Itália e Argentina entram mais logo (quarta-feira, 1 de junho, às 19h45) no relvado de Wembley para disputar a Finalíssima 2022, a nova (que não é assim tão nova) competição da UEFA e da CONMEBOL. Mas afinal, o que é exatamente, como funciona e de onde vem esta competição? O zerozero explica-lhe tudo o que precisa de saber para estar bem preparado para o encontro desta tarde.
A Finalíssima é um duelo de um só jogo, sem prolongamento (em caso de empate, o vencedor será decidido nas grandes penalidades), que coloca frente a frente o vencedor do Campeonato da Europa e o vencedor da Copa América, um pouco à imagem do que acontecia com a antiga Taça Intercontinental de clubes, só que com seleções.
A prova é, na verdade, uma reedição do Taça dos Campeões CONMEBOL–UEFA, também conhecido como o Troféu Artemio Franchi. Exatamente com o mesmo formato, a competição teve apenas duas edições – em 1985, conquistada pela França de Michel Platini, e em 1993, conquistada pela Argentina de Diego Maradona – e foi precursora da Taça das Confederações, competição extinta em 2017, após uma edição que contou com a participação de Portugal.
Para além do regresso da Finalíssima, quase 30 anos depois da última edição, o acordo de cooperação entre UEFA e CONMEBOL prevê chegar também ao futebol feminino, ao futebol de formação, ao futsal e à arbitragem. Para já, estão confirmadas três edições da Finalíssima – para além da edição de 2022, estão agendadas mais duas edições, após os Campeonatos da Europa de 2024 e 2028.
A edição de 2022 da Finalíssima vai decorrer no Estádio de Wembley, em Londres. Para além de um novo logótipo, a competição conta também com um troféu renovado, da autoria de Valentina Losa, que pesa cerca de 8,5 Kg e tem cerca de 45 cm de altura. Apesar da renovação, que inclui uma nova base e um acabamento niquelado, o troféu de latão e revestido a prata mantém o toque original.
Já referimos que esta será, na verdade, a terceira edição da prova e vale a pena recordar as duas anteriores. A primeira edição remonta a 21 de agosto de 1985. Foi no Parque dos Príncipes, perante menos de 20 mil adeptos que a França, então campeã europeia, e o Uruguai, vencedor da Copa América de 1983, se defrontaram. O troféu acabou por sorrir à seleção de Michel Platini, que venceu por 2-0, graças a golos de José Touré e Dominique Rocheteau.
A segunda edição da prova era para ter acontecido após o Euro 1988, mas as dificuldades para encontrar uma data para o encontro entre os Países Baixos, então campeões da Europa, e a Uruguai, novamente campeão sul-americano, levou a que a competição só fosse disputada por uma segunda vez, pelo menos de forma oficial, a 24 de fevereiro de 1993, após o Campeonato da Europa de 1992.
Dessa vez, o jogo decorreu no Estádio José Maria Menilla, em Mar del Plata, na Argentina. Frente a frente estavam, como sempre, os campeões europeu e sul-americano, a Dinamarca e a Argentina, respetivamente. Com a ajuda do regressado Diego Armando Maradona, após dois anos de ausência da seleção, a Argentina acabou por levar a melhor sobre a Dinamarca de Peter Schmeichel e Brian Laudrup nas grandes penalidades (o tempo regulamentar e o prolongamento terminaram com um empate a uma bola, graças a um autogolo de Craviotto e a um golo de Caniggia). Goycochea foi o grande herói da partida ao defender duas grandes penalidades.
Cerca de 29 anos depois, a prova está de regresso e coloca frente a frente duas seleções em momentos distintos. A Itália, ainda campeão europeia, chega ferida após ter falhado a qualificação para o Campeonato do Mundo de forma escandalosa, enquanto que a Argentina, atual campeã sul-americana depois de ter terminado com uma espera de 28 anos, chega num dos melhores momentos dos últimos anos – não perde um jogo desde 2019, há quase três anos.
«Devíamos ter garantido o apuramento para o Campeonato do Mundo, mas alguns detalhes não nos correram de feição. Temos uma equipa jovem e os adeptos estão connosco. Há um ano vencemos merecidamente o UEFA EURO 2020. (…) É um jogo que encerra um ciclo, que honra os campeões europeus e o capitão Chiellini. Daqui em diante vamos lançar jovens. Jogaremos sempre para vencer e não para fazer experiências, mas também temos de nos focar no futuro. Queremos construir uma seleção para ganhar o próximo Mundial», explicou Roberto Mancini na antevisão à partida.
Curiosamente, o último confronto entre as duas seleções também aconteceu em Inglaterra, num amigável em março de 2018. Na altura, a Argentina venceu por 2-0, com golos de Éver Banega e Manuel Lanzini. A seleção sul-americana, de resto, venceu os três últimos duelos entre as duas seleções, mas a verdade é que é a Itália quem leva vantagem histórica, com seis vitórias contra quatro nos 15 jogos realizados.
Esta final, tal como Mancini referiu, fica ainda marcada por ser o último jogo de Giorgio Chiellini ao serviço da squadra azzurra e pode servir de mudança para uma nova era em Itália, tendo a particularidade de ser disputado no último local em que os italianos foram verdadeiramente felizes. Em jeito de curiosidade e para terminar, fica a nota de que um dos assistentes do VAR será o português Tiago Martins.
𝐈𝐓'𝐒 𝐓𝐈𝐌𝐄! 🤩
— 🇮🇹 Finalissima: 1.6.22 🇦🇷 (@EURO2024) May 30, 2022
🇮🇹 Italy 🆚 Argentina 🇦🇷
🏟️ Wembley Stadium
📅 1 June 2022
🏆 #Finalissima
0-3 | ||
Lautaro Martínez 28' Ángel Di María 45' Paulo Dybala 90' |