Triunfo muito importante para a tranquilidade do Paços de Ferreira. Num duelo marcado pela expulsão bem cedo de Cassiano num ato irrefletido, os Castores demoraram a aproveitar a vantagem numérica e até estiveram a perder, mas chegaram à reviravolta e bateram por 2x1 um sempre lutador Vizela.
Final de tarde importante para César Peixoto, que precisava de um bom resultado para ter mais tranquilidade com o objetivo de continuar a impor as suas ideias no Mundo Amarelo. Já para Álvaro Pacheco fica mais uma exibição de muita atitude dos seus homens, que não viraram a casa ao desafio até ao apito final.
Perante uma atmosfera bastante bonita na Capital do Móvel, as aspirações visitantes sofreram ainda cedo um duro revés, consequência de um erro pouco explicável para um atleta profissional. Num lance na área pacense, Cassiano agrediu com uma cotovelada Juan Delgado e acabou expulso após intervenção correta do VAR no apoio ao juiz David Silva.
Na sequência deste momento, o Paços de Ferreira começou a dominar o jogo e a criar problemas com uma circulação rápida a variar os flancos. Ainda assim, a pressão da turma de César Peixoto perdeu gás rapidamente e abriu possibilidades ao Vizela de tentar subir no terreno, mote que os minhotos aproveitaram para chegarem a um inesperado golo.
Utilizando o grande equalizador que são as bolas paradas, Bruno Wilson foi mais agressivo que a oposição e abriu o ativo de cabeça, ao finalizar um canto batido por Kiki Afonso. Golpe duro na confiança do Paços de Ferreira, algo apático nos minutos seguintes e a precisar de uma injeção de adrenalina vinda do banco.
César Peixoto percebeu a necessidade da sua equipa e decidiu lançar Hélder Ferreira para o relvado, com o extremo perto de marcar logo após a sua entrada. Num pontapé de ressaca, foi, no entanto, Nuno Santos quem empatou o resultado e deu grande cor a uma exibição individual bastante cinzenta até este fantástico momento.
Mesmo sem um ritmo muito elevado, o domínio do Paços de Ferreira aumentou na segunda parte e, apesar da boa organização montada por Álvaro Pacheco, as oportunidades começaram a surgir em sequência para os homens da casa. Num excelente trabalho individual, Denilson Jr obrigou Pedro Silva à defesa da partida.
O guardião vizelense não teve resposta, porém, para um remate de Matchoi Djaló a cruzamento do incansável Antunes, que colocou os Castores na frente do marcador e confortáveis devido à vantagem numérica. Com um grande cansaço e o aumento da confiança adversárias, o Vizela sentiu muitos problemas para procurar um difícil golo.
Na reta final, Samu Silva ainda viu o segundo amarelo e deixou o Vizela reduzido a nove unidades. Sem contar com algumas bolas paradas, o Paços de Ferreira segurou o importante triunfo, que permite uma ultrapassagem ao adversário desta tarde na tabela classificativa.
Nota também para o atirar de algumas garrafas de água por parte de adeptos da casa em direção ao banco do Vizela no final do duelo, num comportamento pouco habitual de um público normalmente bastante correto.
O Paços de Ferreira estava a sentir problemas para criar superioridade mesmo em vantagem numérica. Atento, César Peixoto mexeu ainda na primeira parte e permitiu a Nuno Santos recuar no terreno e dar muito mais criatividade aos Castores, algo decisivo para a subida de rendimento da equipa. Mexida certeira e com grande impacto.
O futebol cria emoções fortes, mas um atleta profissional deve estar preparado para qualquer tipo de cenário e não colocar em causa um objetivo coletivo por uma atitude irrefletida. Ao ser expulso devido a uma cotovelada num adversário, Cassiano assumiu o papel de vilão e tornou quase impossível a missão dos seus companheiros, que ainda assim deram tudo para tentar contrariar a desvantagem numérica.
Num jogo quente desde cedo devido à expulsão, o jovem David Silva teve o mérito de não entrar numa onda de equilíbrios forçados. Esteve também sempre tranquilo, embora a expulsão de Samu já perto do final deixe algumas dúvidas.