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    Zerozero na cerimónia de aniversário

    Academia de Alcochete abriu portas para celebrar os 20 anos: um dia de emoção, glória e (algumas) novidades

    Os convidados começaram a chegar por volta das 9 da manhã e o clima era de festa. Afinal, não é todos os dias que se celebra o 20º aniversário da Academia de Alcochete, casa da formação e quartel general do Sporting.

    Frederico Varandas foi dos primeiros a chegar a Alcochete e foi também ele quem fez o discurso de inauguração da cerimónia para as várias dezenas que encheram o complexo onde se realizou o evento. Vários antigos jogadores - como Adrien Silva, Bruno Pereirinha, João Pereira, André Santos ou Luís Lourenço - marcaram presença, assim como dirigentes da elite nacional - Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes, e Fernando Gomes, presidente da FPF, à cabeça, sendo que ambos discursaram -, glórias do passado leonino e vários jovens que interromperam o seu quotidiano para celebrar a criação da sua «casa.»

    O espaço do evento ©Sporting CP
    O discurso mais longo pertenceu, naturalmente, a Frederico Varandas, que foi exaltando os feitos alcançados ao longo dos últimos 20 anos, que estavam espelhados em imagens nas paredes, organizados cronologicamente, com os jogadores como figuras de destaque -, anunciando, posteriormente, o novo projeto de expansão da Academia, que prevê a construção de mais quatro campos de treino e um mini-estádio, construído à imagem do Estádio Aurélio Pereira. A obra irá acrescentar mais seis hectares de terreno - que já foram adquiridos - à Academia e custará cerca de 12 milhões de euros. O objetivo passa por ter a mesma finalizada dentro deste ciclo de administração.

    A emoção foi um prato servido constantemente ao longo de todo o evento e o vídeo de celebração dos 20 anos da Academia deixou todos atentos ao ecrã gigante que se encontrava no fundo do complexo. Com «Don't Stop Believin'», dos Journey, a tocar no fundo, e imagens das últimas décadas, a evolução da Academia leonina estava por demais evidente. Cristiano Ronaldo e Aurélio Pereira foram das principais da homenagem.

     

    Seguiram-se momentos de maior descontração, com duas mesas redondas, dedicadas a dois temas distintos, mas sempre com a Academia de Alcochete e o Sporting como pano de fundo. Foi aí que surgiu a maior ovação da manhã/tarde, quando Aurélio Pereira, o «Senhor Formação» e responsável pela descoberta de vários dos maiores talentos nacionais dos últimos anos, foi chamado ao palco para, juntamente com José Manuel Torcato, Paulo Bento (por videoconferência) e José Couceiro, discutir as motivações e o início do projeto da Academia, a importância de formar cidadãos e as diferentes etapas do processo de formação. Histórias dos primeiros anos não faltaram, desde as memórias dos pelados a histórias mais pessoais dos intervenientes, e José Manuel Torcato, antigo dirigente do clube, foi dos que menos conseguiu esconder a emoção.

    Aurélio Pereira foi figura ©Sporting CP
    «Estou emocionado, até porque não estava à espera que as luzes da ribalta estivessem viradas para mim. Acho que seria injusto até para todas as pessoas que estiveram envolvidas na criação da Academia. (...) Há muitas diferenças hoje em dia na Academia. Noutros tempos não seria possível por razões financeiras. Hoje em dia está perfeita e com grandes infraestruturas para que se continue a trabalhar. Queremos uma formação vencedora e uma formação de vencedores. Ganhar não é a coisa mais importante, é a única», afirmou Aurélio Pereira durante a conversa.

    Seguiu-se uma 2ª mesa redonda que abordou o Modelo Centrado no Jogador, a transição do Pólo EUL para a Academia, a estratégia para a formação e a gestão de expectativas e que teve como intervenientes Tomaz Morais, diretor do futebol de formação do Sporting, Carlos Fernandes, treinador adjunto de Rúben Amorim e Dário Essugo, com o jogador da equipa principal a servir de modelo, até pela idade, para os muitos jovens ali presentes - alguns até tiveram que sair a meio da conferência para ir treinar.

    Adrien não escondeu emoção no regresso ©Sporting CP
    Nas zonas mistas, entre as mesas redondas, os convidados aproveitaram para conviver e matar saudades de velhos conhecidos, enquanto os jornalistas tiveram algum tempo a sós com importantes intervenientes da história do clube e da Academia. Vários - como André Santos, Dário Essugo, Luís Lourenço ou o próprio Aurélio Pereira - falaram, mas foi Adrien Silva quem mais captou as atenções. O internacional luso surgiu acompanhado dos dois filhos e praticamente não conseguiu esconder a emoção ao falar do seu clube do coração, especialmente quando lhe perguntaram se gostaria de voltar a vestir de verde e branco.

    A cerimónia terminou «à mesa», com os convidados a juntarem-se para saciar a fome que foi surgindo com as memórias, sempre acompanhados de uma banda sonora dedicada, claro está, ao Sporting - sim, o «Dia de Jogo» não faltou -, enquanto os jornalistas conheciam o quartel-general leonino ao pormenor e os seus planos para o futuro. No final, cantou-se os parabéns à Academia de Alcochete, pelos seus 20 anos.

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