debatido na Assembleia da República, tendo os grupos parlamentares considerado que o reconhecimento das edições do Campeonato de Portugal realizadas entre 1922 e 1938 é matéria, dada a sua especificidade, da competência da FPF.

Os leões, que venceram o Campeonato de Portugal em 1922/23, 1933/34, 1935/36 e 1937/38, consideravam que  estes títulos deveriam ser reconhecidos como de campeões nacionais. O FC Porto venceu esta competição quatro vezes (1921/22, 1924,25, 1931/32 2 1936/37), o Benfica três (1929/30, 1930/31 e 1934/35) e o Olhanense (1923/24), Marítimo (1925/26) e Carcavelinhos (1927/28) uma vez cada. Já o Campeonato da Liga, ou Liga Experimental, foi conquistado em três ocasiões pelo Benfica (1935/36, 1936/37 e 1937/38) e outra pelo FC Porto (1934/35).

O que dizia cada parecer:

Parecer 1

• Defendia que os vencedores do Campeonato de Portugal (CP) entre 1921/22 e 1933/34 deveriam ser considerados campeões nacionais e que só a partir de 1934/35 se podia considerar o CP como antecessor da Taça de Portugal, pois foi a partir desta temporada que arrancou o Campeonato das Ligas, passando a haver duas provas de âmbito nacional. Seriam assim atribuídos mais três títulos de campeão ao FC Porto (33) e dois a Sporting (21) e Benfica (39). O Belenenses receberia mais três títulos de campeão (1926/27, 1928/29, e 1932/33), enquanto Olhanense (1923/24), Marítimo (1925/26) e Carcavelinhos (1927/28) um.

Parecer 2

• Mantém que o Campeonato de Portugal é o antecessor da Taça de Portugal enquanto o Campeonato das Ligas precedeu o campeonato nacional. Assim, o quadro de campeões fica inalterado. A lista de vencedores da Taça de Portugal passaria a contemplar mais quatro para Sporting e FC Porto e mais três para Benfica.

Parecer 3 (do Sporting)

• Apresentado pelo Sporting e mais tarde admitido a votação, defendia que o CP, organizado entre 1921 e 1938 em formato de eliminatórias, era a prova mais importante do calendário, logo antecessora da Liga e não da Taça de Portugal. O Sporting juntaria quatro títulos ao palmarés (23), o Benfica manteria os 37, enquanto o FC Porto totalizaria mais dois e passaria a somar 32. O Belenenses receberia mais três títulos de campeão (1926/27, 1928/29, e 1932/33), enquanto Olhanense (1923/24), Marítimo (1925/26) e Carcavelinhos (1927/28) um.

Parecer 4

• Número de títulos de campeão nacional e da Taça de Portugal permanece inalterado