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    Valencia e Betis defrontam-se

    Oferta de sábado: damos-lhe um guia para preparar a final da Taça de Espanha

    Em Portugal, esta semana ficaram a conhecer-se os finalistas da Taça. Em Espanha, esta é «A Semana» de Taça. No sábado, em Sevilla, Valencia e Real Betis levam para o Olímpico de la Cartuja (saiba mais sobre o estádio aqui) as grandes decisões da Copa del Rey.

    Apesar de não ter nenhum dos habituais clubes que lutam por títulos em Espanha, esta não deixa de ser uma final recheada de história. Pela primeira vez em quase 120 anos de competição, Valencia e Betis encontram-se na grande final e pelo meio há portugueses à espera de fazer a festa.

    De um lado, Thierry Correia e Gonçalo Guedes. Do outro, Rui Silva e William Carvalho. Apenas Guedes sabe o que é vencer um título no futebol espanhol, depois de ter vencido precisamente a Copa del Rey pelo Valencia. No entanto, os béticos têm contas a ajustar com a equipa che.

    A última vez que a formação verdiblanca esteve perto de chegar à final foi precisamente em 2018/19, acabando eliminada pelo Valencia, com um golo de Rodrigo Moreno no Mestalla. Não passou assim muito tempo, mas tanta coisa mudou. Depois do episódio especial do Ataque Rápido dedicado à final de sábado, o zerozero destaca os pontos mais importantes desta final que vai parar o futebol espanhol.

    A importância da Copa para o Valencia

    Uma final é sempre importante. Seja para que clube for, seja para que competição for, mas Valencia e Betis têm motivos diferentes para ambicionarem levantar o troféu no próximo sábado. Elencamos primeiro os do Valencia por uma questão de histórico.

    Nos últimos anos, a Copa tem sido dominada pelo Barcelona, que venceu cinco das últimas sete edições. Os catalães já venceram a competição em 31 ocasiões e lideram por isso a lista de equipas que mais vezes venceu a Copa del Rey. Segue-se o... Athletic. Com 23 títulos, a equipa basca continua na surpreendente vice-liderança, apesar de não conseguir levantar o troféu desde 1983/84. Em quinto lugar, depois de Real Madrid e Atlético, segue-se o Valencia. A equipa che já venceu a Copa em oito ocasiões e uma vitória no La Cartuja permitirá aproximar o clube do registo do Atlético (10 vitórias), afastando-se ainda mais de Zaragoza (seis) e Sevilla (cinco).

    Mas nestas questões não é só o registo histórico que importa. A «limpeza» efetuada pela direção de Peter Lim tirou referências (os adeptos do Valencia ainda lamentam a oferta de Parejo ao vizinho Villarreal) e acima de tudo qualidade à formação valenciana, que ocupa apenas o 10.º lugar da La Liga, a uns distantes 13 pontos do sexto posto. Nem Bordalás encontrou a solução para que o Valencia conseguisse lutar por uma presença nas competições europeias, mas o ex-treinador do Getafe não pode ser culpado pelas distâncias que existem atualmente entre as equipas que estão nesta altura acima da equipa che - Real Sociedad e Villarreal, sobretudo.

    No entanto, uma vitória na final da Copa del Rey significaria uma ida imediata à fase de grupos da Liga Europa, atenuando assim o trajeto sem sabor na La Liga. Por este ponto, a Copa acaba por ser mais importante para o Valencia do que para o Betis, que tem a presença nas competições europeias praticamente assegurada.

    Tudo isto acaba por estar ligado e culminar num possível trajeto de crescimento do Valencia. Os verdadeiros fãs do clube estarão neste momento desconfiados da afirmação anterior, mas a verdade é que uma presença na Liga Europa obrigaria a um reinvestimento por parte de Peter Lim. Caso tal não sucedesse, podia ser a prova final de que as contas do clube che estão, nas palavras de Fafá de Belém, no «vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão».

    A importância da Copa para o Betis

    A história da equipa verdiblanca é bem distinta. Os béticos só por duas vezes venceram a Copa del Rey - 1976/77 e 2004/05 -, mas o projeto que tem vindo a permitir este crescimento sustentado da equipa de Sevilla tem permitido uma reaproximação das decisões. Um possível título na final de sábado seria um enorme impulso para a direção liderada por Ángel Haro, que, tempos a tempos, acaba por sofrer alguma contestação.

    Com a situação na La Liga minimamente controlada - o Betis ainda sonha com a ida à Liga dos Campeões, mas aparenta ter pelo menos uma posição de Liga Europa assegurada -, o foco bético está claramente na Copa del Rey, não só pelo jejum de títulos, mas também pelo facto de a final ser jogada em Sevilla, uma cidade apaixonada por futebol e onde se vive uma intensa rivalidade (leia aqui) entre Betis e Sevilla. Festejar um título numa época em que o rival ficou «a seco» tem um sabor especial para os béticos.

    Por fim, Joaquín Sánchez. Aos 40 anos (completa 41 em julho), o extremo continua a fazer história e até já se fala na renovação por mais uma temporada, mas a final da Copa del Rey pode, ao mesmo tempo, ser o momento da despedida perfeita. Em 2004/05, Joaquín, na altura com apenas 23 anos, foi titular na final ganha no estádio do Betis, ao Osasusa. Quase 20 anos depois, o extremo pode despedir-se do «seu» Betis com a conquista de mais um troféu, que, a título pessoa, seria o terceiro, uma vez que também já ganhou uma Copa del Rey pelo... Valencia.

    O trajeto até à final

    Para chegarem à final da Copa del Rey, Valencia e Betis tiveram de ultrapassar seis eliminatórias. As duas equipas têm em comum o facto de não terem defrontado nenhum dos habituais três primeiros - Real Madrid, Barcelona e Atlético Madrid -, mas a equipa bética acabou por passar maiores dificuldades.

    William Carvalho marcou um golo importante frente ao Rayo Vallecano ©Getty / OSCAR DEL POZO

    A equipa de Pellegrini foi a primeira a encontrar uma formação da La Liga e logo o Sevilla! O eterno rival do Betis foi ao Benito Villamarín, num jogo tão quente que até teve de ser interrompido por desacatos depois de Fékir fazer o empate para o Betis. Depois de retomado, Canales apurou os béticos para os quartos. 

    Foi nessa fase que o Valencia encontrou pela primeira vez uma equipa da La Liga. A equipa che recebeu o Cádiz e passou às meias-finais granças a um golo de Hugo Duro (2-1). Na mesma fase da prova, o Betis teve novo desafio exigente, mas que ultrapassou de forma clara. Os béticos foram ao terreno da Real Sociedad vencer por 0-4 para marcar presença nas meias.

    Na derradeira eliminatória antes da final, também disputada a duas mãos como acontece em Portugal, o Betis eliminou o Rayo Vallecano (3-2 no agregado) e o Valencia evitou que o Athletic, o adversário mais complicado até então, fosse a nova final (2-1 no agregado).

    As figuras

    A época já vai longa e por isso já deu para perceber quais as grandes figuras de um e de outro lado. A final da Copa é, para Betis e Valencia, o jogo mais importante da temporada, por isso Pellegrini e Bordalás vão apostar nos melhores, desde que estejam disponíveis.

    Apesar de não serem as melhores equipas do futebol espanhol, tanto béticos como valencianos contam com alguns dos melhores jogadores do campeonato. O zerozero escolheu três jogadores de cada lado que estejam a ser as grandes figuras de Valencia e Betis, respetivamente.

    Gonçalo Guedes tem sido decisivo ©Getty /

    Gonçalo Guedes

    O avançado português está a realizar a melhor época desde que chegou a Espanha e os números mostram isso mesmo. Com 36 jogos, Guedes é o mais utilizado por Bordalás e é também o melhor marcador da equipa che, com 13 golos marcados. Soma ainda seis assistências a uma temporada em que, muitas vezes, tem carregado a equipa às costas.

    Hugo Guillamón

    Há dois anos, o defesa estava a chegar ao fim do seu contrato com o Valencia, que hesitou na hora da renovação, mas o jovem acabou por ficar e a decisão revelou-se mais do que certeira. Com 22 anos, o defesa é uma das referências da equipa e está a ter a sua época de confirmação, o que já lhe valeu uma chamada à seleção espanhola. Apesar da baixa estatura para um central (1m82), destaca-se pela qualidade técnica e leitura de jogo.

    Carlos Soler

    Hugo Duro teve boas fases e marcou golos importantes na Copa del Rey, mas no plano geral da temporada tempos de destacar Carlos Soler. Produto da cantera do Valencia, Soler foi dos que melhor aproveitou a debandada no clube para se afirmar como um médio muito importante para Bordalás. Pela segunda época consecutiva, ultrapassa a dezena de golos e faz já parte da seleção espanhola.

    Juanmi

    Menção honrosa para Borja Iglesias, que a nível de golos está a ter uma época igualmente importante, mas Juanmi merece o destaque pela evolução que foi tendo nesta equipa. Começou a época a ser visto como uma terceira opção no ataque, atrás de Borja Iglesias e Willian José, mas acaba como um jogador fundamental, equacionado para a seleção e com fases da época de um nível altíssimo.

    Fékir pode ser decisivo na final ©LaLiga

    Nabil Fékir

    Também aqui seria entre Fékir ou Canales, ambos importantes nesta equipa bética, mas no final prevaleceu a qualidade de Fékir, que nos melhores dias consegue estar num patamar superior ao de Canales, de tal forma que entra muitas vezes na discussão para melhor jogador do campeonato espanhol, atrás de Benzema. Perde algumas vezes a cabeça, mas se estiver inspirado pode muito bem decidir a final.

    William Carvalho

    Já poucos acreditavam que William Carvalho iria ter uma época destas no Betis, mas a verdade é que o internacional português está a fazer uma das melhores temporadas da carreira e passou de dispensável a indiscutível. Tem aparecido cada vez com mais frequência na equipa de Pellegrini e até descobriu uma nova faceta: a dos golos bonitos. 

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    VALENCIA

    Comentários

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    motivo:
    Valencia-Betis
    2022-04-23 16h14m por Kurika
    Bom trabalho do ZZ.
    Duas equipas com as quais simpatizava quando era miúdo, sobretudo aquele Valência de Cuper e Benitez. Gostava de ver os "che" de volta à Europa, mas por outro lado também era chato o Villarreal ficar de fora depois de uma época tão brilhante. Bem, pode ser que vençam a LC. ;)
    jogos históricos
    U Sábado, 23 Abril 2022 - 21:00
    Estádio Olimpico de La Cartuja
    Hernández Hernández
    1-1
    (5-4 g.p.)
    Borja Iglesias 11'
    Hugo Duro 30'
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