Pinto da Costa foi homenageado na Casa do FC Porto de Caracas, em Nogueira da Regedoura. Após o jantar que assinalou os 35 anos desde a conquista da Taça dos Campeões Europeus, em Viena, o presidente dos dragões recordou «40 anos de muitas canseiras, de muitos trabalhos, mas de muitas vitórias e muitas alegrias».
«Queria começar por recordar uns versos que ainda há dias citei no museu, de Fernando Pessoa. 'Eu não sou nada, eu nunca serei nada, eu não quero querer ser nada, mas tenho em mim todos os sonhos do mundo'. Isto poderá resumir o meu pensamento de há 40 anos, quando aqui em Santa Maria da Feira foi lançado um movimento para encontrar uma nova direção, foi com esse espírito que eu em cima da meta aceitei ser candidato à presidência.», começou por dizer.
«Foi muito difícil. Foram 40 anos de muitas canseiras, de muitos trabalhos, mas de muitas vitórias e muitas alegrias. Como foram possíveis estes 40 anos? Fundamentalmente, no que a mim me diz respeito, porque não sendo nada, tinha em mim todos os sonhos do mundo. Sonhei que o FC Porto haveria de um dia ser o que é hoje. O meu mérito é apenas que soube em todas situações escolher o que melhor havia para o nosso FC Porto.», continuou.
O presidente do FC Porto abordou ainda o tema da sucessão e lembrou que nunca venceu uma eleição sem o maior número de votantes. O comentário pode estar relacionado com as eleições do Sporting, em 2018, quando Frederico Varandas foi eleito com mais votos, mas com menos votantes do que João Benetido.
«Era impensável, há 35 anos, tenho a certeza absoluta, a qualquer um de vós aqui presente, se já fosse adulto, admitir que eu iria poder ter o prazer de, como presidente, estar aqui. Mas é o destino. Hesitava em ser candidato e a minha mãe disse-me: 'tens de ir, é o teu destino'. Continuarei a sonhar que o FC Porto é muito mais do que qualquer pessoa, do que um presidente, por mais que se goste dele. O FC Porto tem de ter o apoio de todos, sempre, seja com quem for. Se Deus me der vida e saúde espero estar um dia aqui, no meio vós, numa festa, a dar força a quem vier presidir ao FC Porto.», atirou.
«Ganhei sempre as eleições, não por mérito, mas porque os sócios acharam que sabia escolher os melhores. Nunca fui eleito sem ter o maior número de votantes. No FC Porto cada sócio é um voto, por isso não precisei de ter os votos dos mais velhos para bater qualquer adversário que tivesse mais votos do que eu.», finalizou.