Este fim de semana, o Benfica parte em busca de mais história na EHF European League e procura brilhar na final four, evento do qual é anfitrião. Para ajudar a isso, as águias têm dois bons exemplos de transcendência lusitana.
Um deles vem do eterno rival FC Porto. Na época 2018/19, os dragões 'chocaram' a Europa ao alcançarem um inédito terceiro lugar na EHF Cup, competição antecessora da atual Liga Europeia.
Protagonizando um trajeto hercúleo, que começou nas eliminatórias, os portistas voltaram a colocar o andebol português no mapa das grandes provas europeias e lançaram o repto para novos patamares serem alcançados, também por outros clubes.
Com o objetivo renovar o projeto andebolístico e recolocar o FC Porto no topo do andebol português, os azuis e brancos contrataram Magnus Andersson para o leme. Com o quotado treinador sueco chegaram apenas três jogadores, entre eles Thomas Bauer, que o zerozero convidou para puxar o filme atrás.
«Conhecia o Magnus Andersson porque trabalhámos juntos na Seleção austríaca. Quando ele me ligou e me convidou para ir para o FC Porto não hesitei nem um segundo. Não sabia o que esperar, mas estava pronto para uma nova aventura», contou.
E assim foi. No que à EHF Cup diz respeito, o emblema da cidade Invicta teve de começar o trajeto na 1.ª Ronda da Fase de Qualificação. Potaissa Turda e SKA Minsk caíram aos pés dos dragões com mais ou menos dificuldade. Contudo, o maior desafio estava reservado para a eliminatória final, diante do poderoso SC Magdeburg.
«O jogo em Magdeburgo foi a rampa de lançamento para a minha carreira no FC Porto. Fiz o meu melhor para proteger a equipa de uma derrota maior e, com uma desvantagem de apenas três golos, estávamos confiantes de que íamos dar a volta. O facto de os termos destruído no Porto foi monumental para o clube e para o andebol português em geral. Acredito que a partir desse momento, todos sentimos que não havia limites para nós», confessou.
Embalados pelo sucesso, os pupilos de Magnus Andersson limparam tudo o que surgiu no seu caminho, sempre com os olhos numa potencial medalha. Inseridos no Grupo C, juntamente com TT Holstebro (Dinamarca), Dobrogea Sud (Roménia) e Ciudad Encantada (Espanha), os dragões terminaram isoladíssimos no primeiro lugar, com seis vitórias em seis jogos.
Nos quartos de final, foi a vez do Saint-Raphael ser eliminado no Dragão Arena, após um primeiro empate em França. Foi com esta histórica bagagem que o FC Porto se apresentou em Kiel, a catedral do andebol, disposto a surpreender os alemães, mais uma vez.
«Sentimos a grandeza do que tínhamos feito quando 10 mil adeptos alemães estavam a apoiar-nos e a gritar os nossos nomes. Pude ver nos ollhos de todos os meus colegas o significado e a importância deste momento em que a nossa jornada europeia culminou», referiu Thomas Bauer.
O andebolista de 36 anos e Alfredo Quintana foram duas das peças-chave deste capítulo histórico, assumindo os papéis de autênticos guardiões. Bauer apontou o segredo desse sucesso na baliza e as relações que construiu na cidade Invicta.
«A forma como trabalhámos juntos, como uma equipa de guarda-redes e, especialmente, com o nosso treinador de guarda-redes Telmo Ferreira, foi altamente profissional e cheia de respeito e amizade. Uma relação que é difícil de encontrar. Um grupo de pessoas que apenas queriam o melhor para o outro e para o clube», rematou.
Agora é a vez do Benfica. Os encarnados vão ter pela frente, nas meias-finais, o Wisla Plock. Caso ultrapasse ou perca com os polacos, o conjunto de Chema Rodríguez vai enfrentar os croatas do RK Nexe ou os alemães do SC Magdeurg.
«A coisa mais bonita de uma final four é que tudo é possível nesse fim de semana específico, mas acho que o SC Magdeburg vai vencer. Provavelmente, eles também vão acabar por ser campeões na Alemanha porque a forma como estão a jogar neste momento é absolutamente sensacional. Como se fossem de outro planeta», afirmou
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