Num jogo marcado por um ritmo bastante baixo, os criativos fizeram a diferença, alegraram o público e o Portimonense foi mais eficaz, terminando a temporada com uma vitória por 0-1 contra o Marítimo.
Sem «nada» a ganhar» ou a perder, o Marítimo recebeu o Portimonense na Madeira para fechar a temporada das duas equipas. Apesar de estarem seguras a «meio» da tabela, os dois treinadores apresentaram desenhos muito próximos dos seus habituais onzes titulares, com poucas mudanças a registar.
A jogar em casa, e com o público a marcar presença para se «despedir» da equipa, o Marítimo procurou assumir o jogo, apesar do ritmo muito baixo que se verificou desde início, com Rafik Guitane, Beltrame e Edgar Costa a procurarem dinamizar o miolo através de permutas posicionais e deambulações para as linhas.
O Portimonense, por sua vez, apostava essencialmente na profundidade dada pelo seu ataque e tinha em Nakajima o pivot ofensivo e o jogador mais «vagabundo» da sua frente de ataque. O japonês tinha a tendência de cair na asa direita para procurar desequilíbrios e foi a partir daí que combinou com Moufi diversas vezes, a fórmula mais perigosa dos algarvios na 1ª parte. Além disso, Nakajima foi sendo também o mais atrevido e até chegou a acertar em cheio na barra. Era o que mais procurava o golo e pedia mais dos colegas.
Os adeptos ansiavam por um ritmo ligeiramente mais elevado para alegrar a tarde calor na Madeira e Vasco Seabra - que ficou pela bancada devido a castigo - procurou trazer um pouco de maior velocidade às suas alas com as entradas de Henrique Rafael e Miguel Sousa, algo que trouxe mais dinamismo, especialmente na esquerda, onde ocorreram os principais lances madeirenses.
O Portimonense continuava bastante dependente dos rasgos individuais de Nakajima no último terço, em grande parte devido ao «desaparecimento» de Welinton Júnior na frente de ataque. Percebendo isso, Paulo Sérgio surpreendeu um pouco e colocou em campo Fabrício, mas o experiente avançado foi ocupar a vaga de ala esquerdo e fixou-se mais aí para dar largura e abrir espaço no miolo aos criativos.
Ora, demorou, mas essa opção acabou por dar frutos aos algarvios. Com o Marítimo mais ambicioso e, por isso, balanceado para o ataque, o Portimonense conseguiu sair em velocidade e chegou ao golo aos 80 minutos. Nakajima desmarcou Ewerton à entrada da área e, com alguma sorte, a bola sobrou para Welinton Júnior na cara de Kosuke Nakamura. Aí, o avançado foi solidário, deixou para o lado e Ewerton só teve que encostar para o 1-0 final. Desta forma, o Portimonense acabou a temporada com uma vitória na Madeira, frente ao Marítimo, e ambos com 38 pontos conquistados.
Num jogo de ritmo muito baixo, valeram jogadores como Nakajima, Beltrame ou Rafik Guitane para trazerem alguma magia e alegrarem o jogo. A prova que estes jogadores têm sempre espaço.
O árbitro Vítor Ferreira excedeu-se um pouco em mostrar cartões em lances que não o mereciam e tentou compensar ao não mostrar noutros que o mereciam. Não teve grande critério, apesar do jogo ter sido relativamente de fácil ajuizamento.