Esta Finlândia merece respeito

Recorde a análise à Finlândia

O Campeonato da Europa de Futsal 2022, que decorre nos Países Baixos até dia 6 de fevereiro, entra na fase a eliminar da competição. Esta segunda-feira arrancam os quartos de final, com Portugal e Finlândia a defrontarem-se em busca de um lugar nas meias finais.

Esta é uma fase crítica da competição: quem perder vai para casa, quem vencer e seguir para as meias finais fica até dia 6 de fevereiro nos Países Baixos - dia da final e do jogo de atribuição do 3.º e 4.º lugares. Desde o início da preparação para o torneio que o selecionador nacional, Jorge Braz tem dito que esse é um objetivo para Portugal: ficar até ao fim. Para o conseguir, terá que levar de vencida a estreante Finlândia.

Os finlandeses qualificaram-se através do segundo lugar do grupo B, apenas atrás do Cazaquistão, deixando pelo caminho seleções mais experientes, nomeadamente a Eslovénia e a Itália de Alex Merlim. Já em 2020, na Póvoa de Varzim, no grupo de qualificação para o último Mundial, os finlandeses tinham empatado quer com Portugal, quer com Itália, ficando à frente dos transalpinos, e apenas atrás de Portugal - que viria a vencer esse Campeonato do Mundo.

Atendendo ao histórico recente, é preciso cautela na abordagem ao jogo, pois os finlandeses não têm nada a perder, e tudo a ganhar. O crescimento desta seleção nórdica muito se deve ao seu selecionador, o croata Mico Martic - que é também um dos fundadores do site Futsal Planet, e, como jogador, fez praticamente toda a carreira em Itália. 

A seleção finlandesa, uma das quatro estreantes em fases finais de Europeus (juntamente com Geórgia, Eslováquia e Bósnia e Herzegovina), conquistou o coração dos fãs de futsal por essa Europa fora logo com o criativo vídeo de apresentação da sua equipa. Os 14 que viajaram para os Países Baixos compõem uma equipa bem organizada, ciente das suas mais valias e das suas debilidades, que, perante adversários mais fortes, não tem pudor em entregar a iniciativa de jogo, e apostar nas transições e explorar a profundidade - em linha do que Portugal tem encontrado até aqui, tal como no último jogo da fase de grupos, diante da Ucrânia.

Juha Savolainen, que foi um osso duro de roer em 2020, continua a ser dono das redes da Finlândia (apesar de não ter sido titular nos dois primeiros jogos, foi no último, e foi o herói da qualificação, ao apontar o golo da vitória diante da Eslovénia, que valeu a passagem aos quartos), que têm numa nova geração de atletas uma boa capacidade técnica e leitura de jogo aprimorada. O jovem Henri Alamikkotervo, que bisou no jogo de estreia, contra Itália, é um dos homens a ter em conta, bem como Jarmo Junno, Miika Hosio, o experiente capitão Panu Autio, e Jani Korpela, o único finlandês que não joga no país - atua no Torpedo, da Rússia.

Na antevisão a esta partida, o selecionador nacional, Jorge Braz, e o capitão, João Matos, realçaram a qualidade dos adversários, deixando clara a mensagem dominante até aqui: temos que ser Portugal, se queremos ficar até ao fim.

©João Tiago Araújo

Selecionador Finlância: Mico Martic

	Nome	Posição	Equipa	J	M	GM
1	Juha Savolainen	GR	KaDy	1		1
12	Antti Koivumaki	GR	GFT	2
6	Jukka Kytölä	F	KaDy	3
13	Jani Korpela	F	Torpedo	3		1
15	Olli Poylio	F	Riemu	3
2	Panu Autio	U	GFT	3		1
16	Henri Alamikkotervo	U	GFT	3		2
19	Iiro Vanha	U	Akaa Futsal	3
4	Tuukka Pikkarainen	A	FC Kemi	3
8	Sergei Korsunov	A	KaDy	3
11	Lassi Lintula	A	KaDy	3
5	Juhana Jyrkiainen	P	Akaa Futsal	3		1
7	Jarmo Junno	P	Sievi Futsal	3
10	Miika Hosio	P	GFT	3		1

[J=Jogos, M=Minutos, GM=Golos Marcados, A=Amarelos, AA=Duplos Amarelos, V=Vermelhos]